Texto I
O conceito de “invisibilidade social” tem sido aplicado, em geral, quando se refere a seres socialmente invisíveis, seja pela indiferença, seja pelo preconceito, o que nos leva a compreender que tal fenômeno atinge tão somente aqueles que estão à margem da sociedade.
Existem diversos fatores que contribuem para que a invisibilidade social ocorra: histórico, cultural, social, religioso, econômico, estético etc. É o que acontece, por exemplo, quando um mendigo é ignorado de tal forma que passa a ser apenas mais um objeto na paisagem urbana.
Segundo Laing (1986), “não podemos fazer o relato fiel de uma pessoa sem falar do seu relacionamento com os outros”. A identidade é definida pela relação do indivíduo com os que estão à sua volta, em seu convívio. É na relação entre o EU e o OUTRO que se constrói a identidade do EU.
(Aline Cechinato. Priscilla Martins. Roberta Possebon Menegotto. Geancarlo Tolazzi.)
Texto II
Desde os anos 1980, o conceito de “invisibilidade social” vem se constituindo em importante referencial de pesquisa no campo sociológico, da antropologia, da psicologia social, da ciência política e da ética, por exemplo. Ele é particularmente ressaltado pelos movimentos feministas e antirracistas que, ao colocá-lo em pauta, insistem em tentar aumentar o grau da consciência coletiva em prol de mudanças fundamentais na sociedade contemporânea. Quem fala de invisibilidade fala de naturalização de desigualdades que se expressam por meio do desdém da sociedade por determinados grupos e seguimentos, não apenas as mulheres e os negros. No campo da saúde, vários tipos de pessoas, como os mais pobres, os que sofrem determinadas doenças e estão fora do radar das políticas instituídas, frequentemente, são vítimas de maus tratos ou omissões, quando são os que mais precisam do SUS.
Esta edição temática apresenta textos que remexem o fundo de nossa alienação social como, por exemplo: o excesso de morte dos jovens egressos do sistema penal; droga e estigma como vivência da população de rua; prevalência da lepra em determinados espaços e seguimentos sociais; prevalência da tuberculose na população indígena; crianças portadoras de paralisia cerebral; famílias com crianças vivendo com síndrome congênita de zika vírus; mulheres adictas ao crack; trabalhadores de limpeza hospitalar; dentre outros tratados pelo número temático. Além dos assuntos consagrados na área de saúde coletiva, os artigos aqui publicados, ainda que a maioria não traga o termo invisibilidade entre suas palavras-chave, contribuem para mostrar até onde o SUS precisa chegar. Ou seja, até aquele lugar obscuro onde qualquer ser humano se encontre, por mais miserável, discriminado ou oculto que seja.
(Revista Ciência e Saúde Coletiva. Edição 25.10. Outubro, 2020.)
Texto III

Produza uma redação, considerando os textos como motivadores, tendo como tema:
“O caminho da invisibilidade individual à promoção da saúde pública”.
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