Orientações para elaborar um recurso de sucesso para a prova discursiva PF
A divulgação do resultado preliminar da prova discursiva da Polícia Federal está próxima e a luta pelo salário de mais de R$12 mil reais ganha mais uma etapa: o recurso contra a nota da prova discursiva!
A Banca CESPE permite que o candidato interponha recurso individual contra o resultado preliminar da prova discursiva. É a única fase em que a majoração da nota não é atribuída a todos os candidatos, mas tão somente àquele que recorreu do resultado. Por isso, trata-se de um recurso INDIVIDUAL.
Serão muitas redações corrigidas para poucas vagas! Como cada ponto fará a diferença na classificação final, elaborei este artigo falando sobre:
DICAS PARA ELABORAR UM RECURSO DE SUCESSO PARA A PROVA DISCURSIVA DA POLÍCIA FEDERAL?
Começo este artigo destacando a importância da fase de recurso. Essa é a última fase em que o candidato tem a oportunidade de ganhar nota. E esse ganho costuma alterar significativamente a classificação no concurso. Não foram poucas as vezes em que vi pessoas serem convocadas graças às posições que ganharam depois do deferimento de seus recursos.
O Você Concursado já é referência nesse tipo de serviço e acompanha de perto essa fase do concurso. Assim, analisamos os resultados dos últimos concursos aplicados pelo CESPE, para que você tenha uma noção do grau de aceitabilidade de recursos pela Banca. Veja:
Veja que, no concurso do STM, 24% dos candidatos conseguiram ganhar pontos. Logicamente, só ganharam ponto aqueles que entraram com o recurso, ou seja, quem elaborou um recurso
Outra informação importante é: dentre todos os candidatos, NENHUM TEVE A NOTA DIMINUÍDA! A Banca CESPE defere ou não o recurso. Se ela deferir, você ganha pontos e pode melhorar sua classificação. Se ela indeferir, você não perde nada. Então, vale ou não vale a pena tentar?
Deixe-me mostrar casos de sucesso de recursos que fiz para alguns alunos:
“Boa noite, professor Bruno Marques. Ganhei 6,12 pontos. Que lindo! Minha nota ficou em 33,72, mas estava em 27,60 antes do recurso. Gostaria de agradecer muito pelo apoio no recurso da prova discursiva do STM. Obrigada!
Adriana Moraes – STM/CESPE/2018
“Profesorrrrr a minha nota subiu em 5.58 pontos. Muito obrigada. Mantive o 3º lugar para a minha região!!!!! Obrigadaaaaaa”.
Paola Diógenes –TRF 1ª Região/CESPE/2018
Esse serviço de excelência foi grande aliado para promover um salto relevante na minha classificação final no cargo de AJAJ do TRT da 8ª Região, uma vez que sai da 22ª colocação para a 4ª colocação, um ganho expressivo de 18 posições! Muito obrigada!”
Antonieta Bessa – TRT 8ª Região/2016
Bruno, saiu o resultado do recurso. Conseguimos 3,07 pontos…. Agradeço pela colaboração nesse momento de grande importância na minha carreira. Muito obrigado!
Deiber Vieira – TRF 1ª Região/CESPE/2018
Gostaria de fazer um agradecimento muito especial ao professor Bruno Marques que foi fundamental para que eu tivesse uma majoração de 5 pontos (isso mesmo meus nobres colegas concurseiros minha nota aumentou de 31,21 para 36,21) na prova discursiva do IPHAN para Analista. O recurso foi formulado de maneira muito clara, objetiva e com argumentos pertinentes. Fica aqui meu muito obrigado a equipe do VC CONCURSADO e principalmente ao professor Bruno Marques que recomendo demais!!!
Eduardo Luiz Couto – IPHAN/CESPE/2018 – 1º Lugar
E por que há tanta modificação nas notas após a fase de recurso?
A Banca tem muitas provas para corrigir em um curto prazo de tempo. Para isso, contrata diversos examinadores para fazer as correções. Para a análise do conteúdo, sua prova passa pela mão de 2 examinadores. A sua nota final é a média entre as notas concedidas pelos dois profissionais. Se a diferença entre as notas for muito discrepante, então a sua prova ainda passa pela avaliação de mais um examinador e sua nota passa a ser a média das duas mais altas.
Porém, como já era de se esperar, cada examinador tem uma visão de prova: uns são mais rígidos, outros mais flexíveis. Ao final, essa diferença de perfil entre os examinadores acaba impactando nas notas, gerando muita variação na nota dos candidatos.
