Texto 1
Em tempos de incerteza e precariedade, uma profissão desponta como das mais desejadas entre crianças, adolescentes e jovens adultos: a profissão de influenciador. Uma pesquisa realizada pela Fundação Lego perguntou em três países o que crianças de 8 a 12 anos gostariam de ser quando crescer.
Nos Estados Unidos e na Inglaterra, a profissão mais cobiçada foi de vlogger, influenciador que se comunica por meio de vídeo. Cerca 30% das crianças nos dois países responderam que essa é sua ambição de futuro. Já no terceiro país pesquisado, a China, a resposta foi diferente: 58% das crianças chinesas responderam que seu maior desejo é ser astronauta. O rol de habilidades necessário para ser astronauta é abrangente, inclui domínio de física, química, matemática e ciências em geral.
(Adaptado de: LEMOS, Ronaldo. Influenciador irou profissão das mais desejadas. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br)

Texto 3
Um fator que colabora para a popularização dos influencers mirins é a identificação que o público possuí com eles. “O influenciador mirim estão ali na mesma linguagem da criança, um ideal de consumo”, afirma Nara Helena Lopes, do Instituto de Psicologia da USP. Segundo ela, o ambiente on-line potencializa essa exposição para ambos os lados, produtor e consumidor infantil “Quando a gente intensifica a exposição de crianças dentro do ambiente on-line, a gente está intensificando o uso de outras crianças nesses aplicativos, nesses dispositivos, nessa rede on-line”, ressalta a professora, ao comentar como o uso desses meios de comunicação resulta na criação de uma geração hiperconectada.
A exposição infantil, nesse cenário, cria um efeito cascata, fazendo da criança que produz um interlocutor para as experiências que, naturalmente, outras crianças teriam quando desconhecidas, influenciando nos desejos delas, tanto de consumo quanto de atividades. Para Nara Lopes, isso é preocupante, pois, ao criar uma geração que é influenciada a ser influenciadora, existe a possibilidade de criar uma geração que pode se frustrar por não conseguir se tornar um, devido à dificuldade que existe no processo.
(Adaptado de: FUENTES, Patrick. Influancers mirins: axposição
Infantil na internet pode gerar impactos psicológicos.
Jormal da USP no Ar. Disponível em: <hiipsljomalusp.-br. Publicado
em: 04 de out. de 2021. Acesso em: 11 de nov. de
2023)
Texto 4
Especialistas em psicologia infantil e redes sociais alertam que mesmo a supervisão parental! não isenta os jovens de sofrer as consequências da cultura de likes. “O celular e a internet nos viciaram em recompensas rápidas, e o like é uma delas. Ele representa a satisfação da expectativa de reconhecimento alheio para que 6 individuo se sinta importante, pertencente a um grupo. Às crianças passam a não se valorizarem por si mesmas, o que gera frustração e pode levar até a uma depressão”, explica a psicóloga da infância Ana Flávia Fernandes, autora do blog Terapia de Criança.
Outros riscos são os problemas de compreensão cognitiva e de desenvolvimento da identidade. “E como se a tela do celular fosse como um espelho para eles”, acrescenta Evelyn Eisenstein, pediatra especialista no consumo de novas tecnologias. As especialistas explicam que, enquanto os adolescentes se questionam se o “eu” representado nas redes sociais é verdadeiro, as crianças expostas a esse mundo digital sequer chegam a formar a própria identidade.
(Adaptado de: OLIVEIRA, Joana. ‘Influancers” mirins: a vida
da uma geração presa ao celular. Disponível em:
«hitpslbrasil.elpais.com. Publicado em: 02 de set de 2018.
Acesso em 08 de nov. de 2023)
Texto 5
A estrutura familiar é outro ponto que é alterado pela exposição infantil Quando uma criança se toma uma influencer, automaticamente ela também se torna uma fonte de renda. “Meu filho deixa de ser filho, ele passa a ser um objeto que pode trazer uma fonte de renda muito significativa para mim”, afirma Nara Helena Lopes, do Instituto de Psi cologia da USP. “Às vezes pode passar a ser o sonho da família e a familia insistentemente expõe essa criança a uma série de riscos, porque a internet não é um ambiente seguro”, diz Nara sobre os riscos que a criança tem devido à exposição: “Então, essa criança pode sofrer um bullying, pedofilia, sofrer violências nas mais variadas formas dentro de um ambiente que parece que é protegido, mas que, na verdade, os riscos são muito superiores em termos subjetivos”.
