
INB: O direito à cidade é um direito humano e coletivo e por isso deve ser rigorosamente observado pelos governantes do país. Na sua opinião, de que forma o exercício da arquitetura e do urbanismo auxiliam na consolidação desse direito e na democratização do espaço público?
Guilherme Wisnik: No âmbito da arquitetura e do urbanismo, quando falamos em direito à cidade, é comum pensarmos em Henri Lefebvre e em David Harvey. Este teórico inglês retomou as ideias de Lefebvre e atualizou a sua discussão para a contemporaneidade. É importante destacar que Lefebvre compreende o direito à cidade não apenas como um conjunto de serviços — isso é importante porque ela não é um produto. A cidade é resultado, sobretudo, do exercício da cidadania. Essa chave de leitura retoma a interpretação grega acerca da pólis, enquanto espaço de exercício da política e cidadania. Nos tempos atuais, a tradução desse cenário implica compreender que a arquitetura, como ciência, pode ser usada para ampliar o acesso democrático. A pretensão é de que a cidade seja um organismo usufruído pela maioria da população, de uma maneira razoavelmente igualitária. Evidentemente, tal ponto de vista é uma espécie de utopia, pois, sob os parâmetros do capitalismo atual, as cidades da periferia global são estruturalmente desiguais e violentas. Elas expulsam populações inteiras, na medida em que garantem acessos privilegiados a alguns. Contudo, o urbanismo como ciência se volta — ou, pelo menos, deveria se voltar — para a acepção da cidade como um bem comum. Isto é, com os mecanismos disponíveis, abre-se a possibilidade de criar e imaginar a cidade como uma comunidade de “comuns”.
Guilherme Wisnik. Direito e arquitetura: o direito à cidade. Instituto Norberto Bobbio.
São Paulo: 2023. Internet: <inb.org.br> (com adaptações).
Considerando que o texto e as imagens precedentes têm caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo a respeito do seguinte tema.
DIREITO À CIDADE E DEMOCRACIA
Em seu texto, aborde os aspectos que se seguem:
1 o caráter coletivo do exercício democrático do direito à cidade; [valor: 3,00 pontos]
2 obstáculos atuais à efetivação do citado direito; [valor: 3,25 pontos]
3 contribuição da área de arquitetura e urbanismo para efetivar o caráter coletivo e democrático do direito à cidade. [valor: 3,25 pontos]
CONTEÚDO EXCLUSIVO
Confira nossos planos especiais de assinatura e desbloqueie agora!
CONTEÚDO EXCLUSIVO
Confira nossos planos especiais de assinatura e desbloqueie agora!
Ops! Esta questão ainda não tem resolução em vídeo.
Questões Relacionadas
Educação financeira é o processo mediante o qual consumidores e investidores financeiros melhoram sua compreensão sobre produtos, conceitos e riscos financeiros e, por meio de informação, instrução ou aconselhamento objetivo, desenvolvem as habilidades e a confiança necessárias para se tornarem mais cientes dos riscos e das oportunidades financeiras e para conseguirem fazer escolhas baseadas em informação, saber onde procurar ajuda e realizar outras ações efetivas que melhorem seu bem-estar financeiro.
Inclusão financeira é um estado em que todos os adultos têm acesso efetivo aos seguintes serviços financeiros providos por instituições formais: crédito, poupança, pagamentos, seguros, previdê…
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) lançou recentemente a proposta de incrementar as investigações com inteligência artificial. A metodologia prevê ensinar um robô a fazer a leitura de dados específicos e os cruzamentos chave para a investigação.
O objetivo é desenvolver mecanismos que possam acelerar o combate à corrupção, fraudes e crimes cibernéticos. Isso é possível porque os softwares de última geração não apenas compreendem significados de conteúdos dentro dos documentos como também fazem correlações, sendo possível analisar milhares de páginas e estabelecer conexões automaticamente.
Clarisse Sieckenius de Souza. Avanço da inteligência artificial revoluciona
p…
As tecnologias de inteligência artificial (IA) são desenvolvidas e aplicadas em diferentes campos científicos, como biologia, física, matemática e ciências sociais, tendo o potencial de elevar a qualidade da pesquisa científica. Contudo, embora se reconheçam aspectos positivos no uso de IA na pesquisa científica, são também identificadas preocupações, que incluem principalmente a opacidade das ferramentas de IA, consideradas por muitos “caixas-pretas”, que não permitem entender as razões subjacentes aos resultados gerados por IA.
Virgílio Almeida e Elen Nas. Desafios da IA responsável na pesquisa científica.
In: Revista USP, São Paulo, n.º 141, 2024 (com adaptações).
A introdução da IA no me…



