Recurso para discursiva do MAPA – Médico Veterinário: tudo o que você precisa saber

O resultado preliminar da prova discursiva do concurso de Auditor-Fiscal Federal Agropecuário – Médico Veterinário do MAPA está próximo.  Conforme o cronograma do concurso, o resultado provisório da prova discursiva está previsto para o dia 9 de fevereiro e o prazo para interpor recurso contra o resultado preliminar da prova discursiva será nos dias 14 e 15 de fevereiro de 2018.

Considerando que serão 931 candidatos concorrendo com todas as forças pelo salário de R$14.584,71 mensais, você não pode deixar de participar dessa fase. Sendo assim, vou tirar a seguinte dúvida:

COMO FAZER UM RECURSO PARA O CONCURSO DA MAPA?

A boa notícia é: a Esaf costuma acatar muitos recursos. No concurso da Funai, quase 12% dos candidatos tiveram êxito com seus recursos. A média de ganho foi de 5 pontos, mas alguns candidatos chegaram a ganhar 26 pontos!

Isso não é à toa. De 2013 para cá, a qualidade das correções da ESAF tem deixado muito a desejar. Como as correções estão ruins, muitos candidatos são penalizados indevidamente. A única ferramenta para corrigir a nota é o recurso. Por isso, aqui vai a primeira dica:

1) Se você não concordar com a nota atribuída, recorra! O recurso é a última chance de melhorar a sua nota final.

A Banca ESAF permite que o candidato interponha recurso individual contra o resultado preliminar da prova discursiva diretamente no site. É a única fase em que a majoração não é atribuída a todos os candidatos, mas tão somente àquele que recorreu do resultado. Por isso, trata-se de um recurso INDIVIDUAL. Segunda dica:

2) O recurso deve ser individualizado. Não adianta copiar o recurso de outro candidato ou fazer um recurso genérico.

Por isso, é muito importante que você fique atento às informações deste artigo!!! Afinal, você só será beneficiado se entrar com o seu próprio recurso!

Dividi este artigo em 3 partes essenciais:

• Importância do recurso;
• Entendendo o espelho de correção;
• Características essenciais de um recurso.

IMPORTÂNCIA DO RECURSO

Muitos candidatos não se atentam a essa fase do recurso, pois mal sabem da importância dela.  Essa é a última fase em que o candidato tem a oportunidade de ganhar nota. E esse ganho de nota costuma alterar significativamente a classificação dos candidatos no concurso.

E isso acontece muito! Não foram poucas as vezes em que vi pessoas serem convocadas graças às posições que ganharam depois do deferimento de seus recursos.

Deixe-me mostrar casos de sucesso de recursos que fiz para alguns alunos:

“Agradeço pela excelente confecção do recurso referente à questão de Politicas Publicas, aspecto de conteúdo, da prova discursiva do concurso para APO/MPOG. De 14 pontos possíveis, consegui 4 pontos (quase 30% dos pontos possíveis). Com isso consegui subir 3 posições na classificação, fator que poderá ser muito importante no resultado final. Indico a todos este excelente serviço, pois foi feito de maneira muito pessoal e com muita qualidade.”

Fabricio Paes – Aprovado no concurso APO/MPOG -ESAF /2016

 “Esse serviço de excelência foi grande aliado para promover um salto relevante na minha classificação final no cargo de AJAJ do TRT da 8ª Região, uma vez que sai da 22ª colocação para a 4ª colocação, um ganho expressivo de 18 posições! Muito obrigada!”

Antonieta Bessa – TRT 8ª Região/2016

Bruno, saiu o resultado do recurso. Conseguimos 3,07 pontos…. Agradeço pela colaboração nesse momento de grande importância na minha carreira. Muito obrigado!

Deiber Vieira – TRF 1ª Região/CESPE/2018

Mas professor, há chance de diminuírem a minha nota?

Ao entrar com recurso, você só tem a possibilidade de aumentar sua nota e não de diminuí-la. Apesar de não haver nenhuma garantia disso no Edital, a praxe é não diminuir a nota após o recurso. Afinal, caso houvesse uma diminuição da nota, deveria haver um outro prazo de recurso e isso afetaria o cronograma do concurso inteiro. De qualquer modo, sempre use o bom senso. Se na redação você cometeu algum erro muito grave, mas não foi penalizado, melhor não deixar o examinador olhar de novo, certo?

Mas, em regra, o pior que pode acontecer é a Banca indeferir o seu recurso e manter a nota já aplicada.

Já que você não perderá pontos, o que custa tentar? O máximo que vai ganhar é um “não”!

Por isso, a meu ver, sempre vale a pena entrar com recurso. Afinal, só terá a nota da prova discursiva majorada quem recorrer, certo?

