Em 2019 completam-se 10 anos da morte do criador do Teatro do Oprimido, o dramaturgo e diretor Augusto Boal. Entre 1956 e 1970 ele revolucionou a forma de pensar e fazer teatro no Brasil com a companhia teatral do Teatro de Arena (São Paulo), onde dirigiu 31 peças. Em 1974, publicou um conjunto de ensaios nos quais apresenta suas reflexões teóricas sobre as experiências no Teatro de Arena: “Teatro do Oprimido e outras Poéticas Políticas”. Leia, a seguir, um trecho dessa obra.
A discussão sobre as relações entre o teatro e a política é tão velha como o teatro… ou como a política. Desde Aristóteles e desde muito antes, já se colocavam os mesmos temas e argumentos que ainda hoje se discutem. De um lado, se afirma que a arte é pura contemplação e de outro que, pelo contrário, a arte apresenta sempre uma visão do mundo em transformação e, portanto, é inevitavelmente política, ao apresentar os meios de realizar essa transformação ou de demonstrá-la. Deve a arte educar, informar, organizar, influenciar, incitar, atuar, ou deve ser simplesmente objeto de prazer e gozo? Como transformar espectadores em espect-atores?
BOAL, Augusto. Teatro do Oprimido e outras poéticas políticas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991.
Considerando a perspectiva teatral exposta,
a) explique a importância das experiências teatrais realizadas por Augusto Boal e sua geração no Teatro de Arena, nas décadas de 1950-60, para a elaboração teórica de uma “Estética do Oprimido.”
b) Caracterize a dimensão poética e política do Teatro do Oprimido.