Como elaborar o recurso para o concurso da PRF/2021
A prova da Polícia Rodoviária Federal foi aplicada no último domingo, dia 09 de maio de 2021.
Agora, começam as fases de RECURSO!
Conforme consta no Edital, serão três etapas de recurso que vão mudar consideravelmente a classificação final no concurso:
1) Recurso contra o gabarito da prova objetiva;
2) Recurso contra o Padrão de Resposta Preliminar; e
3) Recurso contra o resultado da prova discursiva.
Então, se você estudou e se preparou para a prova, NÃO DEVE APENAS ESPERAR O RESULTADO.
Está na hora de direcionar suas energias para conquistar o máximo de pontos nessas etapas e garantir uma melhor classificação final no concurso.
Para te ajudar, esse artigo visa responder à seguinte pergunta:
COMO ELABORAR O RECURSO PARA O CONCURSO DE PRF?
Serão muitas redações corrigidas e os candidatos nas primeiras posições serão chamados primeiro!
Assim, como cada ponto fará a diferença na classificação final, elaborei este artigo falando sobre as fases de recurso.
Se preferir, pode assistir ao vídeo em que explico o passo a passo para os recursos relacionados à prova discursiva.
1) Recurso contra o gabarito da prova objetiva;
Nessa fase, a única regra é: relacionar todas as questões que errou e tentar recorrer de todas! Logicamente, nem sempre é possível questionar todos os gabaritos. Porém, sempre que identificar que algo na questão possa causar dupla interpretação, recorra!
No seu recurso, você pode solicitar a anulação da questão, a alteração do gabarito e a manutenção do gabarito. Esse último tipo de solicitação já é usado por alguns candidatos há muito tempo. Na hora de conquistar uma vaga, qualquer estratégia é válida.
Então, muitos candidatos, ao ver que as pessoas estão querendo recorrer de questões que eles acertaram, entram com um recurso para que a Banca mantenha o gabarito original.
Acha loucura? Saiba que é uma previsão contida no Edital:
“9.13.3.1 O candidato poderá, ainda, no período de que trata o subitem 9.13.3 deste edital, apresentar razões para a manutenção do gabarito, por meio do Sistema Eletrônico de Interposição de Recurso,(…)”
Então, nada de sair por aí dizendo de quais questões você vai recorrer, ok?
Por fim, os recursos providos nessa fase são sempre significativos, pois cada questão que você consegue reverter ou anular equivale a 2 pontos a mais, pois no critério de “uma errada anula uma certa”, além de ganhar um ponto, você deixa de perder um ponto.
2) Recurso contra o Padrão de Resposta Preliminar da Discursiva;
Esse recurso tem por objetivo alterar os critérios de correção da discursiva que será utilizado pela banca, a fim deixá-los mais próximos do que o candidato escreveu.
Assim, quando a banca analisar a prova, tenderá a conceder mais pontos.
Após analisar a prova, verifiquei que o padrão de resposta preliminar veio bem aberto, admitindo várias possibilidades de resposta.
Há 2 informações importantes nesse Padrão.
A primeira se refere aos elementos de coesão textual. Apesar de trazer uma previsão de que isso será avaliado no desenvolvimento do tema, não há um quesito específico. Então, caso o candidato tenha apresentado uma boa coesão textual, seria interessante pedir a inserção, por exemplo, do trecho abaixo (em negrito) nos conceitos 3 dos quesitos 2.1, 2.2 e 2.3:
3 – Explicou consistentemente o impacto, articulando-os com o tema e os demais aspectos e citou possíveis causas, E apresentou vários elementos coesivos adequadamente.
A segunda informação importante é a disponibilização dos conceitos avaliativos que serão utilizados pelo examinador para atribuir a pontuação aos candidatos.
Apesar de muita gente não conhecer, trata-se de um modelo comum em provas da Banca Cebraspe. Explicarei para você como funciona:
Tópico 1: o impacto da previsão dos crimes de trânsito no que se refere aos ATTs e as possíveis causas desse impacto; [valor: 5,00 pontos]
Para atribuir a nota, a Banca definiu os seguintes conceitos:
Quesito 2.1:
0 – Não abordou o aspecto do impacto da previsão dos crimes de trânsito no que se refere à redução dos acidentes de trânsito nem citou as possíveis causas.
