Dicas para elaborar o recurso para a discursiva da SEDESTMIDH

Professor Bruno Marques

O resultado preliminar da prova discursiva da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social – SEDESTMIDH – já está disponível.

Analisando o resultado, verificamos que alguns candidatos conseguiram notas excelentes na objetiva, mas por conta da redação, caíram diversas posições.

Porém, o “jogo” ainda não acabou, pois o concurso possui mais uma fase: o recurso contra o resultado da prova discursiva. Essa é uma fase em que acontecem, logicamente, 3 coisas:

  • Candidatos ganham posições;
  • Candidatos perdem posições;
  • Candidatos mantém as posições.

Se você não fizer recurso, as únicas opções serão manter a posição ou perder a posição. A única maneira de você ganhar posições é entrando com o recurso. Por isso, fique ligado nesse artigo:

DICAS PARA ELABORAR O RECURSO PARA A DISCURSIVA DA SEDESTMIDH.

 A Banca IBRAE permite que o candidato interponha recurso individual contra o resultado preliminar da prova discursiva.

Como o próprio nome já diz, o candidato irá recorrer da sua própria nota. Trata-se de um recurso individual e, por isso, é muito importante que você fique bem atento às informações presentes neste artigo!!! Afinal, você só será beneficiado se entrar com o seu próprio recurso!

Professor, a Banca pode abaixar a nota do candidato que entrar com recurso?

NÃO. Por força de Lei, a Banca não pode diminuir a nota. Vou detalhar esse ponto de forma mais aprofundada neste artigo.

Dividi o artigo em 3 partes essenciais:

  • Entendendo o espelho de correção;
  • Importância do recurso e
  • Características essenciais de um recurso.

ENTENDENDO O ESPELHO DE CORREÇÃO

Apesar do concurso cobrar conhecimento específico de cada área, observa-se que o tema da prova e os critérios de correção da Banca IBRAE foram os mesmos para todos os cargos. Segundo o Edital, o examinador corrigiu sua prova analisando os seguintes critérios:

a) Adequação ao Tema (AT): pontuação máxima igual a 10,00 (dez) pontos. Serão verificadas a organização/estrutura textual e a pertinência ao gênero e ao tema proposto;

b) Argumentação (AR): pontuação máxima igual a 30,00 (trinta) pontos. Será verificado o desenvolvimento do tema proposto, por meio da seleção lógica de argumentos, informações, fatos e opiniões pertinentes ao tema, com articulação e concatenação;

c) Coerência Argumentativa (CA): pontuação máxima igual a 30,00 (trinta) pontos. Será verificada a ordenação e a sequencialização de argumentos;

d) Elaboração Crítica (EC): pontuação máxima igual a 30,00 (trinta) pontos. Serão verificadas a elaboração de proposta de intervenção relacionada ao tema abordado e a pertinência dos argumentos selecionados fundamentados em informações de apoio, estabelecendo relações lógicas, que visem propor valores e conceitos

Após analisar o espelho, verifica-se que os critérios de correção se referem, quase que integralmente, a aspectos textuais: obediência ao tema, seleção de argumentos, ordenação dos argumentos e proposta de intervenção.

O conhecimento a respeito do tema, isto é, o conteúdo em si, será avaliado no critério Argumentação. Nos demais critérios, serão verificados: pertinência ao tema, organização de ideias, estruturação de um texto dissertativo etc. Logo, mesmo que o candidato tenha respondido errado, poderá ainda assim conseguir uma boa nota, desde que tenha apresentado um texto organizado e coerente.

Diante dessas informações, minha principal dica para esse recurso é:

Demonstrar a função de cada parágrafo e de cada ideia central na defesa do tema. Para isso, extraia os argumentos que utilizou no seu texto e explique a função de cada um deles, de forma objetiva e estruturada. 

No que diz respeito aos erros gramaticais, eles serão descontados da seguinte forma: NE/TL x15. Explicando melhor: a banca vai somar a quantidade de erros, dividir pelo total de linhas efetivamente escritas e multiplicar por 15. Então, se o candidato cometeu 5 erros e escreveu 30 linhas, o desconto será de 2,5 pontos.

