Texto 1
A dificuldade de conseguir um carro via aplicativo pode variar de acordo com o local em que o usuário está. Isso está relacionado à dinâmica de oferta e demanda característica do serviço. Mas essa diferença também pode ser acentuada pelas chamadas zonas de risco.
As zonas de risco são determinadas pelas empresas de aplicativo a partir de dados de violência nos bairros de grandes cidades. Em alguns casos, a informação é divulgada exclusivamente para os motoristas. Em outros, a mensagem também é visível para o próprio usuário, alertando que o carro sequer chega ali.
No Brasil, assim como acontece na África do Sul, existe a prática de bloquear regiões consideradas perigosas. Embora essas empresas, sob o argumento de proteção à segurança de motoristas e clientes, não divulguem os bairros em que existem os bloqueios, usuários relatam a falta de acessibilidade do serviço, principalmente nas zonas periféricas.
Para os passageiros, a adoção de zonas de risco expõe a desigualdade de acesso a serviços oferecidos nas grandes cidades, principalmente em zonas periféricas; para os motoristas, a adoção das zonas de risco tenta dar segurança. Representantes da categoria de motoristas de aplicativos reivindicam dados mais precisos sobre o destino da viagem.
(Cainã Marques Lopes e Débora Rodrigues Costa Aleluia. “Por que é mais difícil chamar carro por app em certas áreas”.
www.nexojornal.com.br, 11.01.2020. Adaptado)
Texto 2
“Moça, você mora em uma área de risco? É perigoso eu ir te buscar?” Foi assim que um motorista de aplicativo me contou, em setembro de 2019, que o bairro onde moro na zona sul de São Paulo é considerado zona de risco, segundo indicador interno da empresa de tecnologia. O relato não surpreendeu. Antes mesmo de os carros de aplicativos chegarem ao bairro, muitos taxistas se recusavam a fazer o trajeto de cinco quilômetros entre o metrô e o bairro. É verdade que o roubo de carros frequente e o assassinato de um motorista na região, há muitos anos, ajudou a cristalizar a percepção de insegurança. Essas justificativas não diminuem o transtorno de quem vive ali. Motoristas de aplicativos já me fizeram descer de seus carros de madrugada, no centro da cidade, ao entenderem qual o destino da viagem.
(Regiane Oliveira. “Quando seu bairro é definido como zona de risco por um app de transporte”. https://brasil.elpais.com, 10.01.2020. Adaptado)
Texto 3
A recepcionista Samantha Tavares desinstalou os aplicativos de corrida após observar uma dificuldade cada vez maior de chamar viagens. Moradora da Pavuna, zona norte do Rio, ela frequentemente recebia mensagens através do chat da ferramenta. “Os motoristas perguntavam ‘Vai para onde?’ e, mesmo eu afirmando que não era comunidade, cancelavam a corrida. Entendo o medo, mas não tenho culpa de morar onde moro. Agora, tenho pegado mais mototáxi”, relata Samantha.
Uma empresa de transportes de passageiros por aplicativo afirmou que os seus motoristas são autônomos e têm liberdade para recusar ou aceitar viagens. Outra empresa informou que “os condutores são notificados sobre corridas em zonas de risco e podem aceitá-las ou não, sem qualquer tipo de penalização”.
(Yuri Eiras. “‘Não subo’: Passageiros relatam casos de discriminação em viagens por aplicativo perto de favelas”. https://odia.ig.com.br, 28.10.2021. Adaptado)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, empregando a norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
Corridas por aplicativo em “zonas de risco”: entre a liberdade de escolha do motorista e o transtorno gerado aos moradores dessas regiões
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