Recurso Dissertativa (Redação) CFO PM/MG – O que você precisa saber?

Professor Bruno Marques

A prova objetiva e dissertativa (redação) para seleção de candidatos para o Curso de Formação de Oficiais (CFO) da Polícia Militar de Minas Gerais (PM/MG) foi realizada no dia 04/02/2018.

No dia 21/03/2018, está previsto a publicação do resultado final da objetiva e o resultado preliminar da prova dissertativa (redação). Então, você terá 2 dias úteis para contestar a nota atribuída.

No último concurso elaborado pela PM/MG (CFO/2017), 70 candidatos, 27% do total que interpôs recurso, conseguiram majorar a nota da prova dissertativa (redação).

Por isso, elaborei este artigo para esclarecer algumas dúvidas sobre:

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE ELABORAÇÃO DE RECURSO?

Segundo o Edital do concurso, serão oferecidas 120 (cento e vinte) vagas, sendo 108 (cento e oito) vagas destinadas aos candidatos do sexo masculino e 12 (doze) vagas às candidatas do sexo feminino. Como irão corrigir 4 vezes o número de vagas, serão, ao todo, 480 redações corrigidas.

Trata-se de um recurso individual e, por isso, é muito importante que você fique bem atento às informações deste artigo!!! Afinal, você só será beneficiado, se entrar com o seu próprio recurso!

Dividi o artigo em 3 partes essenciais:

  • Entendendo o espelho de correção;
  • Importância do recurso;
  • Características essenciais de um recurso;

ENTENDENDO O ESPELHO DE CORREÇÃO

O tema da prova discursiva era o seguinte: “Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens. ”

Lendo o tema, é possível que você tenha achado que o que importa nessa redação é o conteúdo. Mas não é!

A prova dissertativa (redação) vale 100 pontos e, segundo o Edital, a correção será dividida da seguinte forma:

– Ortografia: 20 pontos;

– Morfossintaxe: 20 pontos;

– Pontuação: 20 pontos;

– Conteúdo: 40 pontos.

Em uma análise detalhada, 60 pontos são aspectos gramaticais e 40 pontos, aspectos de conteúdo. Porém, dentro desses 40 pontos, serão avaliados:

  1.  Pertinência ao tema proposto;
  2.  Argumentação coerente das ideias e informatividade;
  3.  Adequação do uso de articuladores;
  4. Organização adequada de parágrafos;
  5.  Propriedade vocabular.

Se observar bem, só os itens 1 e 2 estão diretamente relacionados ao tema/conteúdo. O restante dos quesitos avaliados busca avaliar a técnica de discursiva. O item 3 analisa a coesão textual. O item 4 cobra o conhecimento da estrutura de um texto dissertativo. Por fim, o item 5 cobra o uso adequado e coerente de termos e vocábulos textuais.

Sendo assim, a maior parte da nota da prova discursiva está relacionada aos aspectos gramaticais e textuais. Apenas uma pequena parte é conteúdo.

Logo, para elaborar um bom recurso, você deve passar por 2 etapas:

1ª Etapa:

Analisar todos os erros de gramática (ortografia, morfossintaxe e pontuação) indicados pelo examinador e verificar se eles de fato ocorreram.

Nesse aspecto, deve-se avaliar os casos em que o uso de pontuação, escrita ou morfossintaxe é obrigatório ou facultativo. É comum que o examinador indique um erro, de acordo com o que ele acha que é certo, mas que não possui respaldo gramatical. São nesses casos em que cabem recursos.

 2ª Etapa:

Analisar os aspectos de conteúdo, separadamente. A regra aqui é simples. Se o examinador tirou ponto, indicando que a sua argumentação não é coerente, por exemplo, você deve defender o contrário.

Para provar isso, pode utilizar trechos da sua redação e explica-las, bem como conceitos textuais defendidos por gramáticos. Porém, cuidado. Não adianta só jogar as informações no recurso, é preciso organizá-las de forma objetiva. Nesse artigo, vou detalhar algumas características essenciais para um recurso.

 

IMPORTÂNCIA DO RECURSO

Muitos candidatos não se atentam a essa fase do recurso. Porém, mal sabem da importância dela.  Essa é a última fase do recurso em que o candidato tem a oportunidade de ganhar nota. E esse ganho de nota costuma alterar significativamente a classificação do concurso. Só para você ter ideia, no concurso do TCU cheguei a ganhar 6 pontos em um recurso e sair de 32º para 20º em um concurso com 22 vagas. Ou seja, entrei nas vagas graças ao recurso.