Para recorrer dos erros gramaticais, será preciso avaliar, caso a caso, as marcações da Banca na folha de resposta (se houver) e verificar se os erros apontados são passíveis de revisão. Ocorre muito de uma vírgula ou uma crase serem facultativas, mas o examinador apontar a ausência ou inserção delas como um erro.

Logo, para recorrer, você precisa estar atento a esses casos e, logicamente, ter um conhecimento um pouco mais aprofundado acerca da norma culta.

IMPORTÂNCIA DO RECURSO

Muitos candidatos não se atentam a essa fase do recurso. Porém, não sabem o quanto ela é importante!  Essa é a última fase do recurso em que o candidato tem a oportunidade de ganhar nota.

E esse ganho de nota costuma alterar significativamente a classificação no concurso. Só para você ter ideia, no concurso do TCU cheguei a ganhar 6 pontos em um recurso e sair da 32ª colocação para a 20ª, em um concurso com 22 vagas. Ou seja, entrei nas vagas graças ao recurso.

E isso acontece muito! Não foram poucas as vezes em que vi pessoas serem convocadas graças às posições que ganharam depois do recurso. Deixe-me mostrar-lhe alguns casos de sucesso de recursos que fiz para alguns alunos:

Esse serviço de excelência foi grande aliado para promover um salto relevante na minha classificação final no cargo de AJAJ do TRT da 8ª Região, uma vez que sai da 22ª colocação para a 4ª colocação, um ganho expressivo de 18 posições! Muito obrigada!”

Antonieta Bessa – TRT 8ª Região/2016

“Gostaria de agradecer a vc (Professor Bruno Marques) e a sua equipe pelo sucesso obtido com recurso feito. Minha nota subiu 0,75 pts. Mas uma vez, muito obrigado.”

Marcos Augusto – Recurso- Analista MPOG/Enap/2015

Se alguns candidatos sobem posições na classificação final, naturalmente, outros perdem. De fato, a regra da Banca é indeferir o recurso. É a minoria que ganha pontos.

E por que há tanta modificação nas notas após a fase de recurso?

A Banca tem muitas provas para corrigir em um curto prazo de tempo. Porém, como já era de se esperar, cada examinador tem uma visão de prova: uns são mais rígidos, outros, mais flexíveis. Ao final, essa diferença de estilos de cada examinador acaba impactando nas notas, o que gera tal variação.

No entanto, quando o aluno entra com recurso, há possibilidade de seu texto ser revisto por outro examinador. Se a nota do examinador que avaliar o seu recurso for maior que a nota anteriormente concedida, sua nota aumentará.

Além disso, ao entrar com recurso, você só tem a possibilidade de aumentar sua nota e nunca de diminuí-la. Isso está consolidado por meio da Lei Distrital nº 6.320/2019, que altera a Lei 4.949/2012 (estabelece normas gerais para realização de concursos públicos no DF), a qual trouxe a seguinte regra:

É vedado:

(…)

IX- Diminuir a nota atribuída pelo examinador em recurso administrativo contra os critérios de correção das questões discursivas e de redação.

Sendo assim, vale a pena entrar com recurso?

Se você não perderá pontos, o que custa tentar? O máximo que pode acontecer é receber um não!

Por isso, a meu ver, sempre vale a pena entrar com recurso, afinal, só terá a nota da prova discursiva majorada quem recorrer, certo?

CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DE UM RECURSO

Vale a pena fazer recurso. Isso é verdade! Porém, não adianta fazer de qualquer jeito. Há algumas regras e dicas que você deve seguir para não ter seu recurso indeferido antes de chegar nas mãos do examinador.

Então, vamos analisar algumas características essenciais de um recurso, levando em conta o Edital da SEDESTMIDH:

1º) O recurso deve ser tempestivo

A Banca IBRAE é bem rigorosa com o prazo para interposição do recurso. Por força da Lei Distrital nº 4.949/2012, o edital prevê o prazo de 10 dias úteis.

