Recurso – PM/DF – O que você precisa saber?

Professor Bruno Marques

O resultado preliminar da prova discursiva do concurso de Soldado Policial Militar – Quadro de Praças – da Polícia Militar do Distrito Federal (PM/DF) estará disponível no site da Banca Iades em breve.

O recurso é algo individual e exclusivo, por isso, é muito importante que você fique bem atento às informações deste artigo!!! O recurso é um excelente instrumento para você que precisa:

– Aumentar a nota;

– Melhorar a classificação;

– Manter a colocação no concurso;

No entanto, ao contrário dos recursos da prova objetiva, nos quais a Banca anula um item e todos ganham pontos, na prova discursiva você só será beneficiado se entrar com o seu próprio recurso! Daí a importância de ler esse artigo:

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE ELABORAÇÃO DE RECURSO PARA PM/DF?

Segundo o Edital Normativo de Retificação, serão corrigidas as redações de 3.100 aprovados do sexo masculino e 532 do sexo feminino. Como serão muitas provas para se corrigir, é bem provável que a banca cometa alguns erros nas atribuições das notas. Por isso, abrirá prazo para a interposição de recursos.

Segundo o item 17.2 do Edital, você terá até 10 dias úteis para elaborar para contestar a nota atribuída e interpor recurso administrativo. Se ao analisar a sua prova, achar que foi prejudicado, deve elaborar um recurso. Porém, tem algumas regras importantes que deve seguir para possuir um bom recurso.

Por isso, dividi este artigo em 3 partes essenciais:

  • Entendendo os critérios de correção;
  • Importância do recurso;
  • Características essenciais de um recurso;

ENTENDENDO OS CRITÉRIOS DE CORREÇÃO

O tema da prova discursiva era o seguinte: “Como o policial-militar do Distrito Federal pode contribuir para o combate aos crimes contra a dignidade sexual? ”

Lendo o tema, é possível que você tenha achado que o que importa nessa redação é o conteúdo. Mas não é!

A banca IADES possui 6 critérios que compõem diretamente a nota. Eles são apresentados acima da sua folha de resposta. Veja o espelho de correção da de uma prova recente da PM/DF-2016:

Legenda: TX= Tema e Texto; AR= Argumentação; CC: Coerência e Coesão; EC=Elaboração Crítica; CA= Capacidade Argumentativa; NE= Número de Erros; e TL= Total de Linhas.

Na prova da PM/DF-2016, a banca deixou em branco o espaço CA (capacidade argumentativa), pois não era um critério previsto no edital daquele concurso. No seu caso, a Banca irá deixar o critério CC (Coerência e Coesão) em branco.

Conforme constar no Edital do seu concurso, totalizarão a pontuação relativa ao domínio do conhecimento específico (DCE) os seguintes critérios:

  • a) Tema / Texto (TX), pontuação máxima igual a 2,5 (dois vírgulas cinco) pontos. Serão verificadas a adequação ao tema (pertinência ao tema proposto), a adequação à proposta (pertinência quanto ao gênero proposto) e a organização textual;
  • b) Argumentação (AR), pontuação máxima igual a 2,5 (dois vírgula cinco) pontos. Serão verificadas a especificação do tema, o conhecimento do assunto, a seleção de ideias distribuídas de forma lógica, concatenadas e sem fragmentação e a apresentação de informações fatos e opiniões pertinentes ao tema, com articulação e consistência de raciocínio, sem contradição, estabelecendo um diálogo contemporâneo;
  • c) Coerência Argumentativa (CA), pontuação máxima igual a 2,5 (dois vírgula cinco) pontos. Será verificada a coerência argumentativa (seleção e ordenação de argumentos; relações de implicação ou de adequação entre premissas e as conclusões que dela se tiram ou entre afirmações e as consequências que delas decorrem);
  • d) Elaboração Crítica (EC), pontuação máxima igual a 2,5 (dois vírgula cinco) pontos. Serão verificadas a elaboração de proposta de intervenção relacionada ao tema abordado e a pertinência dos argumentos selecionados fundamentados em informações de apoio, estabelecendo relações lógicas, que visem propor valores e conceitos.

Observe que a abordagem ao tema e a forma como construiu a sua argumentação são os aspectos mais importante na avaliação do conteúdo, até mais do que o conhecimento sobre o conteúdo, propriamente dito.

