Pandemia aumenta evasão escolar, diz relatório do Unicef.
Reprovação, abandono do ensino e distorção entre idade e série escolar são problemas recorrentes no cenário educacional brasileiro. Com a pandemia da Covid-19, essa realidade foi acentuada e a disparidade socioeconômica do país ficou ainda mais evidente.
No ano de 2020, foram cerca de 5,5 milhões de crianças e adolescentes sem acesso à educação. A quantidade de alunos, com idades entre 6 e 17 anos, que abandonaram as instituições de ensino foi de 1,38 milhão, o que representa 3,8% dos estudantes. A taxa é superior à média nacional de 2019, quando ficou em 2%, segundo dados da Pnad Contínua. Somado a isso está a situação de 4,12 milhões de alunos (11,2%) que, apesar de matriculados e sem estar em período de férias, não receberam nenhuma atividade escolar, resultado do ensino pautado pelas aulas online.
Os dados estão compilados em estudo do Unicef (Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para Infância), intitulado “Enfrentamento da cultura do fracasso escolar”, divulgado nesta quinta-feira (28) e que reflete a realidade de muitos dos jovens do Brasil, especialmente àqueles em situação de maior vulnerabilidade. Segundo o relatório, que contou com parceria do Instituto Claro, o perfil das crianças e adolescentes mais impactados pelo “fracasso escolar” já é bastante conhecido: “se concentram nas regiões Norte e Nordeste, são muitas vezes negras e indígenas ou estudantes com deficiências”.
Lucas, estudante do 9º ano do Ensino Fundamental II e morador da Brasilândia, zona Norte da cidade de São Paulo, deixou os estudos no ano passado. Hoje, aos 17 anos, começou a trabalhar como mecânico com o pai. “A realidade dele é a mesma que a de muitos jovens por aqui”, conta o líder comunitário Rodrigo Olegário. “Tem uma família que, entre sobrinhos, primos, irmãos, somam umas 10 crianças que abandonaram a escola no ano passado”, comenta. Entre os motivos está a falta de acesso aos recursos tecnológicos e à internet, o que inviabiliza o acompanhamento das aulas remotas, e, também, o fato de precisar contribuir com renda dentro de casa, necessidade que aumentou em meio ao contexto de pandemia.
Pesquisa realizada entre o final de abril e o início de maio de 2020, com quase 4.000 redes municipais de ensino, mostrou que apenas 33% dos domicílios brasileiros possuem computador e acesso à internet. O levantamento foi feito pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), em parceria com o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb), Fundação Itaú Social, Fundação Lemann e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Trecho extraído de:
https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/pandemia-aumenta-evasao-escolar-diz-relatorio-do-unicef/ (acesso em 07.01.22).
APÓS A LEITURA DO TRECHO ACIMA, ELABORE UMA REDAÇÃO ACERCA DA FUNÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NO COMBATE À EVASÃO ESCOLAR.
Rascunho Eficiente
Proposta de Resolução
Ao refletir sobre educação no Brasil, percebe-se que o papel do Ministério Público no enfrentamento da evasão escolar é crucial para garantir o direito à educação e promover a equidade social. Nesse contexto, defende-se que o Ministério Público deve atuar de forma proativa e integrada para combater a evasão escolar, especialmente em contextos de vulnerabilidade social. Para se aprofundar no assunto, é importante analisar a importância da fiscalização e da garantia do direito à educação e a necessidade de políticas públicas e parcerias interinstitucionais.
Preliminarmente, a importância da fiscalização e da garantia do direito à educação é fundamental para enfrentar a evasão escolar. De acordo com a Constituição Federal, a educação é um direito de todos e um dever do Estado, sendo essencial que o Ministério Público atue na fiscalização do cumprimento desse direito, especialmente em regiões mais vulneráveis. Além disso, o Ministério Público pode instaurar procedimentos administrativos para investigar casos de evasão e exigir que as autoridades competentes tomem as medidas necessárias. Por exemplo, em estados como o Ceará, o Ministério Público tem atuado em parceria com escolas e conselhos tutelares para identificar e reintegrar alunos evadidos.
Ademais, a necessidade de políticas públicas e parcerias interinstitucionais é crucial para a efetividade das ações contra a evasão escolar. Segundo especialistas em educação, a integração entre diferentes órgãos, como secretarias de educação, saúde e assistência social, é vital para criar uma rede de apoio que atenda às necessidades dos estudantes e suas famílias. Dessa forma, o Ministério Público pode atuar como mediador, promovendo a articulação entre essas entidades para implementar programas de apoio escolar e social. Um exemplo disso é a criação de programas de transferência de renda condicionada à frequência escolar, que têm mostrado resultados positivos na redução da evasão.
Desse modo, percebe-se que o Ministério Público deve atuar de forma proativa e integrada para combater a evasão escolar, especialmente em contextos de vulnerabilidade social. Por isso, é importante que o Ministério Público continue a fortalecer suas ações de fiscalização, promover parcerias interinstitucionais e apoiar políticas públicas que garantam o direito à educação para todos.
Texto 1
O consumo de carne vem aumentando drasticamente desde a década de 1960, especialmente da década de 1980 em diante. Alguns estudos sugerem que, de 1960 a 2010, houve um aumento de 204% na oferta de produtos cárneos; outros relatam aumentos de até 500%, de 1992 até 2016.
Segundo uma pesquisa publicada na revista Science, em 2018, a quantidade média de carne consumida por pessoa globalmente quase dobrou nos últimos cinquenta anos, passando de cerca de 23 quilos em 1961 para 43 quilos em 2014. Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), publicado em 2012, estima que o consumo global de carne aumente 76% até a metade do século 21, especialmente da bovina.
Mas, na prática, quais seriam os impactos dessa taxa crescente? Cientistas são praticamente unânimes ao afirmar que o consumo exacerbado de carne desempenha um papel significativo nas emissões de gases do efeito estufa. Entre as práticas agrícolas, a pecuária é um dos fatores responsáveis pelas mudanças climáticas globais, contribuindo com 12% a 18% do total das emissões de gás carbônico e metano, ocasionadas pelo desmatamento de áreas usadas para pastagens e pelo processo digestivo dos animais.
Algumas pesquisas ainda relatam diferenças significativas entre as emissões de carbono de dietas que incluem carne e dietas vegetarianas. Um estudo de 2014, por exemplo, concluiu que dietas ricas em carne emitem 7,19 equivalentes de dióxido de carbono por dia, enquanto uma dieta vegetariana emite somente 3,81 – ou seja, uma redução de quase metade das emissões de gases do efeito estufa. A diminuição é ainda menor quando se trata de dietas veganas, que emitem somente 2,89 de CO2 por dia.