No último concurso elaborado pela PM/MG (CFO /2017), de 259 recurso interpostos contra a prova discursiva, 189 (73%) foram indeferidos ou não conhecidos e 70 (27%) deferidos (total ou parcial). Esse número é altíssimo e mostra que há uma boa aceitabilidade de recursos.

Não foram poucas as vezes em que vi pessoas serem convocadas graças às posições que ganharam depois do recurso. Deixe-me mostrar-lhe alguns casos de sucesso de recursos que fiz para alguns alunos:

Esse serviço de excelência foi grande aliado para promover um salto relevante na minha classificação final no cargo de AJAJ do TRT da 8ª Região, uma vez que sai da 22ª colocação para a 4ª colocação, um ganho expressivo de 18 posições! Muito obrigada!”

Antonieta Bessa – TRT 8ª Região/2016

“Gostaria de agradecer a vc (Professor Bruno Marques) e a sua equipe pelo sucesso obtido com recurso feito. Minha nota subiu 0,75 pts. Mas uma vez, muito obrigado.”

Marcos Augusto – Recurso- Analista MPOG/Enap/2015

Se alguns candidatos ganham posições na classificação final, naturalmente, outros perdem.

E por que há tanta modificação nas notas após a fase de recurso?

A Banca tem muitas provas para corrigir em um curto prazo de tempo. Para isso, contrata diversos examinadores para fazer as correções. Porém, como já era de se esperar, cada examinador tem um conhecimento e um jeito de corrigir as provas, uns são mais rígidos, outros mais flexíveis. Ao final, essa diferença de examinadores acaba impactando nas notas, o que gera algumas anomalias.

No entanto, quando o aluno entra com recurso, há possibilidade de seu texto ser revisto novamente por outro examinador. Se a nota do novo examinador for maior que a correção anterior, seu recurso será deferido e sua nota aumentará.

Além disso, ao entrar com recurso, você só tem a possibilidade de aumentar a nota e nunca de diminuir. Caso houvesse uma diminuição da nota, deveria haver um outro prazo de recurso e isso afetaria o cronograma do concurso inteiro. Por isso, na pior das hipóteses, a Banca indefere o recurso e mantém a nota aplicada.

Sendo assim, vale a pena entrar com recurso?

Se você não perderá pontos, o que custa tentar? O máximo que vai ganhar é um não!

Por isso, a meu ver, sempre vale a pena entrar com recurso, afinal, só terá a nota da prova discursiva majorada quem recorrer, certo?

CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DE UM RECURSO

Vale a pena fazer recurso. Isso é verdade! Mas não adianta fazer de qualquer jeito. Há algumas regras e dicas que você deve seguir para não ter seu recurso indeferido antes de chegar nas mãos do examinador.

Então, vamos analisar algumas características essenciais de um recurso, levando em conta o Edital da PM/MG:

1º) Fique ligado às exigências de recurso previstas no Edital:

A PM/MG costuma ser bem rigorosa quanto à análise do recurso. Se o candidato não obedecer a todas as exigências previstas no Edital, o recurso não é acatado. Por isso, não adianta fazer o melhor recurso do mundo se não se atentar ao Edital.

Inclusive, o próprio edital prevê o seguinte:

8.1.10 Não será conhecido o recurso que contrariar as normas estabelecidas neste edital.

 Seguem algumas exigências previstas no Edital:

  • O recurso contra o resultado da prova discursiva deve seguir o modelo do formulário Anexo H do edital.
  •  O recurso deve ser entregue pessoalmente, ou por procuração, ou via correio, dentro prazo interposição do recurso.
  •  O recurso deverá ter todas as folhas numeradas e conter fundamentação com argumentação lógica e consistente, devendo ser anexada fotocópia da bibliografia pesquisada.
  •  As razões do candidato deverão ser apresentadas em folha avulsa aos seus dados de identificação, conforme orientações constantes do formulário do ANEXO “H”.

 2º) O recurso deve ser tempestivo:

A Banca é bem rigorosa com o prazo para interposição do recurso. O edital prevê o prazo de 2 dias úteis após a divulgação do resultado preliminar da prova discursiva.