O cálculo da nota é simples. Para explicar, imagine que você fez o curso de discursiva, treinou bastante e tirou a nota máxima nesses 4 critérios. Logo, sua nota em Domínio de Conhecimento Específico seria 10,0 pontos.

Após isso, a banca descontará os erros de português da seguinte forma: dividirá o número de erros pela quantidade de linhas escritas e multiplicar o resultado por 2. Suponha, por exemplo, que tenha escrito 25 linhas e cometido 10 erros de português. Logo, seriam descontados 0,8 (10/25 x 2) pontos. Por isso, sua nota final seria 9,20 pontos.

Para recorrer da sua nota, seguem algumas estratégias básicas:

Recurso para o critério TEMA/TEXTO: você deve conhecer as características do texto dissertativo e demonstrar que cumpriu todas elas. Pode mostrar que o texto está dividido em introdução, desenvolvimento e conclusão, bem como citar a tese, relacionando-a com os argumentos dos parágrafos de desenvolvimento.

Recurso para os demais critérios de DCE: Se o examinador tirou ponto, indicando que a sua argumentação não é coerente, por exemplo, você deve defender o contrário. Para provar isso, pode utilizar trechos da sua redação e explicá-las, bem como compará-las com artigos sobre o TEMA. Porém, cuidado. Não adianta só jogar as informações no recurso, é preciso organizá-las de forma objetiva.

Recurso para erros gramaticais: deve-se analisar todos os erros de gramática (ortografia, morfossintaxe e pontuação) indicados pelo examinador e verificar se eles de fato ocorreram. Nesse aspecto, deve-se avaliar os casos em que o uso de pontuação, escrita ou morfossintaxe é obrigatório ou facultativo. É comum que o examinador indique um erro, de acordo com o que ele acha que é certo, mas que não possui respaldo gramatical. São nesses casos em que cabem recursos. Se você não possui um conhecimento muito bom de gramática, é o caso de procurar um especialista em recurso.

 

IMPORTÂNCIA DO RECURSO

Muitos candidatos não se atentam a essa fase, porém, mal sabem da importância dela.  Essa é a última fase do concurso em que o candidato tem a oportunidade de ganhar nota. E esse ganho de nota costuma alterar significativamente a classificação do concurso. Só para você ter ideia, no concurso do TCU cheguei a ganhar 6 pontos em um recurso e sair de 32º para 20º em um concurso com 22 vagas. Ou seja, entrei nas vagas graças ao recurso.

Não foram poucas as vezes em que vi pessoas serem convocadas graças às posições que ganharam depois do recurso. Deixe-me mostrar-lhe alguns casos de sucesso de recursos que fiz para alguns alunos:

Esse serviço de excelência foi grande aliado para promover um salto relevante na minha classificação final no cargo de AJAJ do TRT da 8ª Região, uma vez que sai da 22ª colocação para a 4ª colocação, um ganho expressivo de 18 posições! Muito obrigada!”

Antonieta Bessa – TRT 8ª Região/2016

“Gostaria de agradecer a vc (Professor Bruno Marques) e a sua equipe pelo sucesso obtido com recurso feito. Minha nota subiu 0,75 pts. Mas uma vez, muito obrigado.”

Marcos Augusto – Recurso- Analista MPOG/Enap/2015

E esses alunos não foram os únicos. Se entrar na página de recurso do Você Concursado, verá que são vários os depoimentos de sucesso.

No entanto, o ganho de nota e de classificações no concurso não é a regra geral, afinal, se alguns candidatos ganham posições na classificação final, naturalmente, outros perdem.

E por que há tanta modificação nas notas após a fase de recurso?

A Banca tem muitas provas para corrigir em um curto prazo de tempo. Para isso, contrata diversos examinadores para fazer as correções. Porém, como já era de se esperar, cada examinador tem um conhecimento e um jeito de corrigir as provas, uns são mais rígidos, outros mais flexíveis. Ao final, essa diferença de examinadores acaba impactando nas notas, o que gera algumas anomalias.

No entanto, quando o aluno entra com recurso, há possibilidade de seu texto ser revisto novamente por outro examinador. Se a nota do novo examinador for maior que a correção anterior, seu recurso será deferido e sua nota aumentará.

Além disso, ao entrar com recurso, você só tem a possibilidade de aumentar a nota e nunca de diminuir. Caso houvesse uma diminuição da nota, deveria haver um outro prazo de recurso e isso afetaria o cronograma do concurso inteiro. Por isso, na pior das hipóteses, a Banca indefere o recurso e mantém a nota aplicada.

