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Q94777 | Legislação das Casas Legislativas
Banca: Cebraspe (Cespe)Ver cursos
Ano: 2014
Órgao: CAM DEP - Câmara dos Deputados
Cargo: Analista Legislativo - CAM DEP
Peça Técnica/Prática120 linhas

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A literatura do Brasil faz parte das literaturas do Ocidente da Europa. No tempo da nossa independência, proclamada em 1822, formou-se uma teoria nacionalista que parecia incomodada por este dado evidente e procurou minimizá-lo, acentuando o que haveria de original, de diferente, a ponto de rejeitar o parentesco, como se quisesse descobrir um estado ideal de começo absoluto. Trata-se de atitude compreensível como afirmação política, exprimindo a ânsia por vezes patética de identidade por parte de uma nação recente, que desconfiava do próprio ser e aspirava ao reconhecimento dos outros. Com o passar do tempo, foi ficando cada vez mais visível que a nossa é uma literatura modificada pelas condições do Novo Mundo, mas fazendo parte orgânica do conjunto das literaturas ocidentais.
Por isso, o conceito de começo é nela bastante relativo, e diferente do mesmo fato nas literaturas matrizes. A literatura portuguesa, a francesa ou a italiana foram-se constituindo lentamente, ao mesmo tempo em que se formavam os respectivos idiomas. Língua, sociedade e literatura parecem, nesses casos, configurar um processo contínuo, afinando-se mutuamente e alcançando aos poucos a maturidade. Não é o caso das literaturas ocidentais do Novo Mundo.
Com efeito, no momento da descoberta e durante o processo de conquista e colonização, houve o transplante de línguas e literaturas já maduras para um meio físico diferente, povoado por povos de outras raças, caracterizados por modelos culturais completamente diferentes, incompatíveis com as formas de expressão do colonizador.
Havia, portanto, afastamento máximo entre a cultura do conquistador e a do conquistado, que, por isso, sofreu um processo brutal de imposição. O conquistador, além de genocida, foi destruidor de formas culturais superiores, no caso do México, da América Central e das grandes civilizações andinas.
A sociedade colonial brasileira não foi, portanto (como teria preferido que fosse certa imaginação romântica nacionalista), um prolongamento das culturas locais, mais ou menos destruídas. Ela foi transposição das leis, dos costumes, do equipamento espiritual das metrópoles. A partir dessa diferença de ritmos de vida e de modalidades culturais, formou-se a sociedade brasileira, que viveu desde cedo a difícil situação de contato entre formas primitivas e formas avançadas, vida rude e vida requintada. Assim, a literatura não ”nasceu“ aqui: veio pronta de fora para transformar-se à medida que se formava uma sociedade nova.
Os portugueses do século XVI trouxeram formas literárias refinadas, devidas geralmente à influência italiana do Renascimento, que em Portugal superou a maioria das formas de origem medieval, talvez mais adequadas ao gênio nacional e sem dúvida mais arraigadas na cultura popular. Esta linguagem culta e elevada, nutrida de humanismo e tradição greco-latina, foi o instrumento usado para exprimir a realidade de um mundo desconhecido, selvagem em comparação ao do colonizador. A literatura brasileira, como as de outros países do Novo Mundo, resulta desse processo de imposição, ao longo do qual a expressão literária foi-se tornando cada vez mais ajustada a uma realidade social e cultural que aos poucos definia a sua particularidade. De certo modo, poderíamos dizer, como um escritor italiano, que a literatura brasileira ”é a imagem profunda de um mundo que em vão chamamos terceiro, pois na verdade é a segunda Europa“.
Portanto, como toda a cultura dominante no Brasil, a literatura culta foi aqui um produto da colonização, um transplante da literatura portuguesa, da qual saiu a nossa como prolongamento. No país primitivo, povoado por indígenas na Idade da Pedra, foram implantados a ode e o soneto, o tratado moral e a epístola erudita, o sermão e a crônica dos fatos.
A partir daí desenvolveu-se o processo de formação da literatura, como adaptação da palavra culta do Ocidente, a qual precisou assumir novos matizes, para descrever e transfigurar a realidade nova. Do seu lado, a sociedade nascente desenvolveu sentimentos diversos, novas maneiras de ver o mundo, que resultaram em uma variante original da literatura portuguesa.
Antonio Candido. Iniciação à literatura brasileira. São Paulo: Humanitas, 1999. p.11-12 (com adaptações).
Redija um único parágrafo, apresentando, com clareza, coerência e correção, o resumo das ideias essenciais desenvolvidas no fragmento de texto acima. Ao elaborar o resumo, aborde cada uma dessas ideias de maneira pessoal, evitando a reprodução literal do texto original.

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