(“Carne: vilã para o planeta e a saúde humana?”. www.ecycle.com.br. Adaptado)
Texto 2
As proteínas ingeridas pelo ser humano são importantes para a estrutura, a função e a regulação das células, dos tecidos e dos órgãos do corpo. As proteínas possuem funções únicas e são componentes essenciais dos músculos, da pele, dos ossos e do corpo como um todo. São moléculas compostas por aminoácidos essenciais, os quais só podem ser obtidos através dos alimentos, pois o nosso organismo não os sintetiza, ou seja, não é capaz de produzir os nutrientes de que necessita, como fazem os organismos dos seres vegetais.
A proteína animal fornece todos os aminoácidos essenciais, enquanto a proteína vegetal apenas os fornece parcialmente. As vitaminas são nutrientes indispensáveis à vida humana e, como o nosso organismo não tem capacidade de as sintetizar, há de se assegurar a sua ingestão através da alimentação. Embora não forneçam energia, as vitaminas estão envolvidas em variados processos metabólicos que asseguram a nossa vitalidade e a energia diária.
O consumo de carne fornece ao organismo a vitamina B3, muito importante nas reações de produção de energia pelas células, a B6, que participa da formação dos glóbulos vermelhos e do funcionamento do sistema nervoso, a B7, muito importante no metabolismo dos açúcares, gorduras e proteínas, e a B12, que contribui para a prevenção do aparecimento de anemias, a formação dos glóbulos vermelhos e o correto funcionamento do sistema nervoso.
Também os minerais não são sintetizados pelo organismo, sendo assim de grande importância a sua ingestão através da alimentação. Eles contribuem para a regulação do funcionamento e da manutenção celular, facilitam o transporte de variadas substâncias e mantêm a atividade muscular e nervosa. A carne fornece ao organismo diversos minerais, tais como: sódio, potássio, fósforo, ferro, flúor e selênio. Cumpre destacar que o ferro é um mineral muito importante, pois participa do transporte de oxigênio pelo sangue, como constituinte da hemoglobina.
(“Importância da carne na alimentação humana”. www.tecnoalimentar.pt, 31.08.2020. Adaptado)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
Consumo de carne: entre os prejuízos causados ao meio ambiente e a necessidade humana de proteína animal
Rascunho Eficiente
Proposta de Resolução
Ao refletir sobre impactos do consumo de carne, defende-se que é necessário equilibrar o consumo de carne devido aos seus impactos ambientais e à importância nutricional. Para se aprofundar no assunto, é importante analisar os impactos ambientais do consumo de carne e a importância nutricional da proteína animal.
Preliminarmente, os impactos ambientais do consumo de carne são significativos e preocupantes. Conforme estudos científicos, a pecuária é responsável por uma parcela considerável das emissões de gases do efeito estufa, contribuindo para as mudanças climáticas globais. Além disso, o desmatamento para criação de pastagens agrava ainda mais a situação ambiental. Por exemplo, a conversão de florestas em áreas de pastagem na Amazônia tem sido um dos principais fatores de desmatamento na região.
Por outro lado, a importância nutricional da proteína animal é inegável. De acordo com especialistas em nutrição, as proteínas animais fornecem todos os aminoácidos essenciais que o corpo humano não consegue sintetizar. Além disso, a carne é uma fonte rica de vitaminas e minerais essenciais, como as vitaminas do complexo B e o ferro, que são fundamentais para a saúde humana. Por exemplo, a deficiência de vitamina B12, encontrada principalmente em produtos de origem animal, pode levar a problemas neurológicos e anemia.
Desse modo, percebe-se que é crucial encontrar um equilíbrio no consumo de carne, considerando tanto os impactos ambientais quanto as necessidades nutricionais. Por isso, é importante promover dietas balanceadas que incluam fontes alternativas de proteína, como leguminosas e oleaginosas, além de incentivar práticas sustentáveis na produção de carne.
“Desigualdade”, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), é o estado de não ser igual, especialmente em esferas como status, direitos e oportunidades. O Brasil segue passos antigos e mantém-se entre as nações com desigualdade crescente. O país é o nono mais desigual do mundo, num ranking que contempla 164 nações, de acordo com o World Development Indicators, publicado em 2020 pelo Banco Mundial. Isso se deve a fatores históricos, políticos, culturais e socioeconômicos. Não é fácil, portanto, explicar e combater a desigualdade no país. Mas de uma coisa temos certeza: é preciso mudar essa realidade!
Excerto adaptado de: https://revistadarcy.unb.br/edicao-n-25/dossie/130-pais-rico-nacao-pobre.
Acesso em 18/01/2022.
Com base nas informações apresentadas acima, escreva um texto argumentativo-dissertativo no qual você responda à questão formulada a seguir. Apresente argumentos para defender o seu ponto de vista. Dê um título a seu texto.
O que cada um pode fazer, individualmente, para mudar a realidade tão desigual do nosso país?
Rascunho Eficiente
Proposta de Resolução
Ao refletir sobre desigualdade social no Brasil, percebe-se que ações individuais podem desempenhar um papel crucial na redução das disparidades sociais existentes no país. Nesse contexto, defende-se que cada cidadão pode contribuir para diminuir a desigualdade social por meio de ações conscientes e engajamento cívico. Para se aprofundar no assunto, é importante analisar educação e conscientização social e consumo responsável e apoio a políticas públicas.
Preliminarmente, a educação e a conscientização social são fundamentais para a transformação social. Segundo Paulo Freire, a educação é um ato político que pode levar à libertação e à conscientização dos indivíduos sobre suas realidades sociais. Além disso, a conscientização sobre a desigualdade pode motivar ações individuais e coletivas que busquem a justiça social. Por exemplo, participar de grupos de discussão e movimentos sociais pode aumentar a compreensão sobre os problemas enfrentados por diferentes comunidades e fomentar a empatia e a solidariedade.
Ademais, o consumo responsável e o apoio a políticas públicas são igualmente importantes. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o consumo consciente pode impactar positivamente a economia e promover a equidade social. Além disso, ao optar por produtos de empresas que adotam práticas sustentáveis e justas, os consumidores podem influenciar o mercado a adotar padrões mais éticos. Por exemplo, apoiar políticas públicas que visam a redistribuição de renda e a melhoria dos serviços públicos pode contribuir para a redução das desigualdades estruturais.
