Como elaborar um recurso de sucesso para o Iphan (Cespe)

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Professor Bruno Marques

A divulgação pelo Cespe do resultado preliminar da prova discursiva do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) está próxima.

Nessa fase de recurso, muita coisa pode mudar. Caso entre com recurso e tenha um aumento de nota, você poderá:

Melhorar a sua classificação; ou

Manter a sua colocação no concurso;

Veja que estamos falando em melhoria na classificação final do concurso!

Como bem sabemos, qualquer posição a mais pode fazer toda a diferença, por isso, elaborei este artigo falando sobre técnicas de:

COMO ELABORAR UM RECURSO DE SUCESSO NO CONCURSO DO IPHAN (Cespe)

Começo este artigo destacando a importância da fase de recurso. Essa é a última fase em que o candidato tem a oportunidade de ganhar nota. E esse ganho costuma alterar significativamente a classificação no concurso.

É a única fase em que a majoração da nota não é atribuída a todos os candidatos, mas tão somente àquele que recorreu do resultado. Por isso, trata-se de um recurso INDIVIDUAL.

Não foram poucas as vezes em que vi pessoas serem convocadas graças às posições que ganharam depois do deferimento de seus recursos. O Você Concursado já é referência nesse tipo de serviço e acompanha de perto essa fase do concurso. Assim, analisamos os resultados dos últimos concursos aplicados pelo CESPE (STM, TCE/PE e TRF 1ª Região), para que você tenha uma noção do grau de aceitabilidade de recursos pela Banca. Veja:

Veja que, no concurso do STM, por exemplo, 24% dos candidatos conseguiram ganhar pontos. Em um rol de mil pessoas, 240 candidatos conseguiram majoração. Logicamente, só ganharam ponto aqueles que entraram com o recurso.

Outra informação importante é: dentre todos os candidatos, NENHUM TEVE A NOTA DIMINUÍDA! A Banca CESPE defere ou não o recurso. Se ela deferir, você ganha pontos e pode melhorar sua classificação. Se ela indeferir, você não perde nada. Então, vale ou não vale a pena tentar?

Deixe-me mostrar casos de sucesso de recursos que fiz para alguns alunos:

“Boa noite, professor Bruno Marques. Ganhei 6,12 pontos. Que lindo! Minha nota ficou em 33,72, mas estava em 27,60 antes do recurso. Gostaria de agradecer muito pelo apoio no recurso da prova discursiva do STM.   Obrigada!

Adriana Moraes – STM/CESPE/2018

 

 “Profesorrrrr a minha nota subiu em 5.58 pontos. Muito obrigada. Mantive o 3º lugar para a minha região!!!!! Obrigadaaaaaa”.

Paola Diógenes –TRF 1ª Região/CESPE/2018

 

Esse serviço de excelência foi grande aliado para promover um salto relevante na minha classificação final no cargo de AJAJ do TRT da 8ª Região, uma vez que sai da 22ª colocação para a 4ª colocação, um ganho expressivo de 18 posições! Muito obrigada!”

Antonieta Bessa – TRT 8ª Região/2016

 

Bruno, saiu o resultado do recurso. Conseguimos 3,07 pontos…. Agradeço pela colaboração nesse momento de grande importância na minha carreira. Muito obrigado!

Deiber Vieira – TRF 1ª Região/CESPE/2018

 

Se você entrar no meu Instagram @prof.brunomarques, verá outras dezenas de mensagens assim.

E por que há tanta modificação nas notas após a fase de recurso?

A Banca tem muitas provas para corrigir em um curto prazo de tempo. Para isso, contrata diversos examinadores para fazer as correções. Para a análise do conteúdo, sua prova passa pela mão de 2 examinadores. A sua nota final é a média entre as notas concedidas pelos dois profissionais. Se a diferença entre as notas for muito discrepante, então a sua prova ainda passa pela avaliação de mais um examinador e sua nota passa a ser a média das duas mais altas.

Porém, como já era de se esperar, cada examinador tem uma visão de prova: uns são mais rígidos, outros mais flexíveis. Ao final, essa diferença de perfil entre os examinadores acaba impactando nas notas, gerando muita variação na nota dos candidatos.

No entanto, quando o aluno entra com recurso, há possibilidade de seu texto ser revisto por outro examinador. Se a nota do examinador que avaliar o recurso for maior que uma das notas anteriores, ela entrará no cálculo da média e a sua nota aumentará.

Por isso, é muito importante que você fique atento às informações deste artigo!!! Afinal, você só será beneficiado se entrar com o seu próprio recurso!

Dividi o artigo em 3 partes essenciais:

  • Entendendo o espelho de correção;
  • Características essenciais de um recurso.
  • Há possibilidade de reduzir a nota?

 

 ENTENDENDO O ESPELHO DE CORREÇÃO

A prova discursiva foi aplicada para todos os cargos de nível superior e médio. Os temas foram:

Cargo de Nível Superior:

Tendo como referência inicial os textos motivadores precedentes, redija um texto dissertativo a respeito do seguinte tema.