1 – Mencionou o impacto (a redução inicial e o posterior aumento dos acidentes de trânsito, por exemplo), mas não os desenvolveu nem citou possíveis causas.
2 – Mencionou o impacto e citou possíveis causas, mas desenvolveu de forma inconsistente ou desconectada do texto como um todo.
3 – Explicou consistentemente o impacto, articulando-os com o tema e os demais aspectos e citou possíveis causas.
Apesar da banca não citar expressamente, é possível inferir a pontuação de cada conceito.
Conceito 0: 0,00 pontos
Conceito 0-1:0,83 pontos
Conceito 1: 1,67 pontos
Conceito 1-2: 2,50 pontos
Conceito 2: 3,33 pontos
Conceito 2-3:4,17 pontos
Conceito 3: 5,00 pontos
Essa lógica vale para todos os quesitos avaliativos.
A meu ver, esse padrão de resposta poderia ser melhor. A utilização dos termos “inconsistente” e “consistentemente” deixa a avaliação subjetiva:
“2 – Mencionou o impacto e citou possíveis causas, mas desenvolveu de forma inconsistente ou desconectada do texto como um todo.
3 – Explicou consistentemente o impacto, articulando-os com o tema e os demais aspectos e citou possíveis causas.”
Entende-se que deixar a análise do que é “consistente ou não” a cargo do corretor é um problema sério para a isonomia.
Um examinador pode ser (e será) mais criterioso que outro, o que pode causar (causará) uma discrepância muito grande entre as correções.
Assim, os candidatos que tiverem as provas corrigidas pelo examinador mais exigente tenderão a tirar uma nota menor.
Como serão vários corretores, pois são muitas provas, quanto mais objetivo for o padrão, melhor. Então, há margem para recurso!
Uma das possibilidades, a fim de deixar o padrão mais objetivo, é a alteração dos conceitos para:
Quesito 2.1:
0 – Não abordou o aspecto do impacto da previsão dos crimes de trânsito no que se refere à redução dos acidentes de trânsito nem citou as possíveis causas.
1 – Mencionou o impacto (a redução inicial e o posterior aumento dos acidentes de trânsito, por exemplo), mas não os desenvolveu nem citou possíveis causas.
2 – Mencionou o impacto (a redução inicial e o posterior aumento dos acidentes de trânsito, por exemplo) mas desenvolveu de forma inconsistente ou desconectada do texto como um todo. mas citou apenas uma possível causa.
3 – Explicou o impacto (a redução inicial e o posterior aumento dos acidentes de trânsito, por exemplo), articulando-os com o tema e os demais aspectos e citou possíveis causas. e citou duas ou mais possíveis causas.
Veja que ao tirar os termos “subjetivos”, a análise do corretor será bem mais simples e clara. Ora, em suma, o enunciado pediu para:
1) abordar o impacto da previsão dos crimes de trânsito no que se refere aos ATTs e
2) citar as possíveis causas.
Então, nada mais justo que o candidato seja avaliado estritamente acerca do que foi pedido: mencionar o impacto e citar duas ou mais possíveis causas.
Logicamente, você deve montar o seu recurso tentando dar destaque para informações que você apresentou no seu texto.
Então, se citou um impacto ou uma possível causa que não está no padrão de resposta, deve pedir para o examinador inserir.
Para os quesitos 2.2 e 2.3 aplica-se a mesma lógica. Então, deixarei com você. Faça a alteração, a fim de retirar a subjetividade da análise! =D
3) Recurso contra o resultado da prova discursiva.
Essa é a última fase em que o candidato tem a oportunidade de ganhar nota. E esse ganho costuma alterar significativamente a classificação no concurso. Não foram poucas as vezes em que vi pessoas serem convocadas graças às posições que ganharam depois do deferimento de seus recursos.