Desse modo, percebe-se que ações individuais conscientes e engajamento cívico são essenciais para a redução da desigualdade social no Brasil. Por isso, é importante que cada cidadão busque se informar, participar ativamente da sociedade e apoiar iniciativas que promovam a justiça social e a igualdade de oportunidades.
Texto 1
A tecnologia impacta os mais diversos setores há anos e, cada vez mais, acompanhamos grandes avanços impulsionados pela transformação digital. O segmento de Educação experimentou essa evolução, especialmente, durante a pandemia de covid-19, que acelerou o processo de digitalização do método de ensino para muitas instituições. Muitas delas, que ainda não estavam digitalmente preparadas, tiveram que se adaptar rapidamente.
É fato que, durante esse processo, todos tentaram, mas é preciso ir além. A educação remota não se limita à adaptação das aulas presenciais para outras plataformas, transmitindo o conhecimento dos professores de forma online, com computadores, tablets e smartphones. É preciso repensar todo o modelo de educação, idealizando o ensino desde o minuto zero para esse padrão. É certo que as aulas não serão 100% online, mas é clara a tendência de um modelo híbrido, capaz de combinar o online e offline, para potencializar o aprendizado.
O ensino remoto pode proporcionar muitos benefícios, tanto para alunos, como para pais e estudantes. Ele permite flexibilizar a grade horária, evitando deslocamentos para as escolas todos os dias, por exemplo, além de estimular as crianças e os adolescentes, com o uso da tecnologia para estudos.
(Carolina Siequeroli. “Educação on e off: o futuro está no caminho do meio”. https://politica.estadao.com.br/, 28.03.2021. Adaptado.)
(Todos pela Educação. “Nota Técnica: ensino à distância na educação básica frente à pandemia da covid-19”, 2020.)
Texto 3
A pandemia do coronavírus (covid-19) acentuou as desigualdades na educação e tornou mais comuns, pelo Brasil inteiro, as dificuldades de conectividade enfrentadas por estudantes. Enquanto redes e alunos com mais estrutura avançaram — mesmo que com percalços — no ensino remoto, uma parcela dos alunos e de locais mais carentes não conseguiu se manter conectada e foi perdendo tanto conteúdo quanto entusiasmo pelos estudos. Uma pesquisa do Datafolha apontou que a falta de motivação dos jovens com as atividades remotas passou de 46% em maio para 51% em julho.
O déficit tecnológico vem de antes da pandemia. A pesquisa TIC Domicílios de 2019 apontava que, naquela época, 43% dos domicílios urbanos brasileiros e apenas 18% dos rurais tinham computador em casa. No que diz respeito à conexão com a internet em casa, os percentuais subiam para 75% em lares urbanos e 51% em lares rurais. Embora esses números estejam
desatualizados por conta da pandemia — já que parte dos alunos ganhou pacotes de dados e dispositivos eletrônicos, de redes públicas ou doadores particulares, para continuar estudando —, eles exemplificam a desigualdade de acesso à tecnologia, à conectividade e à informação no país. Segundo Ítalo Dutra, chefe de educação do Unicef (braço da Organização das Nações Unidas para a infância) no Brasil, “a falta de conectividade implica deixar as crianças mais vulneráveis para trás”, já que o grupo de alunos mais desconectados coincide com o grupo que tem renda per capita menor, mais incidência de pobreza e mais chance de abandonar a escola antes de concluir os estudos.
(Paula Adamo Idoeta. “‘Sem wi-fi’: pandemia cria novo símbolo de desigualdade na educação”. https://www.bbc.com, 03.10.2020. Adaptado.)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
Transformação Digital no Ensino Básico Brasileiro: entre a Modernização e as Desigualdades Sociais
Rascunho Eficiente
Proposta de Resolução
Ao refletir sobre impacto da tecnologia na educação, percebe-se que a transformação digital no ensino básico brasileiro representa um avanço significativo, mas também evidencia desafios sociais. Nesse contexto, defende-se que a transformação digital no ensino básico brasileiro, embora promova modernização, acentua desigualdades sociais devido à falta de infraestrutura tecnológica e conectividade. Para se aprofundar no assunto, é importante analisar modernização e benefícios do ensino híbrido e desigualdades sociais e falta de acesso à tecnologia.
Preliminarmente, a modernização do ensino, impulsionada pela transformação digital, trouxe benefícios significativos, como a flexibilidade do ensino híbrido e o uso de tecnologias inovadoras. De acordo com especialistas em educação, o modelo híbrido permite que alunos acessem conteúdos de forma mais dinâmica e personalizada, adaptando-se às suas necessidades individuais. Além disso, a integração de tecnologias digitais no ensino pode estimular o interesse dos alunos, tornando o aprendizado mais interativo e envolvente. Por exemplo, plataformas de ensino online oferecem recursos multimídia que enriquecem o conteúdo educacional, facilitando a compreensão de conceitos complexos.
Por outro lado, as desigualdades sociais são exacerbadas pela falta de acesso à tecnologia e conectividade, afetando diretamente o aprendizado de alunos em situação de vulnerabilidade. Conforme relatado por organizações internacionais, a ausência de infraestrutura tecnológica adequada em muitas regiões do Brasil impede que estudantes tenham acesso igualitário às oportunidades educacionais proporcionadas pela digitalização. Consequentemente, essa disparidade tecnológica resulta em uma lacuna educacional, onde alunos de áreas menos favorecidas são deixados para trás. Um exemplo disso é a dificuldade enfrentada por estudantes de zonas rurais, que muitas vezes não dispõem de internet de qualidade ou dispositivos adequados para acompanhar o ensino remoto.
Desse modo, percebe-se que a transformação digital no ensino básico, embora benéfica, acentua desigualdades sociais devido à falta de infraestrutura tecnológica e conectividade. Por isso, é importante implementar políticas públicas que garantam acesso universal à tecnologia e à internet, promovendo a inclusão digital e assegurando que todos os alunos tenham as mesmas oportunidades educacionais.
Texto 1
Anterior a uma discussão sobre a moralidade nas redes e à criação de uma hiper-realidade por elas, está um debate sobre o que e quem, de fato, são os influenciadores digitais. O termo é bastante vago e de difícil apreensão para as gerações mais antigas. Afinal, como alguém aparentemente desconhecido pode ter uma audiência de dezenas de milhões de pessoas apenas por exibir sua vida na internet, sem, necessariamente, ter algum talento?
Na definição do Dicionário Collins, um influencer é “alguém capaz de persuadir seus seguidores nas redes sociais a fazer, comprar ou usar as mesmas coisas que ele”, sem nem sempre sinalizar que sua postagem é uma publicidade. Ele vive do que se denomina como engajamento (curtidas, comentários e outros tipos de interações virtuais) e, assim, expande sua relevância e fama, inclusive para além da web.