São apenas 2 dias para fazer o recurso e encaminhar para o Diretor de Recursos Humanos. Você poderá fazer isso de 2 formas:

  • a) pessoalmente pelo candidato ou mediante procuração original, assinada pelo candidato, com cópia da carteira de identidade do procurado e do procurador, (não será aceito cópia da procuração, documento escaneado e/ou impresso ou outro tipo de procuração), no Centro de Recrutamento e Seleção, localizado à Rua dos Pampas, nº 701 – Bairro Prado – Belo Horizonte/MG, em dias úteis, no horário de 08h30min às 17h;
  • b) pelos correios, via Sedex, com AR (Aviso de Recebimento), sendo a tempestividade verificada de acordo com a data da postagem, endereçada ao Centro de Recrutamento e Seleção, localizado à Rua dos Pampas, nº 701 – Bairro Prado – Belo Horizonte/MG, CEP: 30.411-073

3º) O recurso, em regra, não deve contestar os critérios avaliativos;

A banca definiu critérios avaliativos para servirem de base para à correção de todas as provas dissertativas. A definição desses critérios garante a isonomia e a objetividade da correção.

Ora, se um candidato entra com um recurso questionando alguns dos critérios avaliativos terá muito mais dificuldade para conseguir êxito no recurso. Explico o motivo:

Para a Banca acatar esse tipo de recurso, teria que reavaliar todas as redações com base no novo critério. Logicamente, isso afetaria todo o cronograma do concurso. Com certeza isso não deve ocorrer, certo?

Por isso, não adianta, por exemplo, encher o seu recurso de referência bibliográfica para justificar que a Banca direcionou pouca nota para o aspecto de conteúdo e muito, para os aspectos de gramática. Esse recurso tende ao indeferimento.

4º) O recurso deve ser claro e objetivo;

Esse é o grande desafio do recurso. O candidato deve ir direto ao ponto e explicar para o examinador porque sua nota deve ser majorada, sem fazer muitos rodeios.

Os argumentos, no entanto, devem ser fortes. Por isso, utilizar de linguagem simples e técnicas de enumerações e tópicos ajudam muito.

Antes de enviar o seu recurso, pergunte a você mesmo: Se eu tivesse 100 recursos para ler, eu leria o meu? Se achar que o seu recurso está cansativo, melhore o texto. Coloque-se sempre no lugar do examinador.

5º) Atenção à linguagem utilizada.

A linguagem é muito importante. Trata-se de um texto de natureza individual. Logo, o recurso pode ser escrito de forma impessoal ou na 1ª pessoa no singular (Eu). Porém, cuidado! Escrever o recurso na 1ª pessoa no plural (Nós), não cai bem, ok?

6º) Devo contratar um especialista para fazer o meu recurso?

Como se trata de uma fase importante, é comum que os candidatos procurem professores que possuem experiência em recursos. E isso é uma ótima opção, caso tenha recursos financeiros disponíveis.

Primeiro, porque o professor tem acesso a várias provas do seu concurso, logo, poderá fazer uma análise mais profunda e entender como a Banca está corrigindo as provas.

Segundo, pois tem prática nesse tipo de serviço e sabe como e quais os pontos que devem ser contestados.

Por fim, na elaboração de recursos acerca dos aspectos gramaticais, é necessário um conhecimento mais aprofundado da língua portuguesa.

Porém, cuidado na hora de contratar um especialista.

O recurso contra o resultado da prova discursiva deve ser sempre individualizado. Segundo a Banca, o edital deve ser individual. Se seu recurso for muito genérico e igual a de outro candidato, a Banca, possivelmente, vai indeferi-lo antes de encaminhar para o examinador.

Já vi casos em que um professor redigiu o mesmo recurso (genérico) para diversos alunos e entregou faltando apenas 1 hora antes de encerrar o prazo para interposição do recurso. Resultado, os alunos não tinham mais tempo para refazer o próprio recurso, tiveram o recurso indeferido, perderam dinheiro e, ainda, não tiveram a chance de melhorar a classificação no concurso!

Portanto, fique sempre atento ao histórico do professor, caso venha a contratar um serviço de recurso, afinal, você terá que levar o recurso pronto pessoalmente ou nos correios, impresso. E precisará de tempo para fazer isso.

Bom pessoal, espero que tenha facilitado a vida de vocês! Eu e a equipe do Você Concursado estaremos à disposição para lhe ajudar nesta fase!

Caso tenha alguma dúvida não esclarecida, pode deixar um comentário que terei o maior prazer em esclarecer!

Professor: Bruno Marques

Página de acompanhamento do concurso: Aqui!

Recurso para discursivas: Aqui!

 

 

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carlos
carlos
6 anos atrás

professor bruno marques, pode me informar se, no caso do cfs pmmg 2018, o recurso contra prova dissertativa em que a folha de identificação estiver anexada junto ao recurso, pode ser conhecido?? outra coisa, os professores que corrigiram pra mim, assinaram…no final do recurso…pode ?? Agradeço muito se puder me informar….