EDUCAÇÃO E PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL: GARANTIA DO DIREITO À MEMÓRIA CULTURAL NO BRASIL CONTEMPORÂNEO

Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

1 o direito à memória cultural no Brasil contemporâneo; [valor: 8,00 pontos]

2 a importância da abordagem da preservação do patrimônio em ações educativas; [valor: 15,00 pontos]

3 ações e atividades educativas que podem colaborar para a consciência da preservação do patrimônio e da garantia do direito à memória cultural do Brasil. [valor: 15,00 pontos]

 

Cargo de Nível Médio:

Considerando que os textos apresentados têm caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo a respeito do seguinte tema.

CONTRIBUIÇÕES DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO IMATERIAL BRASILEIRO

Ao elaborar seu texto, atenda, necessariamente, ao que se pede a seguir:

1 discorra sobre a importância da preservação dos bens imateriais para a sociedade brasileira; [valor: 8,00 pontos]

2 apresente facilidades e problemas desencadeados pelo avanço da tecnologia da informação no contexto brasileiro; [valor: 15,00 pontos]

3 aborde a relação entre a necessidade de preservação do patrimônio imaterial e as novas tecnologias da informação no contexto brasileiro. [valor: 15,00 pontos]

 

O valor máximo é de 40 pontos. O candidato que tirar menos que 20 pontos será reprovado. Ou seja, se tiver ido bem em 2 dos 3 tópicos do enunciado, já terá garantido o mínimo.

Quando abrir o prazo para recurso, a Banca liberará o seu Espelho da Correção. Verá que ele é dividido em dois aspectos: Macroestruturais e Microestruturais:

MACROESTRUTURAIS: está subdividido em Quesito 1.0 (Apresentação) e Quesito 2.0 (Desenvolvimento do Tema). Este último quesito é composto da seguinte maneira: 2.1, 2,2 e/ou 2,3, conforme os tópicos do enunciado da questão discursiva.

MICROESTRUTURAIS: obediências às regras gramaticais (ortografia, morfossintaxe e propriedade vocabular).

Para os aspectos MACROESTRUTURAIS, a lógica da Banca é a seguinte: se o candidato responder corretamente ao quesito, ganha nota máxima. Se não, é penalizado negativamente e proporcionalmente, de acordo com o nível da sua resposta.

Professor, mas como o examinador vai saber se eu respondi corretamente?

Para o quesito Apresentação, a banca vai analisar a sua letra, a obediência às margens e a estrutura textual, isto é, se o seu texto realmente é um texto dissertativo, isto é, possui introdução, desenvolvimento e conclusão. Aqui, a Banca não costuma ser muito criteriosa e concede nota máxima à maioria dos candidatos. Normalmente, tira pontos daqueles candidatos que possuem uma letra bem ruim. Logo, se não tiver ganhado a nota máxima, vale a pena entrar com recurso.

Já no quesito Desenvolvimento do tema, a avaliação é um pouco diferente. A Banca possui uma resposta ideal para cada tópico do enunciado.

Para que você entenda melhor, a correção da sua prova funciona como um check-list. O examinador faz um comparativo entre o que você escreveu e o padrão de resposta. Quanto mais pontos do Padrão de Resposta você escrever, maior será a sua pontuação. Esse Padrão pode ser divulgado pela banca ou não.

Depois de definida a nota de macroestrutura, serão descontados os erros de gramática (MICRO ESTRUTURAIS). Para calcular o erro, basta multiplicar a quantidade de erros por 2 e, depois, dividir pela quantidade de linhas efetivamente escritas.

Exemplo: vamos supor que o candidato cometeu 12 erros de gramática e escreveu 30 linhas. Logo, sua penalidade em gramática será de 0,8 pontos (12×2/30).

Como pode perceber, os erros de gramática possuem um impacto muito pequeno na nota final. Todavia, para aqueles candidatos que precisam de apenas alguns décimos para subir posições, vale muito a pena analisar com cuidado esses aspectos gramaticais.

CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DE UM RECURSO

Vale a pena fazer recurso. Isso é verdade! Mas não adianta fazer de qualquer jeito. Há algumas regras e dicas que você deve seguir para não ter seu recurso indeferido antes de chegar nas mãos do examinador.

Então, vamos analisar algumas características essenciais de um recurso, levando em conta o Edital do CESPE:

1º) O recurso deve ser tempestivo:

A Banca CESPE é bem rigorosa com o prazo para interposição do recurso. O candidato possui 2 dias úteis: de 9h do primeiro dia até às 18h do segundo dia.

São menos de 2 dias para fazer o recurso e inserir na plataforma do site. Sendo assim, além de gastar tempo elaborando o recurso, ainda gasta inserindo na plataforma da Banca. Por isso, não é bom deixar para a última hora.

2º) O recurso deve ser claro e objetivo;

Esse é o grande desafio do recurso. O candidato deve ir direto ao ponto e explicar para o examinador porque sua nota deve ser majorada, sem fazer muitos rodeios.