Contudo, na prática, influenciadores não são somente pessoas que ostentam bens de consumo e comodidades online. Há uma diversidade de pessoas produzindo conteúdos informativos, pedagógicos e de viés ativista nas plataformas digitais, mobilizando o poder das redes para a publicação de informação e conhecimento.
(Mariana Mandelli. “Usando a influência digital para o bem”. www.folha.uol.com.br, 21.01.2021. Adaptado.)
Texto 2
Um estudo feito pela Squid (empresa especializada em marketing de influência no Brasil), em parceria com a agência de publicidade F.biz, o qual mapeia como a pandemia de coronavírus impactou os influenciadores digitais em relação à produção de conteúdo, aponta que 63,2% dos entrevistados mudaram os temas abordados usualmente em seus canais digitais e passaram a abordar assuntos como saúde (14,9%), entretenimento (13,7%), alimentação (12,2%), produtividade (11%) e faça você mesmo (11%).
O medo do cancelamento também impactou o comportamento dos influenciadores. Cerca de 16% deles disseram que deixaram de publicar o que consideraram assuntos sensíveis — como viagens, eventos e compras — para evitar uma reação negativa dos seguidores. Outro dado interessante da pesquisa mostra que 57% dos próprios influenciadores deixaram de seguir alguém e o principal motivo para isso foi a “responsabilidade social”.
A preocupação em transmitir conteúdo relevante e correto durante a crise sanitária fez com que 84% dos entrevistados respondessem que se consideram bem informados sobre a covid-19, por meio de portais de notícias, da televisão e de jornais. Foram 81% os que disseram que publicaram algum tipo de conteúdo relacionado à covid-19. Para Felipe Oliva, cofundador da
Squid, “esses dados mostram como a consciência do estado atual que estamos vivendo e como esses criadores impactam na vida das pessoas como um fator decisório, não apenas de consumo, mas de exemplo a ser seguido”.
(Mateus Camillo. “Pandemia fez 63% dos influenciadores mudar conteúdo de seus canais, mostra pesquisa”. https://hashtag.blogfolha.uol.com.br, 09.10.2020. Adaptado.)
Texto 3
Um estudo da MuseFind, plataforma americana de pesquisas, mostrou que 92% dos consumidores confiam mais em um influenciador digital do que em um anúncio ao modo antigo. Os influenciadores digitais, de fato, se transformaram em peças valorizadas na estratégia de marketing — não por acaso, empresas de todo o mundo já perceberam a vitalidade dessa turma e dedicam 20% de suas verbas de marketing às postagens. Essa é a faceta visível, rentável e gloriosa, mas ela esconde sombras. Do ponto de vista de recurso de propaganda, aos olhos do consumidor, há um risco evidente — quem garante a qualidade do que é oferecido? Como são estabelecidas as fronteiras entre aquilo que parece espontâneo e o que é espaço comprado?
Dada a novidade, a trama jurídica ainda precisa ser construída. Sabe-se, contudo, de ao menos um caso de uma influenciadora condenada por um Juizado Especial Cível de Barra Mansa, no Rio de Janeiro, por ter indicado uma loja para a compra de um smartphone que nunca foi entregue. Descobriu-se, depois, que a promoção era um golpe aplicado em todo o país. A ré recorreu, mas teve seu pedido negado, ou seja, os influenciadores podem, sim, ser má influência, se não houver cuidadosa atenção.
(Giulia Vidale e Mariana Rosário. “Má influência dos influencers: o limite entre o patrocinado e o espontâneo”. https://veja.abril.com.br, 30.10.2020. Adaptado.)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
Influenciadores Digitais: Entre a publicidade e a necessidade de responsabilidade social
Rascunho Eficiente
Proposta de Resolução
Ao refletir sobre mídias digitais, defende-se que influenciadores digitais devem equilibrar a promoção de produtos com a responsabilidade social. Para se aprofundar no assunto, é importante analisar o impacto dos influenciadores na sociedade e a importância da responsabilidade social e os desafios éticos e legais enfrentados pelos influenciadores digitais.
Preliminarmente, o impacto dos influenciadores na sociedade é significativo, e a responsabilidade social é fundamental. De acordo com especialistas em comunicação, os influenciadores digitais têm a capacidade de moldar opiniões e comportamentos, o que lhes confere um poder considerável na sociedade contemporânea. Além disso, a responsabilidade social dos influenciadores se manifesta na escolha dos conteúdos que compartilham, especialmente em tempos de crise, como a pandemia de COVID-19, quando muitos adaptaram seus conteúdos para abordar temas relevantes e informativos. Por exemplo, influenciadores que promoveram informações sobre saúde pública ajudaram a disseminar práticas seguras e responsáveis.
Ademais, os desafios éticos e legais enfrentados pelos influenciadores digitais são complexos e exigem atenção cuidadosa. Conforme relatado por especialistas jurídicos, a falta de regulamentação clara pode levar a práticas enganosas, onde a linha entre publicidade e conteúdo espontâneo se torna turva. Consequentemente, os influenciadores precisam ser transparentes sobre parcerias comerciais para manter a confiança de seus seguidores. Um exemplo notável é o caso de uma influenciadora condenada por promover uma loja fraudulenta, destacando a necessidade de responsabilidade e verificação das informações antes de compartilhá-las.
Desse modo, percebe-se que é essencial que influenciadores digitais equilibrem a promoção de produtos com uma postura responsável e ética. Por isso, é importante que haja uma regulamentação mais clara e que os próprios influenciadores se comprometam com práticas transparentes e responsáveis, promovendo conteúdos que não apenas vendam produtos, mas também contribuam positivamente para a sociedade.
A pandemia do novo coronavírus modificou, de maneira inevitavelmente perdurável, inúmeras estruturas e convenções sociais, econômicas, culturais e, até mesmo, linguísticas. Nesse contexto, uma expressão que ganhou espaço, nas redes e fora delas, foi “o novo normal”. Esse “novo normal”, imposto com a chegada do vírus, não foi, de início, uma escolha ou mesmo uma estratégia, mas uma necessidade. Hoje, já vivemos um “novo normal”, em que a máscara de proteção e o álcool em gel se assumem como protagonistas. Mas do ponto de vista crítico, nem se pode afirmar que existia, antes, uma “normalidade”. O vírus escancarou nossas desigualdades sociais, deixou nossas piores feridas expostas e provou que, na verdade, nosso “normal” já vinha adoecendo há muito tempo. Que tenhamos consciência da necessidade de ruptura com o que antes considerávamos como “normal”.