Sendo assim, vale a pena entrar com recurso?

Se você não perderá pontos, o que custa tentar? O máximo que vai ganhar é um não!

Por isso, a meu ver, sempre vale a pena entrar com recurso, afinal, só terá a nota da prova discursiva majorada quem recorrer, certo?

CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DE UM RECURSO

Vale a pena fazer recurso. Isso é verdade! Mas não adianta fazer de qualquer jeito. Há algumas regras e dicas que você deve seguir para não ter seu recurso indeferido antes de chegar nas mãos do examinador.

Então, vamos analisar algumas características essenciais de um recurso, levando em conta o Edital da PM/DF:

1º) Fique ligado às exigências de recurso previstas no Edital:

A IADES costuma ser bem rigorosa quanto à análise do recurso. Se o candidato não obedecer a todas as exigências previstas no Edital, o recurso não é acatado. Por isso, não adianta fazer o melhor recurso do mundo se não se atentar ao Edital.

Uma informação importante é:

17.5 O recurso não poderá conter, em outro local que não o apropriado, qualquer palavra ou marca que o identifique, sob pena de ser preliminarmente indeferido.

Isto é, NÃO PODE COLOCAR O NOME no corpo do seu recurso.

 2º) O recurso deve ser tempestivo:

A Banca é bem rigorosa com o prazo para interposição do recurso. O edital prevê o prazo de 10 dias úteis após a divulgação do resultado preliminar da prova discursiva.

Aconselho a não deixar para a última hora.

3º) O recurso deve ser claro e objetivo;

Esse é o grande desafio do recurso. O candidato deve ir direto ao ponto e explicar para o examinador, porque sua nota deve ser majorada, sem fazer muitos rodeios.

Os argumentos, no entanto, devem ser fortes. Por isso, utilizar de linguagem simples e técnicas de enumerações e tópicos ajudam muito.

Antes de enviar o seu recurso, pergunte a você mesmo: Se eu tivesse 100 recursos para ler, eu leria o meu? Se achar que o seu recurso está cansativo, melhore o texto. Coloque-se sempre no lugar do examinador.

4º) Atenção à linguagem utilizada.

A linguagem é muito importante. Trata-se de um texto de natureza individual. Logo, o recurso pode ser escrito de forma impessoal ou na 1ª pessoa no singular (Eu). Porém, cuidado! Escrever o recurso na 1ª pessoa no plural (Nós), não cai bem, ok?

5º) Devo contratar um especialista para fazer o meu recurso?

Como se trata de uma fase importante, é comum que os candidatos procurem professores que possuem experiência em recursos. E isso é uma ótima opção, caso tenha recursos financeiros disponíveis.

Primeiro, porque o professor tem acesso a várias provas do seu concurso, logo, poderá fazer uma análise mais profunda e entender como a Banca está corrigindo as provas.

Segundo, pois tem prática nesse tipo de serviço e sabe como e quais os pontos que devem ser contestados.

Por fim, na elaboração de recursos acerca dos aspectos gramaticais, é necessário um conhecimento mais aprofundado da língua portuguesa.

Porém, cuidado na hora de contratar um especialista.

O recurso contra o resultado da prova discursiva deve ser sempre individualizado. Segundo a Banca, o edital deve ser individual. Se seu recurso for muito genérico e igual a de outro candidato, a Banca, possivelmente, vai indeferi-lo antes de encaminhar para o examinador. Veja:

17.10 Não serão apreciados recursos que forem apresentados com argumentação idêntica à argumentação constante de outro(s) recurso(s).

Já vi casos em que um professor redigiu o mesmo recurso (genérico) para diversos alunos e entregou faltando apenas 1 hora antes de encerrar o prazo para interposição do recurso. Resultado, os alunos não tinham mais tempo para refazer o próprio recurso, tiveram o recurso indeferido, perderam dinheiro e, ainda, não tiveram a chance de melhorar a classificação no concurso!

Portanto, fique sempre atento ao histórico do professor, caso venha a contratar um serviço de recurso, afinal, você terá que levar o recurso pronto pessoalmente ou nos correios, impresso. E precisará de tempo para fazer isso.

Bom pessoal, espero que tenha facilitado a vida de vocês! Eu e a equipe do Você Concursado estaremos à disposição para lhe ajudar nesta fase!

Caso tenha alguma dúvida não esclarecida, pode deixar um comentário que terei o maior prazer em responder!

Professor: Bruno Marques

 

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