O Você Concursado já é referência nesse tipo de serviço e acompanha de perto essa fase do concurso. Assim, analisamos os resultados dos últimos concursos aplicados pelo Cebraspe. Deixe-me mostrar casos de sucesso de recursos que fiz para alguns alunos:
“Boa noite, professor Bruno Marques. Ganhei 6,12 pontos. Que lindo! Minha nota ficou em 33,72, mas estava em 27,60 antes do recurso. Gostaria de agradecer muito pelo apoio no recurso da prova discursiva do STM. Obrigada!
Adriana Moraes – STM/CESPE/2018
“Profesorrrrr a minha nota subiu em 5.58 pontos. Muito obrigada. Mantive o 3º lugar para a minha região!!!!! Obrigadaaaaaa”.
Paola Diógenes –TRF 1ª Região/CESPE/2018
Gostaria de fazer um agradecimento muito especial ao professor Bruno Marques que foi fundamental para que eu tivesse uma majoração de 5 pontos (isso mesmo meus nobres colegas concurseiros minha nota aumentou de 31,21 para 36,21) na prova discursiva do IPHAN para Analista. O recurso foi formulado de maneira muito clara, objetiva e com argumentos pertinentes. Fica aqui meu muito obrigado a equipe do VC CONCURSADO e principalmente ao professor Bruno Marques que recomendo demais!!!
Eduardo Luiz Couto – IPHAN/CESPE/2018 – 1º Lugar
E por que há tanta modificação nas notas após a fase de recurso?
A Banca tem muitas provas para corrigir em um curto prazo de tempo. Para isso, contrata diversos examinadores para fazer as correções.
Para a análise do conteúdo, sua prova passa pela mão de 2 examinadores. A sua nota final é a média entre as notas concedidas pelos dois profissionais.
Se a diferença entre as notas for muito discrepante, então a sua prova ainda passa pela avaliação de mais um examinador e sua nota passa a ser a média das duas mais altas.
Porém, como já era de se esperar, cada examinador tem uma visão de prova: uns são mais rígidos, outros mais flexíveis.
Ao final, essa diferença de perfil entre os examinadores acaba impactando nas notas, gerando muita variação na nota dos candidatos.
No entanto, quando o aluno entra com recurso, há possibilidade de seu texto ser revisto.
Se a nota do examinador que avaliar o recurso for maior que uma das notas anteriores, ela entrará no cálculo da média e a sua nota aumentará.
Por isso, é muito importante que você fique atento às informações deste artigo!!! Afinal, você só será beneficiado se entrar com o seu próprio recurso!
Orientações para elaboração do recurso contra o resultado da prova discursiva
Vale a pena fazer recurso. Isso é verdade! Porém, não adianta fazer de qualquer jeito.]
Há algumas regras e dicas que você deve seguir para não ter seu recurso indeferido antes de chegar nas mãos do examinador.
Então, vamos analisar algumas características essenciais de um recurso, levando em conta o Edital do CEBRASPE:
1º) O recurso deve ser tempestivo:
A Banca CEBRASPE é bem rigorosa com o prazo para interposição do recurso. Normalmente, o candidato possui 2 dias úteis: de 9h do primeiro dia até às 18h do segundo dia.
São menos de 2 dias para fazer o recurso e inserir na plataforma do site. Depois do recurso pronto, você ainda deve contar o tempo que demora para inserir na plataforma da Banca.
Por isso, não é bom deixar para a última hora.
2º) O recurso contra o resultado provisório da prova discursiva, em regra, não deve contestar o Padrão de Resposta;
A banca definiu o Padrão de Resposta e concedeu prazo para questioná-lo. Esse padrão serve de base para a correção de todas as provas dissertativas.
A definição desses critérios garante a isonomia e a objetividade da correção.
Você deve recorrer desse padrão preliminar tentando aproximá-lo ao máximo da sua resposta. Isso deve ser feito junto com o recurso contra o gabarito preliminar da prova discursiva.
Após essa fase o Padrão de Reposta não poderá mais ser questionado.
