Texto I
Política fiscal pró-cíclica, orçamento superdimensionado e “sanfona” (espremido no início e esticado no final do ano) e corrida por aumento e vinculação de receitas são problemas decorrentes da meta de resultado primário. Uma meta de gasto resolve todos esses problemas.
O corte do orçamento federal de 2022 despertou as críticas usuais, com reclamações sobre a redução de recursos para gastos meritórios, como atendimento do INSS e bolsas de estudo, enquanto programas menos transparentes e de eficácia duvidosa foram preservados.
O corte de R$ 3,1 bilhões foi até pequeno em relação ao total de despesa primária programada para este ano, de aproximadamente R$ 1,7 trilhão, mas ainda assim é sempre ruim reduzir recursos em relação à programação debatida e aprovada pelo Congresso.
A prática não é nova. Ela remonta à adoção da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) de 2000, que começou a ser praticada em 2001 e manda o governo cortar despesas ou aumentar receitas caso o cenário macroeconômico indique que não será possível cumprir a meta de resultado primário.
A lógica da LRF, adotada no âmbito de um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), era produzir o superávit financeiro necessário para controlar a dívida pública. Passados 21 anos de sua adoção, podemos dizer que a meta de resultado primário teve mais efeitos ruins do que positivos sobre a economia brasileira.
https://blogdoibre.fgv.br/posts/os-quatro-problemas-da-meta-de-resultado-primario
Texto II
Responsabilidade social depende de responsabilidade fiscal
A pandemia de Covid-19 evidenciou as fragilidades da rede de proteção social brasileira. Além de uma parcela significativa da população se encontrar na pobreza e extrema pobreza, os trabalhadores informais são extremamente vulneráveis a situações em que ocorre uma perda abrupta de renda.
Para enfrentar esta situação, foi criado no final do ano passado o Auxílio Brasil. Além de oferecer vários benefícios, foi estabelecido um valor mínimo de R$ 400 para cada família. Inicialmente temporário, este ano o Congresso decidiu tornar permanente este benefício extraordinário.
Embora várias razões justifiquem uma expansão dos gastos sociais, é muito importante que o programa assistencial seja bem desenhado para gerar os efeitos desejados de redução da pobreza. E, naturalmente, é fundamental que existam fontes adequadas de financiamento. Caso contrário, a consequência será a elevação da dívida pública, com aumento da inflação e menor crescimento e geração de emprego, o que penaliza exatamente o público-alvo do programa social.
https://portal.fgv.br/artigos/responsabilidade-social-depende-responsabilidade-fiscal
Considerando os textos motivadores, elabore um texto dissertativo contínuo, acerca do seguinte tema:
As regras previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e a responsabilidade social.
Em seu texto, responda, de forma fundamentada, ao que se pede a seguir:
- O comparativo com os limites da despesa total com pessoal, operações de crédito e dívidas consolidada e mobiliária são conteúdos básicos de como instrumento de planejamento? E como regra geral, qual a periodicidade? Fundamente sua resposta.
- A responsabilidade fiscal e a reponsabilidade social podem coexistir?
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No início do século passado, o orçamento público tradicional servia basicamente como instrumento de controle, tanto do Poder Legislativo sobre o Poder Executivo quanto deste sobre suas unidades integrantes. Para desempenhar tal papel, o orçamento era revestido de roupagem contábil, a partir de classificações elementares, mas que atendiam às necessidades de um setor público ainda incipiente. Nos anos 60, a Lei nº 4.320/1964 trouxe alguma evolução na metodologia orçamentária, especialmente na adoção da classificação econômica e funcional das despesas. Mas o grande salto qualitativo se deu a partir da Constituição Federal de 1988 (CF), a qual reforçou a concepção que associa orçamento a planeja…
Texto I
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O corte do orçamento federal de 2022 despertou as críticas usuais, com reclamações sobre a redução de recursos para gastos meritórios, como atendimento do INSS e bolsas de estudo, enquanto programas menos transparentes e de eficácia duvidosa foram preservados.
O corte de R$ 3,1 bilhões foi até pequeno em relação ao total de despesa primária programada para este ano, de aproximadamente R$ 1,7 trilhão, mas ainda assim é…
Considere que a tabela apresentada abaixo, de caráter hipotético, compõe o Relatório de Gestão Fiscal do Supremo Tribunal Federal (STF) relativo ao 1.º quadrimestre de 2015. O Relatório foi assinado pelo presidente do STF, pelo responsável pela administração financeira e pelo responsável pelo controle interno do órgão e, em obediência ao disposto no art. 55, § 3.º, da Lei de Responsabilidade Fiscal, foi apresentado ao TCU no prazo legal de trinta dias após o encerramento do período a que se refere, embora não tenha havido publicação eletrônica. Considere, ainda, que todas as informações adicionais (como relatório da dívida consolidada, concessão de garantias e operações de crédito) integrant…



