Dicas para o recurso da Discursiva TRT-RJ (AOCP): Última chance para melhorar a sua classificação
A divulgação do resultado preliminar da prova discursiva do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRT-RJ) está próxima.
Após essa divulgação, será aberto o prazo para recurso contra o resultado preliminar da prova discursiva. É a sua última chance para:
– Melhorar a nota da sua prova discursiva;
– Ganhar algumas colocações; e/ou
– Deixar de perder algumas posições.
Se é a primeira vez que tem a redação corrigida e não concorda com a nota atribuída pela Banca, vale muito a pena ler esse artigo. Nele, você encontrará:
ORIENTAÇÕES ESSENCIAIS PARA ELABORAÇÃO DO RECURSO PARA O TRT/RJ!
É muito importante que você fique atento às informações deste artigo!!! Afinal, você só será beneficiado se entrar com o seu próprio recurso!
A Banca AOCP permite que o candidato interponha recurso individual contra o resultado preliminar da prova discursiva diretamente no site. É a única fase em que a majoração não é atribuída a todos os candidatos, mas tão somente àquele que recorreu do resultado. Por isso, trata-se de um recurso INDIVIDUAL.
Esse ponto é de fundamental importância. Não adianta interpor um recurso genérico. Se o seu recurso ficar igual ao de outro candidato, a banca não vai ler nenhum dos dois. Por isso, seguem 3 alertas:
- Não copie o recurso de outro candidato;
- Não forneça o seu recurso para ninguém;
- Seja bem específico na sua argumentação!
Se você não sabe como ser específico na argumentação, continue lendo esse artigo. Vou te dar dicas de como fazer isso mais à frente!
Para facilitar, dividi o artigo em 4 partes essenciais:
- Importância do recurso;
- Há possibilidade de reduzirem a nota?
- Entendendo o espelho de correção;
- Características essenciais de um recurso.
IMPORTÂNCIA DO RECURSO
Muitos candidatos não se atentam a essa fase do recurso, pois mal sabem da importância dela. Essa é a última fase em que o candidato tem a oportunidade de ganhar nota. E esse ganho de nota costuma alterar significativamente a classificação de alguns candidatos.
E isso acontece muito! Não foram poucas as vezes em que vi pessoas serem convocadas graças às posições que ganharam depois do deferimento de seus recursos.
Deixe-me mostrar casos de sucesso de recursos que fiz para alguns alunos:
“Gostaria de agradecer ao professor Bruno Marques pelo recurso elaborado. Ganhei 2,5 pontos, quando quase ninguém conseguiu. Fui o segundo que mais ganhou ponto. Com isso, consegui subi 3 posições e agora tenho chances de ser convocado. Sei que isso tudo se deu graças à competência e qualidade do serviço executado. Obrigado! ”
João Lucas Carneiro –TCE/PR/2017
“Professorrrrr a minha nota subiu em 5.58 pontos. Muito obrigada. Mantive o 3º lugar para a minha região!!!!! Obrigadaaaaaa”.
Paola Diógenes –TRF 1ª Região/ 2018
“Esse serviço de excelência foi grande aliado para promover um salto relevante na minha classificação final no cargo de AJAJ do TRT da 8ª Região, uma vez que sai da 22ª colocação para a 4ª colocação, um ganho expressivo de 18 posições! Muito obrigada!”
Antonieta Bessa – TRT 8ª Região/2016
Bruno Marques, saiu o resultado do recurso. Conseguimos 3,07 pontos…. Agradeço pela colaboração nesse momento de grande importância na minha carreira. Muito obrigado!
Deiber Vieira – TRF 1ª Região /2018
E por que há tanta modificação nas notas após a fase de recurso?
A Banca tem muitas provas para corrigir em um curto prazo de tempo. Para isso, contrata diversos examinadores para fazerem as correções. Porém, como já era de se esperar, cada examinador tem uma visão de prova: uns são mais rígidos, outros mais flexíveis. Ao final, essa diferença de perfil entre os examinadores acaba impactando nas notas, gerando variação no total de pontos concedidos.
Quando o aluno entra com recurso, há possibilidade de seu texto ser revisto por outro examinador. Se a nota do examinador que avaliar o recurso for maior que uma das notas anteriores, ela entrará no cálculo da média e a sua nota aumentará.
HÁ POSSIBILIDADE DE REDUZIREM A NOTA?
Essa é uma das principais dúvidas dos candidatos. Quando se está em uma boa colocação no concurso, sempre bate aquele medo de entrar com o recurso, ter a nota diminuída e perder posições, certo?
Pois bem, acompanho concursos há mais de 10 anos. Durante toda a minha jornada, NUNCA vi uma nota ser diminuída por conta do recurso da prova discursiva. Já conversei com diversos professores e eles também nunca viram um caso de diminuição de nota.