Apesar de ser um prazo longo, a maioria dos candidatos deixam para a última hora e acabam se enrolando. Depois do recurso pronto, você ainda deve contar o tempo que demora para inserir na plataforma da Banca. Por isso, o ideal é que elabore o seu recurso o quanto antes.

2º) O recurso deve ser claro e objetivo

Esse é o grande desafio do recurso. O candidato deve ir direto ao ponto e explicar para o examinador porque sua nota deve ser majorada, sem fazer muitos rodeios.

Os argumentos, no entanto, devem ser fortes. Por isso, utilizar uma linguagem simples e técnicas de enumerações e tópicos ajudam muito.

Antes de enviar o seu recurso, pergunte a você mesmo: Se eu tivesse 100 recursos para ler, eu leria o meu? Se achar que o seu recurso está cansativo, melhore o texto. Coloque-se sempre no lugar do examinador.

3º) Atenção à linguagem utilizada

 A linguagem é muito importante. Trata-se de um texto de natureza individual. Logo, o recurso pode ser escrito de forma impessoal ou na 1ª pessoa no singular (eu). Porém, cuidado! Escrever o recurso na 1ª pessoa no plural (nós), não cai bem, ok?

4º) Devo contratar um especialista para fazer o meu recurso?

Como se trata de uma fase importante, é comum que os candidatos procurem professores que possuam experiência em recursos. E isso é uma ótima opção, caso tenha recursos financeiros disponíveis.

Em primeiro lugar, porque o professor tem acesso a várias provas do seu concurso, logo, poderá fazer uma análise mais profunda e entender como a Banca está corrigindo as provas.

Em segundo lugar, o professor tem prática nesse tipo de serviço e sabe quais pontos devem ser contestados e como.

Por fim, na elaboração de recursos acerca dos aspectos gramaticais, é necessário um conhecimento mais aprofundado da língua portuguesa.

Porém, cuidado na hora de contratar um especialista.

O recurso contra o resultado da prova discursiva deve ser sempre individualizado. Segundo a Banca, o edital deve ser individual. Logo, recursos iguais ou semelhantes serão preliminarmente indeferidos. Isto é, se seu recurso for muito genérico ou igual ao de outro candidato, a Banca nem vai se dar o trabalho de ler. Possivelmente, vai indeferi-lo antes de encaminhar para o examinador.

Já vi casos em que um professor redigiu o mesmo recurso (genérico) para diversos alunos e entregou faltando apenas 1 hora para o encerramento do prazo para interposição do recurso. Resultado: os alunos não tinham mais tempo para refazer o próprio recurso, tiveram o recurso indeferido, perderam dinheiro e, ainda, não tiveram a chance de melhorar a classificação no concurso!

Portanto, fique sempre atento ao histórico do professor caso venha a contratar um serviço de recurso, ok?

Bom, pessoal, espero que tenha facilitado a vida de vocês! A equipe do Você Concursado e eu estaremos à disposição para lhe ajudar nesta fase!

Caso tenha alguma dúvida não esclarecida, pode deixar um comentário que terei o maior prazer em responder!

 

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MARCELA DOS SANTOS SILVA
MARCELA DOS SANTOS SILVA
4 anos atrás

Bom dia professor!
O senhor faz a interposição de recurso. Se sim qual seria o valor.

Você Concursado
Você Concursado
Admin
Responder para  MARCELA DOS SANTOS SILVA
4 anos atrás

Olá Marcela!
O professor Bruno é coordenador de recursos do site, que você pode contratar neste link: https://voceconcursado.com.br/recursos-discursivas/.

Ilara
Ilara
4 anos atrás

Boa tarde, professor.
Como fazer o recurso se a banca IBRAE não disponibiliza nem espelho de prova e nenhuma marcação a respeito do que errei? como fazer recurso se não levei a prova para casa e a banca não disponibiliza o enunciado da discursiva? Parece impossível fazer algo sem espelho de prova, sem delimitação dos meus erros, sem o enunciado da discursiva para ter certeza a respeito do tema. Disponibilizam somente a prova e a nota. E agora?