 ENTENDENDO O ESPELHO DE CORREÇÃO

Conforme o Edital do concurso da MAPA, o espelho de correção será dividido em 2 aspectos: “capacidade de desenvolvimento do tema” e “uso do idioma”. O primeiro aspecto é o que vale mais pontos: 70. Já o segundo, valerá até 30 pontos.

Capacidade de desenvolvimento do tema (70 pontos)

A forma de cálculo da nota é invertida. O candidato começa com a pontuação máxima e o examinador vai tirando pontos à medida em que ele não obedece alguns dos seguintes aspectos textuais:

Capacidade de argumentação: -25

Sequência lógica do pensamento: -25

Alinhamento ao tema: -10

Cobertura dos tópicos apresentados: -10

Esses 4 aspectos serão os mais importantes no recurso.

Mas o que significa cada um desses aspectos?

Capacidade de argumentação. Nesse aspecto, o examinador vai avaliar se você respondeu corretamente aos tópicos do enunciado e quais os argumentos foram usados para comprovar essa resposta. Não adianta apenas responder corretamente, é preciso fundamentar cada uma das respostas. Como argumentos, o candidato pode utilizar normas, doutrina e/ou exemplos práticos.

Se você perdeu pontos nesse critério, seu trabalho é simples. Terá que demonstrar para banca que respondeu corretamente e que utilizou de argumentos. Aqui é bom citar as normas e/ou trechos do padrão de resposta para comparar e ratificar a sua resposta.

Sequência lógica do pensamento: Todo texto deve ter a seguinte sequência lógica: ideia principal, argumentos para sustentar a ideia principal e uma conclusão, que deve ser coerente com os argumentos e ratificar a ideia principal.

Caso o examinador tenha te penalizado nesse critério, você deverá demonstrar que seu texto possui essa sequência lógica. Quanto mais objetiva estiver essa demonstração, melhor. Para isso, utilize tópicos e faça sempre referência às linhas do texto onde estão os argumentos principais.

Alinhamento ao tema: Muitos candidatos se perdem quando vão responder a uma questão. A Banca não liberou o caderno de provas com o enunciado da questão, mas o tema era sobre o monitoramento e controle de Salmonella. Deste modo, o candidato não deve ficar enrolando trazendo informações sobre o papel do MAPA na realização de políticas para o desenvolvimento do agronegócio, por exemplo. Qualquer fuga ao alinhamento do tema também pode ser penalizada como fuga parcial ou total do tema.

Sendo assim, se quiser recorrer desse aspecto, deverá demonstrar que todos os argumentos do seu texto estão alinhados, de algum modo, com o tema.

Cobertura dos tópicos apresentados: Caberá ao examinador avaliar se o candidato respondeu a todos os tópicos do enunciado. O estudo de caso trouxe os seguintes tópicos (não estão escritos exatamente como na prova, pois a Banca não divulgou o enunciado):

1-Características do gênero Salmonella; principais espécies do gênero e infecções que causam em aves comerciais

2-Fatores de Virulência da Salmonella e suas funções

3-Informações mínimas que devem estar descritas na ficha de acompanhamento

4- Quantas amostras se deve coletar em estabelecimentos avícolas comerciais de aves de corte registrados no SVE

5- Ações fiscais em granjas com resultado positivo

Sendo assim, se perder pontos nesse aspecto, basta demonstrar para o examinador que falou sobre todos os pontos. O importante é que isso seja feito de forma bem objetiva. Por exemplo: Tópico 1: respondido entre as linhas 20 a 25. Se tiver respondido corretamente, pode deixar isso claro no seu recurso. Caso contrário, não dê destaque ao seu erro.

O edital ainda traz outras formas de penalização.

O examinador poderá atribuir a nota ZERO (-70) quando constatar: Fuga total ao assunto abordado, ausência de texto e/ou identificação do candidato em local indevido.

Por fim, a última situação em que o candidato pode perder pontos nesse aspecto refere-se à obediência à quantidade de linhas. Caso exceda as 60 linhas perderá 1,20 pontos por linha redigida a mais. Caso não escreva o mínimo de 45 linhas, perderá 1,70 pontos por linha redigida a menos.

 Uso do idioma (30 pontos)

Assim como no aspecto anterior, a nota será reduzida na medida em que forem sendo constatados erros de gramática. Esses erros são classificados em 3 tipos, sendo a penalidade variável:

Aspecto formal: erros de forma em geral e de ortografia: -0,25 cada,

Aspecto gramatical: morfologia, sintaxe de emprego e colocação, sintaxe de regência, concordância e pontuação: -0,50 cada,

Aspecto textual: sintaxe de construção (clareza, concisão, unidade temática/estilo, coerência, propriedade vocabular, paralelismo semântico e sintático e paragrafação: 0,75 cada,

Esse aspecto é um dos que oferece mais chances de recurso, porém, é preciso que o candidato possua um bom conhecimento de gramática.