A razão encontra-se no próprio Direito. O concurso público é um ato administrativo que possui várias fases. Em algumas fases, como é o caso do resultado da prova discursiva, a Banca é obrigada a conceder o direito de contraditório, por isso existe a fase de recurso. Sendo assim, o recurso da prova discursiva possui natureza jurídica de recurso administrativo.
O recurso administrativo difere-se do recurso judicial, pois pode questionar não apenas a legalidade, mas também o mérito do objeto do ato administrativo. O papel da Administração, representada pela Banca Examinadora, é o de modificar ou confirmar seu próprio ato, convencendo-se ou não da ilegalidade ou da inconveniência apontada no recurso.
Deste modo, cabe à Banca apenas deferir ou indeferir o recurso, não podendo alterar a nota com base em critérios não abordados no recurso. Isto é, se você pediu para aumentar a nota, a banca só pode manter a nota ou aumentá-la, uma vez que você não pediu para diminuir. Não há como deferir uma diminuição de nota se não foi isso que você pediu no recurso.
Ressalta-se que, caso houvesse uma diminuição de nota, a banca deveria abrir um novo prazo para recurso. Logicamente, as Bancas não fazem isso, pois teriam que alterar todo o cronograma do concurso, gerando custos desnecessários à instituição.
Percebe-se que, ao entrar com recurso, você só tem a possibilidade de aumentar sua nota e não de diminuí-la, apesar de não constar no Edital essa garantia.
Por isso, a meu ver, sempre vale a pena entrar com recurso. Afinal, só terá a nota da prova discursiva majorada quem recorrer, certo? Já que você não perderá pontos, o que custa tentar? O máximo que vai ganhar é um “não”!
ENTENDENDO O ESPELHO DE CORREÇÃO
A prova discursiva será diferente para cada cargo, podendo ser o Estudo de Caso ou uma Redação (Dissertação).
ESTUDO DE CASO
A prova discursiva Estudo de Caso será aplicada para os cargos de:
Analista Judiciário – Todas as áreas
Técnico Judiciário – Especialidade Segurança
Técnico Judiciário – Especialidade Enfermagem
O Estudo de Caso vale 30 pontos e consiste na redação de um texto de até 30 linhas. Serão 4 os aspectos avaliados pela Banca.
Veja:
Na hora de recorrer, seu primeiro trabalho será verificar em quais aspectos perdeu pontos e definir qual/quais você deseja recorrer.
Feito isso, basta seguir a seguinte lógica estratégia.
1- Atendimento ao tema proposto da questão
Demonstre para o examinador os pontos abaixo, nessa ordem:
– O tema proposto no enunciado.
– O tema abordado por você.
– Os trechos da sua redação comprovam que tema foi abordado.
2- Conhecimento técnico-científico sobre a matéria
Você deve demonstrar o seguinte:
– O que foi perguntado
-A resposta ideal (pode usar referências ou o Padrão de Resposta da Banca)
– Trechos demonstrando que sua resposta condiz com a resposta ideal.
3- Clareza de argumentação/senso crítico em relação ao tema proposto na questão
Esse é o aspecto mais subjetivo da avaliação. Afinal, não há um modelo padrão correto que o candidato deve seguir. Então, minha sugestão é demonstrar ao examinador a maneira como os argumentos foram estruturados no seu texto. Para tal, utilize os termos chaves que estão na coluna “descrição” do espelho de correção.
4- Utilização adequada da Língua Portuguesa
Nesse aspecto, é fundamental que você seja objetivo. Selecione o erro que não concorda e apresente os argumentos: o erro não existe, a norma prevê como facultativa a construção gramatical que você utilizou.
REDAÇÃO
A prova discursiva Redação, que será aplicada ao cargo de Técnico Administrativo – Área Administrativa –, consistiu na escrita de um texto dissertativo de até 30 linhas.
No Edital, a Banca detalhou os aspectos avaliativos que serão utilizados para correção da sua prova. Veja:
Na hora de recorrer, seu primeiro trabalho será verificar em quais aspectos perdeu pontos e definir qual/quais você deseja recorrer.
Feito isso, basta seguir a seguinte lógica estratégia.
Atendimento ao tema proposto da questão
Demonstre para o examinador os pontos abaixo, nessa ordem:
– O tema proposto no enunciado.
– O tema abordado por você.
– Os trechos da sua redação comprovam que tema foi abordado.
Atendimento à norma padrão da Língua Portuguesa
Nesse aspecto, é fundamental que você seja objetivo. Selecione o erro que não concorda e apresente os argumentos: o erro não existe, a norma prevê como facultativa a construção gramatical que você utilizou.
Demais Aspectos: 2, 3, 4, 6, 7 e 8.