(Adaptado de: FUENTES, Patrick Influaneers mirins:
exposição Infantil na Internet pode gerar Impactos
psicológicos. Jornal da USP no Ar. Disponivel em:
<hitps:omal.usp.br. Publicado em: 04 de out de 2021.
Acesso em: 11 de nov. de 2023)
Texto 6
As atividades realizadas no ambiente digital! também se aplicam à figura dos influenciadores “mirins”, que realizam as mesmas ações de influenciadores adultos. Essa atuação profissional, no entanto, exige um papel! ativo da criança influenciadora, que interage com seus seguidores para garantir engajamento na plataforma, cria e atua nos conteúdos de entretenimento de seu perfil participa de competições nos jogos virtuais e ainda realiza as entregas de publicidade para as empresas anunciantes. Por isso, além de manifestação artística, trata-se de desempenho de trabalho, na medida em que as seguintes características permeiam o cotidiano das crianças e adolescentes influenciadores: (i) habitualidade; (ii) monetização, trocas comerciais ou recompensa pela produção; e (iii) orientação da performance em relação as expectativas extremas que envolvem as crianças dentro de produções artísticas e de entretenimento. Estã configurado, portanto, O trabalho infantil, para o qual existe uma legislação aplicável e que impõe a avaliação de cada caso concreto pelo poder judiciário, órgão com poderes para emitir alvará judicial específico. De modo semelhante, pais, mães e responsáveis legais têm o dever de zelar pelo melhor interesse das crianças e adolescentes que realizam esse tipo de trabalho artístico.
(Adaptado de: Criança e consumo. O trabalho Infantil artistico
nas redes sociais. Disponivel em: <hips:criancasconsumo.org.br.
Publicado em: 2022. Acesso em: 17 de nov. de 2023)
A partir da leitura e compreensão dos textos acima, escreva um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema:
O trabalho das crianças na internet: impactos para a infância.
CONTEÚDO EXCLUSIVO
Confira nossos planos especiais de assinatura e desbloqueie agora!
Ops! Esta questão ainda não tem resolução em texto.
Ops! Esta questão ainda não tem resolução em vídeo.
Questões Relacionadas
O uso de tecnologias digitais tem provocado mudanças profundas nos mecanismos de fiscalização e de acompanhamento das políticas públicas. No contexto brasileiro, tanto os órgãos de controle institucional — como tribunais de contas, controladorias, Ministério Público e polícias — quanto a sociedade civil enfrentam desafios crescentes para monitorar a aplicação dos recursos públicos, garantir transparência e promover eficiência administrativa. Nesse cenário, a disseminação da inteligência artificial (IA) tem ampliado as possibilidades de análise de dados, identificação de irregularidades e participação cidadã.
Diante desse quadro, discute-se de que maneira essas tecnologias podem favorecer a b…
Ao falar sobre o direito de igualdade, é preciso ter a honestidade intelectual para reconhecer que há um grande déficit de justiça entre nós. Nem todos os brasileiros são tratados com igual consideração quando buscam o serviço público da justiça. Em vez de se conferir ao que busca a restauração dos seus direitos o mesmo tratamento e consideração que são dados a poucos, o que se vê, aqui e acolá — nem sempre, mas é claro, às vezes sim —, é um tratamento privilegiado, preferência desprovida de qualquer fundamentação racional.
Internet: <noticias.stf.jus.br> (com adaptações).
Considerando que os fragmentos de texto apresentados tenham caráter unicamente motivador, redija um texto disserta…
À primeira vista, os números sobre tecnologia no ambiente escolar impressionam: segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2019, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2020, 88,1% dos estudantes brasileiros têm acesso à internet e 81% das escolas públicas do país possuem laboratórios de informática. No entanto, um olhar mais atento revela um problema muito mais profundo: na Educação Básica, enquanto 4,1 milhões de estudantes da rede pública não têm acesso à conectividade, apenas 174 mil alunos do setor privado não possuem conexão à rede. A desigualdade não para por aí, evidenciado-se também quando o recorte é geográfico. Nas regi…