Para recorrer, basta encontrar os erros e analisar se realmente eles ocorreram. O recurso referente ao “uso do idioma” deve ser claro e objetivo. Não precisa ser muito grande e nem citar vários gramáticos.

Outra estratégia é conferir se o erro apontado pela Banca foi classificado corretamente. Por exemplo, se a Banca indicar um erro de coerência (aspecto textual) e na verdade for um erro de pontuação (aspecto gramatical), você pode pedir para alterar a classificação. Assim, deixará de perder 0,75 para perder 0,50, ou seja, terá um ganho de 0,25 pontos na nota final.

CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DE UM RECURSO

Vale a pena fazer recurso. Isso é verdade! Mas não adianta fazer de qualquer jeito. Há algumas regras e dicas que você deve seguir para não ter seu recurso indeferido antes de chegar nas mãos do examinador.

Então, vamos analisar algumas características essenciais de um recurso, levando em conta o Edital da ESAF:

1º) O recurso deve ser tempestivo:

A Banca ESAF é bem rigorosa com o prazo para interposição do recurso. Após o resultado com a nota da prova discursiva, o candidato possui 2 dias úteis para a elaboração do recurso. Salvo disposição em contrário, o encerramento do recurso ocorre às 23h59 do segundo dia.

São 2 dias para fazer o recurso e inserir na plataforma do site. Depois do recurso pronto, você ainda deve contar o tempo que demora para inserir na plataforma da Banca. Por isso, não é bom deixar para última hora.

2º) No recurso não deve constar nenhuma forma de identificação do aluno;

Ao elaborar o recurso, muitos candidatos tem a mania de inserir o nome: “ Eu, Fulano de tal, gostaria de recorrer do resultado…”

Se você fizer isso, terá o recurso indeferido antes de chegar na mão do examinador. Então, nada de se identificar, ok?

Todavia, não há problema em citar a nota que tirou em determinado critério. Afinal, o objetivo do recurso é contestar a nota atribuída.

3º) O recurso deve ser claro e objetivo;

Esse é o grande desafio do recurso. O candidato deve ir direto ao ponto e explicar para o examinador porque sua nota deve ser majorada, sem fazer muitos rodeios.

Os argumentos, no entanto, devem ser fortes. Por isso, utilizar uma linguagem simples, técnicas de enumeração e tópicos ajudam muito.

Antes de enviar o seu recurso, pergunte a você mesmo: Se eu tivesse 100 recursos para ler, eu leria o meu? Se achar que o seu recurso está cansativo, melhore o texto. Coloque-se sempre no lugar do examinador.

4º) Atenção à linguagem utilizada.

A linguagem é muito importante. Trata-se de um texto de natureza individual. Logo, o recurso pode ser escrito de forma impessoal ou na 1ª pessoa no singular (Eu).

Por isso, cuidado! Escrever o recurso na 1ª pessoa no plural (Nós) não cai bem, ok?

5º) Devo contratar um especialista para fazer o meu recurso?

Como se trata de uma fase importante, é comum que os candidatos procurem professores que possuam experiência em recursos. E isso é uma ótima opção, caso tenha recursos financeiros disponíveis.

Em primeiro lugar, porque o professor tem acesso a várias provas do seu concurso, logo, poderá fazer uma análise mais profunda e entender como a Banca está corrigindo as provas.

Em segundo lugar, porque o especialista tem prática nesse tipo de serviço e sabe quais pontos devem ser contestados.

Por fim, na elaboração de recursos acerca dos aspectos gramaticais, é necessário um conhecimento mais aprofundado da língua portuguesa.

Porém, cuidado na hora de contratar um especialista!

O recurso contra o resultado da prova discursiva deve ser sempre individualizado. Recursos iguais ou semelhantes serão preliminarmente indeferidos. Isto é, se seu recurso for muito genérico ou igual ao de outro candidato, a Banca nem vai ler. Possivelmente, vai indeferi-lo antes de encaminhar para o examinador.

Já vi casos em que um professor redigiu o mesmo recurso (genérico) para diversos alunos e entregou faltando apenas 1 hora antes de encerrar o prazo para interposição do recurso. Resultado: os alunos não tinham mais tempo para refazer o próprio recurso, tiveram o recurso indeferido, perderam dinheiro e ainda não tiveram a chance de melhorar suas classificações no concurso!

Portanto, fique sempre atento ao histórico do professor caso venha a contratar um serviço de recurso, ok?

Bom, espero que este artigo tenha facilitado a sua vida! A equipe do Você Concursado e eu estaremos à disposição para ajudar você nesta fase!

Caso tenha alguma dúvida não esclarecida, pode deixar um comentário que terei o maior prazer em responder!

Professor: Bruno Marques