Esses aspectos avaliativos são mais subjetivos. Afinal
, não há um modelo padrão correto que o candidato deve seguir. Então, minha sugestão é demonstrar ao examinador a maneira como os argumentos foram estruturados no seu texto. Para tal, utilize os termos chaves que estão na coluna “descrição” do espelho de correção.
Ao demonstrar os argumentos, dê enfoque nos elementos coesivos (pronomes demonstrativos, conjunções, elipses, sinônimos e etc.) e a coerência lógica entre os argumentos.
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DE UM RECURSO
Vale a pena fazer recurso. Isso é verdade! Todavia, não adianta elaborá-lo de qualquer maneira. Há algumas regras e dicas que você deve seguir para não ter seu recurso indeferido antes de chegar nas mãos do examinador.
Então, vamos analisar algumas características essenciais de um recurso, levando em conta o Edital da AOCP:
1º) Como fazer um recurso individualizado
O recurso individualizado é aquele único, sem qualquer similaridade com outros recursos. Para isso, é necessário fazer referências diretas ao seu texto. Essas referências podem ser citação de trechos do texto ou indicações de linhas.
Para ficar mais fácil de entender, vou mostrar um exemplo do que você NÃO deve fazer:
Halliday e Hasan (1976) dizem que a coesão tem a ver com o modo como o texto está estruturado semanticamente. É, portanto, um conceito semântico que se refere às relações de significado que existem dentro do texto e fazem dele um texto e não uma sequência aleatória de frase. A coesão é a relação semântica entre dois elementos do texto, de modo que um deles tem de ser interpretado por referência ao outro, pressupondo-o.
Widdowson (1978) diz que a coesão “é o modo pelo qual as frases ou partes delas se combinam para assegurar um desenvolvimento proposicional…” O texto em análise é coeso e se constrói com elementos de ligação são pronomes, verbos, advérbios, conectores coesivos (termos e expressões); e sem sequenciadores, sendo o lugar do conector marcado por sinais de pontuação (vírgula, ponto, dois-pontos, ponto-e-vírgula).
Segundo Koch e Travaglia (1989:13), a coesão é explicitamente apresentada através de elementos linguísticos, indicações na estrutura superficial do texto, sendo de caráter claro e direto, expressando-se na organização sucessiva do texto. Halliday e Hasan (1976 apud Koch & Travaglia, 1989:13)
A explicitação deste ponto citado acima encontra-se em todo o texto.
Muitos candidatos vão achar que esse recurso está excelente, pois conta com bastante embasamento teórico. Todavia, este é um grande equívoco. Recursos assim não comprovam nada para o examinador.
Em primeiro lugar, parece mais uma aula de coesão e o examinador não precisa que você ensine a ele o que é “coesão textual”. Em segundo lugar, porque se trata de um recurso genérico e cansativo. Além de não fazer referência em nenhum momento ao texto do candidato, é muito chato de ler. O examinador vai dormir antes mesmo de chegar no terceiro parágrafo.
Em alguns casos, recursos assim são indeferidos preliminarmente, sem sequer passar pelas mãos do examinador.
2º) O recurso deve ser tempestivo
A Banca AOCP é bem rigorosa com o prazo de interposição do recurso. Na divulgação do resultado da nota preliminar da prova discursiva, é estipulado uma quantidade de dias para a interposição. Após esse prazo, não serão mais aceitos os recursos.
Não deixe para a última hora. O site da banca não é muito bom e pode congestionar. Além disso, se tiver qualquer problema com a internet, já era. Não tem segunda chance.
Ao elaborar o recurso, muitos candidatos tem a mania de inserir seus nomes: “ Eu, Fulano de tal, gostaria de recorrer do resultado…”.
Se você fizer isso, terá seu recurso indeferido antes de chegar na mão do examinador. Então, nada de se identificar, ok?
Todavia, não há problema em citar a nota que tirou em determinado critério. Afinal, o objetivo do recurso é contestar a nota atribuída.
4º) O recurso deve ser claro e objetivo
Esse é o grande desafio do recurso. O candidato deve ir direto ao ponto e explicar para o examinador porque sua nota deve ser majorada, sem fazer muitos rodeios.
Os argumentos, no entanto, devem ser claros. Por isso, utilizar uma linguagem simples, técnicas de enumerações e divisão em tópicos ajudam muito.
Antes de enviar seu recurso, pergunte a você mesmo: Se eu tivesse 100 recursos para ler, leria o meu? Se achar que o seu recurso está cansativo, melhore o texto. Coloque-se sempre no lugar do examinador.
5º) Atenção à linguagem utilizada
A linguagem é muito importante. Trata-se de um texto de natureza individual. Logo, o recurso pode ser escrito de forma impessoal ou na 1ª pessoa no singular (Eu).