Excerto adaptado do texto “O ‘novo normal’ em tempos de pandemia: a sociedade capitalista em questão”
Com base nas informações apresentadas acima, escreva um texto argumentativo-dissertativo no qual você responda à questão formulada a seguir. Apresente argumentos para defender o seu ponto de vista. Dê um título a seu texto.
Que “novo normal” mostra-se urgente hoje e como alcançá-lo?
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Ao refletir sobre transformações sociais pós-pandemia, defende-se que a construção de um novo normal requer a superação de desigualdades sociais e a promoção de uma sociedade mais justa e equitativa. Para se aprofundar no assunto, é importante analisar a exposição das desigualdades sociais pela pandemia e estratégias para alcançar um novo normal mais justo.
Preliminarmente, a pandemia de COVID-19 expôs de forma contundente as desigualdades sociais que permeiam a sociedade, evidenciando a necessidade de mudanças estruturais. De acordo com especialistas em Sociologia, a crise sanitária revelou como as populações mais vulneráveis foram as mais afetadas, enfrentando dificuldades de acesso a serviços básicos de saúde, educação e segurança. Além disso, a pandemia destacou a precariedade das condições de trabalho de muitos indivíduos, especialmente aqueles em empregos informais ou de baixa remuneração. Por exemplo, trabalhadores essenciais, como entregadores e profissionais de saúde, enfrentaram riscos elevados sem a devida proteção ou reconhecimento.
Ademais, para alcançar um novo normal mais justo, é crucial implementar políticas públicas que promovam a equidade e a inclusão social. Segundo economistas e formuladores de políticas, investimentos em educação, saúde e infraestrutura são fundamentais para reduzir as disparidades socioeconômicas e garantir oportunidades iguais para todos. Além disso, a promoção de um sistema de proteção social robusto pode assegurar que as populações mais vulneráveis tenham acesso a uma rede de segurança em tempos de crise. Um exemplo disso é a implementação de programas de renda básica universal, que têm sido discutidos como uma forma de garantir um padrão mínimo de vida para todos os cidadãos.
Desse modo, percebe-se que a construção de um novo normal mais justo e equitativo é essencial para superar as desigualdades sociais expostas pela pandemia. Por isso, é importante que governos, sociedade civil e setor privado colaborem na formulação e implementação de políticas que promovam a justiça social e a inclusão, garantindo que o novo normal seja verdadeiramente transformador e sustentável.
Qualquer experiência que envolva fãs e devotos com intensa paixão e emoção está a um passo do fanatismo. O termo fanatismo, do latim fanaticus, “o que pertence a um templo (fanum)”, foi utilizado a partir do século XVIII para se referir a pessoas que seriam partidárias extremistas, exaltadas e acríticas de uma causa religiosa ou política. O grande perigo do fanatismo consiste na certeza absoluta e incontestável que o devoto tem a respeito de suas verdades. Detentor de uma certeza que lhe foi revelada por uma divindade ou por um líder (portanto, não uma verdade qualquer, mas A verdade), o fanático não age com a razão quando defrontado com posições diferentes ou questionamentos daquilo que defende. São características do fanatismo a irracionalidade, o autoritarismo e o agir passional, frequentemente agressivo.
(CUNHA, Magali. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/blogs/dialogos-da-fe/ha-alguma-coisa-boa-no-fanatismo/.
Acesso em 10 dez. 2021.)
O significado mais comum do conceito de fanatismo diz respeito a um excesso de admiração ou zelo cego e veemente em relação a alguma coisa, é um sentimento de cuidado excessivo que não raramente produz desprezo e intolerância para com qualquer elemento diferente em qualquer campo ou domínio a que esteja associado. A forma de fanatismo que mais frequentemente vem à mente de quem ouve esta expressão é o fanatismo religioso, que pode ser verificado tanto na história do cristianismo no ocidente quanto nas guerras provocadas por diversos grupos radicais muçulmanos no Oriente Médio durante os séculos XX e XXI, por exemplo. Outra forma de fanatismo, no entanto, veio à luz ainda no início do século XX e demonstrou ser tão perigosa
e resistente quanto o fanatismo religioso, perdurando até o presente século: o fanatismo político. Nele, em nome da adesão a um partido, uma ideologia ou um movimento político, abolem-se os limites humanos na política enquanto divinizam-se tanto certas concepções políticas quanto os indivíduos que as encarnam. Nesse sentido, o fanatismo político acaba por assemelhar-se ao fanatismo religioso, onde a ideologia ou o indivíduo que a encarna assumem o lugar de Deus, detentor da verdade absoluta.
(SCHNAELTER, Matheus Maia. Disponível em: https://www.infoescola.com/comportamento/fanatismo/. Acesso em: 13 dez. 2021.)
E torcer no futebol surge como o mais novo fundamento para atitudes antissociais e violências, não só contra simpatizantes dos times "inimigos", mas também contra determinados grupos étnicos, mulheres, homossexuais e migrantes. Os hooligans e os membros das torcidas organizadas no Brasil são evidentemente sujeitos fanáticos. Num tempo de perplexidade, em que olhamos para as conquistas da humanidade, por um lado, mas vemos, por outro, os homens exibindo sua face mais cruel, é muito importante analisar as várias das diversas faces que o fanatismo adquiriu ao longo do tempo e em contextos distintos. Numa época de homens-bomba, atentados terroristas, manifestações racistas, ações extremistas, pensar o fanatismo é atual, relevante e urgente.
(PINSKY, Jaime e BASSANEZI, Carla. Disponível em: https://www.tribunapr.com.br/blogs/opiniao/o-fanatismo-na-historia/. Acesso em: 14 dez. 2021.)
PROPOSTA DE REDAÇÃO
Os estudiosos costumam apontar quatro principais justificativas ideológicas adotadas por fanáticos: as religiosas, as racistas, as políticas e as esportivas. Escolha um desses tipos de fanatismo e produza um texto dissertativo-argumentativo, discutindo, também com exemplos, a questão: Como não se influenciar pelo fanatismo?
Lembre-se de que clareza, coesão, coerência e correção gramatical devem estar presentes em seu texto.
Atenção: Não assine seu texto
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Ao refletir sobre fanatismo político, percebe-se que evitar ser influenciado por essa forma de extremismo requer estratégias eficazes e conscientes. Nesse contexto, defende-se que a educação crítica e o diálogo aberto são essenciais para prevenir a influência do fanatismo político. Para se aprofundar no assunto, é importante analisar a importância da educação crítica e a relevância do diálogo aberto e respeitoso.