O CEBRASPE é claro em seu edital:
“No recurso contra o resultado provisório na prova discursiva, é vedado ao candidato novamente impugnar em tese o padrão de resposta, estando limitado à correção de sua resposta de acordo com o padrão definitivo”.
Por isso, não adianta encher o seu recurso de referência bibliográfica. O foco no recurso contra o resultado preliminar da prova discursiva deve ser sempre uma análise comparativa entre a redação e os critérios avaliativos definidos pela Banca no Padrão de Resposta Definitivo, ok?
O Padrão de Resposta DEFINITIVO é disponibilizado no mesmo dia que liberam o seu espelho de correção e é ele que deve ser utilizado como base para a elaboração do seu recurso.
Ora, se um candidato entra com um recurso questionando alguns dos critérios avaliativos, terá muito mais dificuldade para conseguir êxito no recurso.
Para a Banca acatar esse tipo de recurso, teria que reavaliar todas as redações com base no novo critério. Logicamente, isso afetaria todo o cronograma do concurso.
E isso não pode ocorrer, certo?
3º) O recurso deve ser claro e objetivo;
Esse é o grande desafio do recurso. O candidato deve ir direto ao ponto e explicar para o examinador por que sua nota deve ser majorada, sem fazer muitos rodeios.
Os argumentos, no entanto, devem ser fortes. Por isso, utilizar uma linguagem simples e técnicas de enumerações e tópicos ajudam muito.
Antes de enviar o seu recurso, pergunte a você mesmo: Se eu tivesse 100 recursos para ler, eu leria o meu? Se achar que o seu recurso está cansativo, melhore o texto.
Coloque-se sempre no lugar do examinador.
4º) Atenção à linguagem utilizada.
A linguagem é muito importante. Trata-se de um texto de natureza individual. Logo, o recurso pode ser escrito de forma impessoal ou na 1ª pessoa no singular (Eu).
Porém, cuidado! Escrever o recurso inteiro na 1ª pessoa no plural (Nós) não cai bem, ok?
5º) Devo contratar um especialista para fazer o meu recurso contra o resultado da prova discursiva?
Os recursos contra o gabarito da prova objetiva e contra o Padrão Preliminar de Resposta normalmente são elaborados pelos próprios candidatos, uma vez que o impacto das alterações é atribuído a todos os candidatos.
Porém, quando se trata do recurso contra o resultado da prova discursiva, como se trata de uma fase importante e individualizada, é comum que os candidatos procurem professores que possuem experiência em redigir recursos.
E isso é uma ótima opção, caso tenha recursos financeiros disponíveis.
Em primeiro lugar, porque o professor tem acesso a várias provas do seu concurso, logo, poderá fazer uma análise mais profunda e entender como a Banca está corrigindo as provas.
Em segundo lugar, porque o especialista tem prática nesse tipo de serviço e sabe como e quais os pontos que devem ser contestados.
Por fim, na elaboração de recursos acerca dos aspectos gramaticais, é necessário um conhecimento mais aprofundado da língua portuguesa.
Porém, cuidado na hora de contratar um especialista!
O recurso contra o resultado da prova discursiva deve ser sempre individualizado. Recursos iguais ou semelhantes serão preliminarmente indeferidos.
Isto é, se seu recurso for muito genérico e igual ao de outro candidato, a Banca nem vai ler. Possivelmente, vai indeferi-lo antes de encaminhar para o examinador.
Já vi casos em que um professor redigiu o mesmo recurso (genérico) para diversos alunos e entregou faltando apenas 1 hora antes de encerrar o prazo para interposição do recurso.
Resultado, os alunos não tinham mais tempo para refazer o próprio recurso, tiveram o recurso indeferido, perderam dinheiro e ainda não tiveram a chance de melhorar suas classificações no concurso!
Portanto, fique sempre atento ao histórico do professor, caso venha a contratar um serviço de recurso, ok?
Bom, pessoal, espero que tenha facilitado a vida de vocês! Eu e a equipe do Você Concursado estaremos à disposição para lhe ajudar nesta fase!
Caso tenha alguma dúvida não esclarecida, pode deixar um comentário que terei o maior prazer em responder!
Abraço!
Bruno Marques.