Por isso, cuidado! Escrever o recurso na 1ª pessoa no plural (Nós), não cai bem, ok?
6º) Devo contratar um especialista para fazer o meu recurso?
Como se trata de uma fase importante, é comum que os candidatos procurem professores que possuam experiência na elaboração de recursos. E isso é uma ótima opção, caso tenha recursos financeiros disponíveis.
Em primeiro lugar, porque o professor tem acesso a várias provas do seu concurso, logo, poderá fazer uma análise mais profunda e entender como a Banca está corrigindo as provas.
Em segundo lugar, porque o especialista tem prática nesse tipo de serviço e sabe como e quais os pontos que devem ser contestados. Inclusive, possuem modelos de recursos que já deram certo e isso pode fazer toda a diferença.
Por fim, na elaboração de recursos acerca dos aspectos gramaticais, é necessário um conhecimento mais aprofundado da língua portuguesa.
Porém, cuidado na hora de contratar um especialista!
O recurso contra o resultado da prova discursiva deve ser sempre individualizado. Recursos iguais ou semelhantes serão preliminarmente indeferidos. Isto é, se seu recurso for muito genérico ou igual ao de outro candidato, a Banca nem vai ler. Possivelmente, vai indeferi-lo antes de encaminhá-lo ao examinador.
Já vi casos em que um professor redigiu o mesmo recurso (genérico) para diversos alunos e entregou-os faltando apenas 1 hora para o encerramento do prazo de interposição do recurso. Resultado: não havia mais tempo para os alunos refazerem seus próprios recursos, tiveram os recursos indeferidos, gastaram dinheiro e ainda perderam a chance de melhorarem suas classificações no concurso!
Portanto, fique sempre atento ao histórico do professor caso venha a contratar um serviço de recurso, ok?
Bom, espero ter facilitado a sua vida! A equipe do Você Concursado e eu estaremos à disposição para lhe ajudar nesta fase!
Caso tenha alguma dúvida, pode deixar um comentário que terei o maior prazer em responder!
Professor: Bruno Marques
Gostaria de saber qual recurso cabe para o candidato que acertou 93 por cento da prova e esqueceu de apor no cartão o numero de sua prova, foi desclassificada e os intrutores da sala não orientaram e nrm conferiram na entrega do cartap se faltava algo.
Marilucia, o Edital, de fato, não traz nenhum recurso exclusivo para essa situação.
Acredito, no entanto, que pode interpor um recurso administrativo, durante o processo de seleção, explicando a situação e pedindo para que a banca corrija a sua prova.
Caso a Banca não acate a justificativa, terá que entrar com um mandado de segurança.
Isso deve ser feito antes de acabar as etapas do concurso, sob pena de ser intempestivo.
Caro Professor,
Me senti lesado em face da questão 43 prova 4 – técnico judiciário especialidade segurança, tendo em vista a justificativa de alteração do gabarito completamente esdruxula e incoerente quanto ao enunciado da questão. acha que tenho chance de ganhar a questão impetrando um mandado de segurança? falo isso por ter dúvida se não é caso de mérito administrativo !!!
Raphael, a situação apresentada por você é recorrente em concursos públicos. Nem sempre as decisões acerca de recursos são bem fundamentadas, independentemente de ser pelo deferimento ou indeferimento.
Assim como a maioria das Bancas Examinadoras, a AOCP traz um item no Edital que veda a impetração de um recurso do recurso. Veja:
“16.17 A Banca Examinadora do Instituto AOCP, empresa responsável pela organização do certame, constitui última instância administrativa para recursos, sendo soberana em suas decisões, razão pela qual não caberão recursos ou revisões adicionais.”
Veja que, se você quiser questionar a decisão da Banca, terá que recorrer em outra via, que não a administrativa.
Contudo, se você não tiver uma fundamentação que comprove CLARAMENTE um equívoco da Banca, provavelmente o seu mandado de segurança não será acatado, pois não restaria comprovado o direito líquido e CERTO.
Além disso, como você mesmo disse, esses casos normalmente são enquadrados pela justiça como mérito administrativo.
Espero ter ajudado.
Boa sorte nas próximas fases!
Muito obrigado pela ajuda professor…
excelente explanação!!!
Mestre pode fazer meu recurso? Trt analista
Olá eu estou esperando a nota da redação So TRT do RJ e gostaria de saber como entrar em contato e também os preços se necessário recurso ?
Olá!! Tb estou esperando a nota da redação do TRT Rio. Se for preciso, como faço pra entrar em contato e qual valor do recurso. Obrigada
Oi Karla, você pode consultar valor e outras informações nesta página: https://voceconcursado.com.br/recursos-discursivas/
Ficamos à disposição em caso de dúvidas.