Preliminarmente, a educação crítica desempenha um papel fundamental na formação de cidadãos conscientes e informados. De acordo com Paulo Freire, a educação deve promover a capacidade de questionar e refletir sobre a realidade, capacitando os indivíduos a reconhecer e resistir a discursos extremistas. Além disso, a educação crítica fomenta o pensamento independente, essencial para discernir informações e evitar manipulações ideológicas. Por exemplo, em sociedades onde a educação crítica é valorizada, observa-se uma maior resistência a discursos políticos extremistas e polarizadores.
Ademais, o diálogo aberto e respeitoso é crucial para a convivência democrática e a mitigação do fanatismo político. Segundo especialistas, a comunicação livre de coerção é essencial para a construção de consensos e a resolução pacífica de conflitos. Dessa forma, o diálogo aberto permite a troca de ideias e o entendimento mútuo, reduzindo a polarização e promovendo a tolerância. Um exemplo disso é o sucesso de iniciativas de mediação de conflitos que promovem o diálogo entre grupos políticos opostos, resultando em soluções mais equilibradas e pacíficas.
Desse modo, percebe-se que a educação crítica e o diálogo aberto são fundamentais para evitar a influência do fanatismo político. Por isso, é importante que governos e instituições educacionais invistam em programas que promovam o pensamento crítico e a comunicação respeitosa, fortalecendo a democracia e a convivência pacífica.
ORIENTAÇÕES:
O não atendimento às orientações abaixo levará à desclassificação da Prova de Redação:
1. A versão final do texto deve ser escrita à caneta preta ou azul;
2. O texto deve ter o mínimo de 25 e o máximo de 30 linhas;
3. Não se deve apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto;
4. Não se deve apresentar texto escrito com letra ilegível ou feito em forma de desenhos, números, com espaçamentos fora do normal entre palavras ou desrespeitando as linhas da versão definitiva;
5. A redação deve considerar o tipo de texto e a temática solicitados;
6. O texto deve ser escrito na folha de versão definitiva (esta não será substituída em nenhuma hipótese).
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Fragmento do texto 1 “Qual é a importância dos incentivos à cultura?”, de Camila Pinheiro1 – 20/03/18
Cultura, assim como educação, é instrumento de formação do cidadão, serve para desenvolver o senso crítico, possibilitar reflexões. Por este motivo, os direitos culturais são resguardados pela Constituição Federal.
No art. 215 da Magna Carta, temos que a garantia do pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional é dever do Estado, que deverá, inclusive, apoiar e incentivar a valorização e a difusão das manifestações culturais. O Estado, portanto, não é apenas um órgão incentivador, cabendo também a ele, em todas as esferas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) os papéis de proteger, fomentar e ainda de regular. [...]
Embora haja discussões e polêmicas acerca dos incentivos fiscais no âmbito cultural, especialmente no que tange ao uso correto dos recursos, é fato: o fomento ao setor, baseado na isonomia, que garanta a diversidade, a descentralização dos projetos e o pleno acesso à cultura é essencial para o desenvolvimento socioeconômico do país. Incentivar a cultura é incentivar o progresso!
1Advogada especialista em Direito Tributário e Docência no Ensino Superior. Pesquisadora do Direito do Entretenimento. Fonte: institutodea.com/artigo/qual-e-importancia-dos-incentivos-cultura/
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Fragmento do texto 2 “Pesquisa do IBGE mostra como é desigual o acesso à cultura e ao lazer”, por Jornal Nacional - 10/12/2019 21h54
[...] Um relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou as desigualdades de acesso à cultura no país. [...] O relatório do IBGE mostra que, de 2014 a 2018, o percentual de trabalhadores na área cultural com carteira assinada caiu de 45% para 34%, e a informalidade cresceu praticamente na mesma medida.
Os dados mostram que o total dos valores investidos em cultura até cresce ao longo dos anos, mas abaixo dos índices de inflação. Pior: ao mesmo tempo a participação do setor dentro dos orçamentos públicos diminui. A pesquisa também revela quem são os maiores prejudicados com isso: “A população de baixa renda, população jovem, pessoas negras, de uma forma geral pessoas que residem em locais menos privilegiados”, disse Jefferson Mariano, analista socioeconômico do IBGE.
Na definição usada pelo IBGE, 44% dos pretos e pardos vivem em cidades sem cinemas, contra 34% da população branca; 37%, em cidades sem museus, contra 25% dos brancos. Em cidades sem nenhum teatro ou sala de espetáculo, a diferença é a mesma.
E mais de um terço das crianças e adolescentes até 14 anos também não têm acesso a esse tipo de lazer cultural. Organizadora de uma versão popular das grandes feiras da chamada cultura geek, jovem, digital, a PerifaCon, Luíze Tavares diz que há uma visão distorcida do jovem da periferia: “A periferia não é entendida como um centro de cultura quando a gente fala de investimento. Em geral, cursos ou até acesso à educação que você tem na periferia são focados em trabalhos manuais, operacionais e nunca artísticos”, disse.
A diretora e representante da Unesco no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto, diz que, além de fundamental para o desenvolvimento de crianças e jovens, a cultura é importante para toda a sociedade: “O Brasil poderia investir mais, sim, na cultura, e também contribuir para melhorar o acesso, reduzindo a desigualdade”, explicou.
Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/12/10/pesquisa-do-ibge-mostra-como-e-desigual-o-acesso-a-cultura-e-ao-lazer.ghtml 15
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A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa debatendo o tema “A democratização do acesso à cultura no Brasil”.
Rascunho Eficiente
Proposta de Resolução
Ao refletir sobre acesso à cultura no Brasil, percebe-se que a democratização cultural no país é um desafio persistente e necessário. Nesse contexto, defende-se que a igualdade no acesso à cultura é essencial para o desenvolvimento social. Para se aprofundar no assunto, é importante analisar a importância dos incentivos culturais e as desigualdades no acesso à cultura.
Preliminarmente, a importância dos incentivos culturais deve ser destacada, pois eles são fundamentais para a promoção da diversidade cultural e do desenvolvimento crítico da sociedade. De acordo com especialistas, os incentivos fiscais e o apoio governamental são essenciais para garantir que manifestações culturais diversas alcancem um público mais amplo, promovendo a inclusão social e o enriquecimento cultural. Além disso, esses incentivos podem estimular a economia criativa, gerando empregos e promovendo o turismo cultural. Por exemplo, programas como a Lei Rouanet têm sido fundamentais para viabilizar projetos culturais que, de outra forma, não teriam recursos suficientes para serem realizados.