No entanto, quando o aluno entra com recurso, há possibilidade de seu texto ser revisto por outro examinador. Se a nota do examinador que avaliar o recurso for maior que uma das notas anteriores, ela entrará no cálculo da média e a sua nota aumentará.
Por isso, é muito importante que você fique atento às informações deste artigo!!! Afinal, você só será beneficiado se entrar com o seu próprio recurso!
Dividi o artigo em 2 partes essenciais:
- Entendendo o espelho de correção;
- Características essenciais de um recurso.
ENTENDENDO O ESPELHO DE CORREÇÃO
Independente do cargo, Delegado, Perito, Agente, Escrivão ou Papiloscopista, o espelho de correção é o mesmo. Como você verá, ele está dividido em aspectos Macroestruturais e Micro estruturais:
MACROESTRUTURAIS: está subdividido em Quesito 1.0 (Apresentação) e Quesito 2.0 (Desenvolvimento do Tema). Este último quesito é composto da seguinte maneira: 2.1, 2,2 e/ou 2,3, a depender da quantidade de tópicos no enunciado da questão discursiva.
MICROESTRUTURAIS: obediências às regras gramaticais (ortografia, morfossintaxe e propriedade vocabular).
Para os aspectos MACROESTRUTURAIS, a lógica da Banca é a seguinte: se o candidato responder corretamente ao quesito, ganha nota máxima. Se não, é penalizado negativamente e proporcionalmente, de acordo com o nível da sua resposta.
Professor, mas como o examinador vai saber se eu respondi corretamente?
Para o quesito Apresentação, a banca vai analisar a sua letra, a obediência às margens e a estrutura textual, isto é, se o seu texto realmente é um texto dissertativo. Aqui, a Banca não costuma ser muito criteriosa e concede nota máxima à maioria dos candidatos. Normalmente, tira pontos daqueles candidatos que possuem uma letra bem ruim. Logo, se não tiver ganhado a nota máxima, vale a pena entrar com recurso.
Já no quesito Desenvolvimento do tema, a avaliação é um pouco diferente. A Banca possui uma resposta ideal para cada tópico do enunciado, a qual será disponibilizada no “Padrão de Resposta DEFINITIVO”.
O Padrão de Resposta DEFINITIVO é disponibilizado no mesmo dia que liberam o seu espelho de correção e é ele que deve ser utilizado como base para a elaboração do seu recurso.
Para que você entenda melhor, a correção da sua prova funciona como um check-list. O examinador faz um comparativo entre o que você escreveu e o padrão de resposta. Quanto mais pontos do Padrão de Resposta você escrever, maior será a sua pontuação. Como exemplo, cito um dos critérios que foi utilizado pela Banca na prova da Polícia Federal:
Quesito 2.1
0 – Não apresentou nenhum dos elementos constantes do padrão de resposta.
1 – Apresentou pelo menos um dos elementos constantes do padrão de resposta.
2 – Apresentou pelo menos dois dos elementos constantes do padrão de resposta.
3 – Apresentou pelo menos três dos elementos constantes do padrão de resposta.
4 – Apresentou os quatro elementos constantes do padrão de resposta.
Se o quesito 2.1 vale 10 pontos, cada um dos critérios acima valerá 2,5 pontos. Então, se a banca entender que o candidato “apresentou pelo menos três dos elementos constantes do padrão de resposta (critério 3)” a nota do quesito será 7,50.
Aqui vai a grande SACADA: se você tirou 7,50 pontos no quesito 2.1, não adianta pedir uma majoração para 8 ou 9 pontos, você deve pedir a majoração para 10 pontos! Afinal, a nota é distribuída com base nos critérios avaliativos. E isso faz toda a diferença na elaboração da argumentação. Então, fique ligado!
Depois de definida a nota de macroestrutura, serão descontados os erros de gramática (MICRO ESTRUTURAIS). Para calcular o erro, basta multiplicar a quantidade de erros por 2 e, depois, dividir pela quantidade de linhas efetivamente escritas.
Exemplo: vamos supor que o candidato cometeu 12 erros de gramática e escreveu 30 linhas. Logo, sua penalidade em gramática será de 0,8 pontos (12×2/30).
Como pode perceber, os erros de gramática possuem um impacto muito pequeno na nota final. Todavia, para aqueles candidatos que precisam de apenas alguns décimos para subir posições, vale muito a pena analisar com cuidado esses aspectos gramaticais para entrar com recurso.
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DE UM RECURSO
Vale a pena fazer recurso. Isso é verdade! Porém, não adianta fazer de qualquer jeito. Há algumas regras e dicas que você deve seguir para não ter seu recurso indeferido antes de chegar nas mãos do examinador.