Os argumentos, no entanto, devem ser fortes. Por isso, utilizar uma linguagem simples e técnicas de enumerações e tópicos ajudam muito.

Antes de enviar o seu recurso, pergunte a você mesmo: Se eu tivesse 100 recursos para ler, eu leria o meu? Se achar que o seu recurso está cansativo, melhore o texto. Coloque-se sempre no lugar do examinador.

3º) Atenção à linguagem utilizada.

A linguagem é muito importante. Trata-se de um texto de natureza individual. Logo, o recurso pode ser escrito de forma impessoal ou na 1ª pessoa no singular (Eu). Em alguns trechos, pode inserir a 1ª pessoa do plural (Nós), porém, cuidado! Escrever o recurso inteiro na 1ª pessoa no plural não cai bem, ok?

4º) Devo contratar um especialista para fazer o meu recurso?

Como se trata de uma fase importante, é comum que os candidatos procurem professores que possuem experiência em redigir recursos. Isso não é uma obrigatoriedade, mas é uma ótima opção, caso tenha recursos financeiros disponíveis.

Em primeiro lugar, porque o professor tem acesso a várias provas do seu concurso, logo, poderá fazer uma análise mais profunda e entender como a Banca está corrigindo as provas.

Em segundo lugar, porque o especialista tem prática nesse tipo de serviço e sabe como e quais os pontos que devem ser contestados.

Por fim, na elaboração de recursos acerca dos aspectos gramaticais, é necessário um conhecimento mais aprofundado da língua portuguesa.

Porém, cuidado na hora de contratar um especialista!

O recurso contra o resultado da prova discursiva deve ser sempre individualizado. Recursos iguais ou semelhantes serão preliminarmente indeferidos. Isto é, se seu recurso for muito genérico e igual ao de outro candidato, a Banca nem vai ler. Possivelmente, vai indeferi-lo antes de encaminhar para o examinador.

Já vi casos em que um professor redigiu o mesmo recurso (genérico) para diversos alunos e entregou faltando apenas 1 hora antes de encerrar o prazo para interposição do recurso. Resultado, os alunos não tinham mais tempo para refazer o próprio recurso, tiveram o recurso indeferido, perderam dinheiro e ainda não tiveram a chance de melhorar suas classificações no concurso!

Portanto, fique sempre atento ao histórico do professor, caso venha a contratar um serviço de recurso, ok?

HÁ POSSIBILIDADE DE REDUZIREM A NOTA?

Essa é uma das principais dúvidas dos candidatos. Quando se está em uma boa colocação no concurso, sempre bate aquele medo de entrar com o recurso, ter a nota diminuída e perder posições, certo?

Pois bem, acompanho concursos há mais de 10 anos. Durante toda a minha jornada, NUNCA vi uma nota ser diminuída por conta do recurso da prova discursiva. Já conversei com diversos professores e eles também nunca viram um caso de diminuição de nota.

A razão encontra-se no próprio Direito. O concurso público é um ato administrativo que possui várias fases. Em algumas fases, como é o caso do resultado da prova discursiva, a Banca é obrigada a conceder o direito de contraditório, por isso existe a fase de recurso. Sendo assim, o recurso da prova discursiva possui natureza jurídica de recurso administrativo.

O recurso administrativo difere-se do recurso judicial, pois pode questionar não apenas a legalidade, mas também o mérito do objeto do ato administrativo. O papel da Administração, representada pela Banca Examinadora, é o de modificar ou confirmar seu próprio ato, convencendo-se ou não da ilegalidade ou da inconveniência apontada no recurso. Contudo, você já aprendeu que toda alteração de ato que cause prejuízo deve ser definidamente motivada, o que demanda um trabalho a mais para o examinador.

Ressalta-se que, caso houvesse uma diminuição de nota, a banca deveria abrir um novo prazo para recurso. Logicamente, as Bancas não fazem isso, pois teriam que alterar todo o cronograma do concurso, gerando custos desnecessários à instituição.

Deste modo, a Banca apenas decide por deferir ou indeferir o recurso. Isto é, se você pediu para aumentar a nota, a banca vai manter a nota ou aumentá-la, uma vez que você não pediu para diminuir. Não há como deferir uma diminuição de nota, se não foi isso que você solicitou no recurso.

Percebe-se que, ao entrar com recurso, você só tem a possibilidade de aumentar sua nota e não de diminuí-la, apesar de não constar no Edital essa garantia.

Por isso, a meu ver, sempre vale a pena entrar com recurso. Afinal, só terá a nota da prova discursiva majorada quem recorrer, certo? Já que você não perderá pontos, o que custa tentar? O máximo que vai ganhar é um “não”!

Bom, pessoal, espero que tenha facilitado a vida de vocês! Eu e a equipe do Você Concursado estaremos à disposição para lhe ajudar nesta fase!

Caso tenha alguma dúvida não esclarecida, pode deixar um comentário que terei o maior prazer em responder!

E, caso precise, o professor Bruno Pimentel está elaborando recurso para a sua prova.

 

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