Ademais, as desigualdades no acesso à cultura no Brasil são um problema que precisa ser enfrentado com urgência. Conforme relatórios de instituições renomadas, grupos sociais menos favorecidos, como a população de baixa renda e moradores de áreas periféricas, enfrentam barreiras significativas para acessar bens e serviços culturais. Consequentemente, essas desigualdades perpetuam a exclusão social e limitam as oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional desses grupos. Um exemplo claro disso é a falta de infraestrutura cultural em muitas cidades brasileiras, onde a ausência de cinemas, teatros e museus é mais sentida pelas populações negras e pardas.
Desse modo, percebe-se que a promoção de um acesso igualitário à cultura é vital para o progresso social e econômico do Brasil. Por isso, é importante que o governo amplie os investimentos em cultura, garantindo que políticas públicas sejam implementadas para reduzir as desigualdades e promover a inclusão cultural de todos os cidadãos.
Segundo estimativas, os brasileiros serão cerca de 250 milhões no ano de 2050 com, provavelmente, mais de 90% dessa população vivendo nas cidades. Como será, então, nossa vida urbana?
“É importante lembrar que as cidades foram constituídas historicamente como o lugar do comércio, do mercado, dos negócios, do encontro de pessoas, dos eventos artísticos, das fábricas, dos bancos ou, ainda, das multidões. E, hoje, esse modelo corresponde às expectativas de seus habitantes? Como são nossas cidades atuais? O que nos preocupa nelas? O que nos atrai? O que nos repele? O que elas nos proporcionam? O que falta nelas? O que podemos fazer para tornáͲlas mais humanizadas? O que acontecerá se não cuidarmos do excessivo crescimento das cidades? Qual o papel do poder público?”
(Roberto Catelli Junior, História em rede.)
Com base nessas reflexões, elabore um texto dissertativo-argumentativo sobre a vida nas grandes cidades, seus aspectos positivos e negativos, apresentando soluções para os problemas detectados.
Rascunho Eficiente
Proposta de Resolução
Ao refletir sobre crescimento urbano no Brasil, percebe-se que os desafios e oportunidades nas cidades brasileiras em 2050 são complexos e multifacetados. Nesse contexto, defende-se que a urbanização acelerada exige planejamento estratégico para garantir qualidade de vida. Para se aprofundar no assunto, é importante analisar impactos do crescimento urbano desordenado e soluções para cidades mais sustentáveis e inclusivas.
Preliminarmente, o crescimento urbano desordenado pode levar a problemas significativos, como a falta de infraestrutura adequada e aumento da desigualdade social. De acordo com especialistas em urbanismo, a rápida expansão das cidades sem planejamento resulta em congestionamentos, poluição e escassez de serviços básicos. Além disso, a ocupação irregular de áreas urbanas pode aumentar os riscos de desastres naturais, como enchentes e deslizamentos. Por exemplo, a cidade de São Paulo enfrenta desafios constantes com enchentes devido à impermeabilização excessiva do solo.
Ademais, soluções para cidades mais sustentáveis e inclusivas são essenciais para o futuro urbano do Brasil. Conforme estudos de sustentabilidade urbana, a implementação de políticas públicas focadas em mobilidade urbana, habitação acessível e preservação ambiental pode transformar positivamente as cidades. Além disso, o incentivo ao uso de tecnologias inteligentes pode otimizar o uso de recursos e melhorar a qualidade de vida urbana. Um exemplo disso é o uso de "smart grids" para gestão eficiente de energia em cidades como Curitiba.
Desse modo, percebe-se que o planejamento estratégico é crucial para enfrentar os desafios da urbanização acelerada e promover cidades mais habitáveis. Por isso, é importante que o poder público, em parceria com a iniciativa privada e a sociedade civil, desenvolva políticas integradas que priorizem a sustentabilidade e a inclusão social.
Leia os textos a seguir:
Texto 1
Lei 14.016/20: Combate ao desperdício e incentivo a doações de alimentos excedentes
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), enquanto a fome atinge 14 (quatorze) milhões de brasileiros, no país são desperdiçadas 22 (vinte e dois) bilhões de calorias, quantidade calórica suficiente para satisfazer as necessidades nutricionais de, pelo menos, 11 (onze) milhões de pessoas, e reduzir a fome em níveis inferiores a 5% (cinco por cento). Consoante à FAO, 28% (vinte e oito por cento) do total desperdiçado ocorrem na produção dos alimentos.
Nesse cenário, foi sancionada a Lei 14.016/20 que entrou em vigor na data de 25/6/20. A lei autoriza os estabelecimentos que produzem e fornecem alimentos (incluídos os in natura, produtos industrializados e refeições prontas para o consumo) a doarem gratuitamente os excedentes não comercializados e ainda próprios para o consumo. A autorização engloba hospitais, supermercados, cooperativas, restaurantes, lanchonetes e todas as demais empresas que oferecem alimentos para o consumo de trabalhadores, de empregados, de colaboradores, de parceiros, de pacientes e de clientes em geral.
Como condição para a doação, a lei determina: (I) que os alimentos precisam estar dentro da data de validade e conservados nas condições especificadas pelo fabricante; (II) que sua integridade e segurança sanitária não estejam comprometidas; e (III) que estejam mantidas as suas propriedades nutricionais. As doações podem ser realizadas diretamente, mediante colaboração do Poder Público, ou para os bancos de alimentos de outras entidades beneficentes de assistência social (certificadas na forma da lei) ou de entidades religiosas. [...] O texto normativo ainda determina que os beneficiários das doações devem ser pessoas, famílias ou grupos que se encontram em situação de vulnerabilidade ou de risco alimentar ou nutricional.
A grande relevância da lei é com relação aos doadores e intermediários, pois adverte que, em hipótese alguma, as doações representarão relação de consumo, e prevê que apenas responderão (nas esferas civil, administrativa e penal) por danos causados pelos alimentos doados se agirem com dolo específico de causar danos à saúde de outrem. [...] A lei indica que a responsabilidade do doador se encerra na primeira entrega ao intermediário, ou, quando feita diretamente, ao beneficiário final. No mesmo sentido, a responsabilidade do intermediário se finda com a primeira entrega dos alimentos ao donatário. [...]
A lei é extremamente positiva e é de grande relevância ao combate ao desperdício. Apesar das doações de alimentos excedentes nunca terem sido vedadas, a norma positiva e delimita um ato que deveria ser praticado recorrentemente, e que não o era pelo receio da possível responsabilização dos doadores por eventuais danos causados pelos alimentos doados. [...]