Então, vamos analisar algumas características essenciais de um recurso, levando em conta o Edital do CESPE:
1º) O recurso deve ser tempestivo:
A Banca CESPE é bem rigorosa com o prazo para interposição do recurso. Normalmente, o candidato possui 2 dias úteis: de 9h do primeiro dia até às 18h do segundo dia.
São menos de 2 dias para fazer o recurso e inserir na plataforma do site. Depois do recurso pronto, você ainda deve contar o tempo que demora para inserir na plataforma da Banca. Por isso, não é bom deixar para a última hora.
2º) O recurso, em regra, não deve contestar o Padrão de Resposta;
A banca definiu o Padrão de Resposta e já concedeu prazo para questioná-lo. Esse padrão serve de base para a correção de todas as provas dissertativas. A definição desses critérios garante a isonomia e a objetividade da correção.
Ora, se um candidato entra com um recurso questionando alguns dos critérios avaliativos, terá muito mais dificuldade para conseguir êxito no recurso. Explico o motivo:
Para a Banca acatar esse tipo de recurso, teria que reavaliar todas as redações com base no novo critério. Logicamente, isso afetaria todo o cronograma do concurso. E isso não pode ocorrer, certo?
Além disso, o CESPE é claro em seu edital:
“10.10.5 No recurso contra o resultado provisório na prova discursiva, é vedado ao candidato novamente impugnar em tese o padrão de resposta, estando limitado à correção de sua resposta de acordo com o padrão definitivo”.
Por isso, não adianta encher o seu recurso de referência bibliográfica. O foco deve ser sempre uma análise comparativa entre a redação e os critérios avaliativos definidos pela Banca no Padrão de Resposta Definitivo, ok?
3º) O recurso deve ser claro e objetivo;
Esse é o grande desafio do recurso. O candidato deve ir direto ao ponto e explicar para o examinador porque sua nota deve ser majorada, sem fazer muitos rodeios. Os argumentos, no entanto, devem ser fortes. Por isso, utilizar uma linguagem simples e técnicas de enumerações e tópicos ajudam muito.
Antes de enviar o seu recurso, pergunte a você mesmo: Se eu tivesse 100 recursos para ler, eu leria o meu? Se achar que o seu recurso está cansativo, melhore o texto. Coloque-se sempre no lugar do examinador.
4º) Atenção à linguagem utilizada.
A linguagem é muito importante. Trata-se de um texto de natureza individual. Logo, o recurso pode ser escrito de forma impessoal ou na 1ª pessoa no singular (Eu). Porém, cuidado! Escrever o recurso inteiro na 1ª pessoa no plural (Nós) não cai bem, ok?
5º) Devo contratar um especialista para fazer o meu recurso?
Como se trata de uma fase importante, é comum que os candidatos procurem professores que possuem experiência em redigir recursos. E isso é uma ótima opção, caso tenha recursos financeiros disponíveis.
Em primeiro lugar, porque o professor tem acesso a várias provas do seu concurso, logo, poderá fazer uma análise mais profunda e entender como a Banca está corrigindo as provas.
Em segundo lugar, porque o especialista tem prática nesse tipo de serviço e sabe como e quais os pontos que devem ser contestados.
Por fim, na elaboração de recursos acerca dos aspectos gramaticais, é necessário um conhecimento mais aprofundado da língua portuguesa.
Porém, cuidado na hora de contratar um especialista!
O recurso contra o resultado da prova discursiva deve ser sempre individualizado. Recursos iguais ou semelhantes serão preliminarmente indeferidos. Isto é, se seu recurso for muito genérico e igual ao de outro candidato, a Banca nem vai ler. Possivelmente, vai indeferi-lo antes de encaminhar para o examinador.
Já vi casos em que um professor redigiu o mesmo recurso (genérico) para diversos alunos e entregou faltando apenas 1 hora antes de encerrar o prazo para interposição do recurso. Resultado, os alunos não tinham mais tempo para refazer o próprio recurso, tiveram o recurso indeferido, perderam dinheiro e ainda não tiveram a chance de melhorar suas classificações no concurso!
Portanto, fique sempre atento ao histórico do professor, caso venha a contratar um serviço de recurso, ok?
Bom, pessoal, espero que tenha facilitado a vida de vocês! Eu e a equipe do Você Concursado estaremos à disposição para lhe ajudar nesta fase!
Caso tenha alguma dúvida não esclarecida, pode deixar um comentário que terei o maior prazer em responder!
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