(Adaptado de: PETRARCA, C. L; SIQUEIRA, N. Lei 14.016/20: Combate ao desperdício e incentivo a doações de alimentos excedentes. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/329649/lei-14-016-20--combate-ao-desperdicio-e-incentivo-a-doacoes-de-alimentos-excedentes.)
Texto 2
CRN-9 manifesta-se a respeito da lei federal “que dispõe sobre o combate ao desperdício de alimentos e a doação de excedentes de alimentos para o consumo humano”
O objeto da presente manifestação deste Conselho trata da Lei nº 14.016, de 23 de junho de 2020, que “dispõe sobre o combate ao desperdício de alimentos e a doação de excedentes de alimentos para o consumo humano.” […] Entretanto, alguns pontos dessa norma merecem especial atenção no que tange à aplicação dos dispositivos apresentados a seguir.
No Brasil, a situação de saúde se caracteriza por um elevado perfil de doenças crônicas não transmissíveis relacionadas ao consumo de alimentos inadequados. Dentre esses, destaca-se o alto consumo de alimentos e bebidas com excesso de sal, gordura e açúcares, contrariando as recomendações do “Guia Alimentar para a População Brasileira”, que orienta priorizar o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados.
Considerando o parágrafo 2º do art. 1º, o texto estabelece que a doação poderá ser feita diretamente, em colaboração com o poder público ou por meio de bancos de alimentos. No entanto, o dispositivo coloca o poder público como um coadjuvante na relação entre o doador e os beneficiários, quando, na verdade, a responsabilidade pela garantia do acesso aos alimentos deve ser assegurada pelo Estado, conforme o artigo 6º da Constituição Federal. Assim, o Estado (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) tem o dever de prover esse direito para a população. Essa responsabilidade consiste no dever de prover alimentos seguros para o consumo diretamente a indivíduos ou grupos incapazes de obtê-los por conta própria, até que alcancem condições de fazê-lo. [...]
Há de se ressaltar que o novo texto aprovado suprimiu o art. 3º do texto original da lei, que trazia “Os bancos de alimentos, as instituições receptoras e os estabelecimentos que realizam doações diretamente aos beneficiários deverão contar com profissional legalmente habilitado que assegure a qualidade nutricional e sanitária dos alimentos entregues”. Nesse ínterim, ao suprimir, o legislador minoriza a importância dos bancos de alimentos como um equipamento público de segurança alimentar e nutricional, deixando de considerar o acompanhamento feito por profissional habilitado, que no entendimento deste Conselho é de suma importância para garantia da qualidade e da segurança sanitária dos alimentos a serem doados para os beneficiários. [...]
Fazendo uma análise do art. 4º da lei que trata da responsabilização dos doadores na esfera penal em caso de dolo específico de causar danos à saúde, o destaque que se faz é que, em virtude da dificuldade de se estabelecer um nexo causal entre o acometimento por doença de transmissão alimentar com o alimento causador ao longo desta relação, comprovar a responsabilidade do doador não é tarefa fácil. Quanto a isso, o Código de Defesa do Consumidor é claro ao definir que alimentos deteriorados não podem ser entregues ao consumidor em hipótese alguma. A lei não estabelece quem fará a investigação e sequer prevê a guarda de amostras de produtos, a fim de subsidiar um procedimento analítico. [...]
Finalmente, é comprovado que alimentos ultraprocessados são desbalanceados nutricionalmente e o consumo compromete a saúde da população devido às elevadas quantidades de açúcar, sódio e gorduras nesses produtos alimentícios. Destaque-se que o “Guia Alimentar para a População Brasileira” recomenda que se evite o consumo de alimentos ultraprocessados. [...]
(Adaptado de: CRN-9 manifesta-se a respeito da lei federal “que dispõe sobre o combate ao desperdício de alimentos e a doação de excedentes de alimentos para o consumo humano”. Disponível em: https://universodanutricao.pling.net.br/CRN9/crn9-manifestase-a-respeito-da-lei-federal-que-dispoesobre-o-combate-ao-desperdicio-de-alimentos-e-a-doacao-de-excedentes-de-alimentos-para-o-consumo-humano/3022.)
Com base na leitura dos textos motivadores apresentados e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, escreva um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema:
Doação de alimentos: entre o combate ao desperdício e o risco à saúde.
Seu texto deve:
- contextualizar a temática;
- defender claramente um ponto de vista sobre o tema;
- respeitar as características discursivo-formais do gênero/tipo textual solicitado;
- empregar a norma culta escrita da Língua Portuguesa;
Rascunho Eficiente
Proposta de Resolução
Ao refletir sobre doação de alimentos, p defende-se que ela, embora essencial para combater o desperdício, deve ser cuidadosamente regulamentada para garantir a segurança alimentar e nutricional dos beneficiários. Para se aprofundar no assunto, é importante analisar a importância da doação de alimentos para combater o desperdício e a fome e a necessidade de regulamentação para assegurar a qualidade e segurança dos alimentos doados.
Preliminarmente, a importância da doação de alimentos para combater o desperdício e a fome é inegável. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), milhões de brasileiros enfrentam a fome, enquanto toneladas de alimentos são desperdiçadas diariamente. Esse cenário demonstra a necessidade urgente de ações que redirecionem esses excedentes alimentares para aqueles que mais necessitam. Um exemplo disso é a Lei 14.016/20, que busca facilitar a doação de alimentos excedentes, promovendo uma cultura de solidariedade e sustentabilidade.
Além disso, a necessidade de regulamentação para assegurar a qualidade e segurança dos alimentos doados é crucial. Conforme o Conselho Regional de Nutricionistas (CRN-9), a ausência de regulamentações rigorosas pode resultar na distribuição de alimentos inadequados, comprometendo a saúde dos beneficiários. Portanto, é imperativo que haja um controle rigoroso sobre a qualidade dos alimentos doados, garantindo que estejam dentro do prazo de validade e em condições adequadas de consumo. Um exemplo prático seria a implementação de políticas que exijam a presença de profissionais habilitados para supervisionar a qualidade nutricional e sanitária dos alimentos doados.
Desse modo, percebe-se que a doação de alimentos, embora essencial para combater o desperdício, deve ser cuidadosamente regulamentada para garantir a segurança alimentar e nutricional dos beneficiários. Por isso, é importante que o governo e as organizações envolvidas na doação de alimentos trabalhem juntos para desenvolver regulamentações que assegurem a qualidade e segurança dos alimentos doados, protegendo assim a saúde dos beneficiários e promovendo a justiça social.