Leia os textos a seguir.
Texto I
O Uber é um aplicativo de celular que conecta uma pessoa a um motorista particular.
Os carros do Uber são pretos, geralmente de luxo, e há vários itens de conforto para os passageiros, como bebidas e balas. Os motoristas usam roupas sociais e abrem a porta para a pessoa entrar. Como os táxis, esse serviço cobra bandeira, quilometragem e taxa por minuto parado. Mas há uma diferença importante: quando há muita demanda por carros em uma determinada região, o preço da corrida aumenta. Quando o número de pedidos volta ao normal, o preço da corrida diminui novamente.
Os taxistas são contra a utilização do Uber, pois, para eles, trata-se de uma concorrência desleal. Para operar um táxi, o motorista precisa conseguir alvará, licença especial emitida pelas prefeituras das cidades. Conseguir uma permissão dessas envolve burocracia e investimento.
Quem defende o Uber diz que o serviço prestado é diferente do táxi (porque é de um nível mais alto) e que é o equivalente a contratar um motorista particular, algo que já existe e é perfeitamente legal. O Uber apenas conectaria os clientes aos motoristas, e isso não pode ser considerado concorrência aos táxis.
(Diogo Antonio Rodriguez. Entenda a polêmica do aplicativo
Uber. CartaCapital. www.cartacapital.com.br. 28.07.2015. Adaptado)
Texto II
De microfone em mãos, Edmilson Americano, presidente da Associação Brasileira das Associações e Cooperativas de Táxi (Abracomtaxi), gritava palavras de ordens na manhã desta quarta-feira (08.04.2015), em São Paulo.
Para a Abracomtaxi, o objetivo do protesto não é frear a tecnologia, mas evitar o uso irregular e desleal da plataforma de carona, que não segue as normas previstas na legislação de mobilidade, aprovada em 2011. “Não podemos promover a clandestinidade com um aplicativo que promove um desserviço, que utiliza carros sem licença”, diz Edmilson Americano.
Os taxistas criticam a vantagem que os motoristas do Uber têm de não pagar impostos e também de não ter o mesmo parâmetro de cobrança de corridas. “A Uber não é legalizada. Para eles é simples trabalhar, basta ter um carro e sair atendendo aos passageiros, enquanto a gente demora a vida toda para se adequar à lei”, diz o taxista autônomo Alexandre Braz, de 50 anos.
Segundo dados da Associação dos Taxistas, desde a chegada do Uber ao Brasil, no ano passado, houve uma queda de 30% no atendimento a corridas noturnas. “Os motoristas que trabalham à noite já sentem o impacto do Uber em suas corridas, já que muitos passageiros têm utilizado o app (aplicativo) para ir e voltar das baladas”, afirma Eder Wilson de Sousa da Luz, diretor da associação. Ainda segundo esse levantamento, os taxistas paulistanos perdem, por dia, em média, 1 000 corridas.
(Bruna Mesquita. Em protesto contra o Uber, taxistas de São Paulo criticam
vantagens da startup americana. Exame. http://exame.abril.com.br. 08.04.2015. Adaptado)
Texto III
O porta-voz do aplicativo Uber no Brasil, Fabio Sabba, diz que o programa de “carona paga” é legal.
Segundo Sabba, há duas categorias de transporte distintas: uma é o transporte individual público (táxi, por exemplo) e a outra, um transporte individual privado (Uber, por exemplo), de acordo com a política nacional de mobilidade urbana, uma lei federal de 2012. A principal diferença é que o único modo de pedir um carro com um motorista é pelo aplicativo.
Antes de a Uber aprovar um motorista, de acordo com Sabba, é feita uma checagem de antecedentes nas esferas federal e estadual para verificar a idoneidade dele. Além disso, o profissional precisa possuir carteira de motorista com licença para exercer atividade remunerada (EAR). É exigido ainda que o veículo tenha seguro que cubra o passageiro e o motorista.
Sabba afirma que o aplicativo também conta com camadas importantes de segurança. Um exemplo é que o motorista não tem acesso ao telefone do cliente e vice-versa. Desse modo, preserva-se a privacidade de ambos. Pelo aplicativo, o passageiro também pode compartilhar com quem quer que seja o trajeto, o que permite que um terceiro acompanhe o caminho que está sendo feito pelo motorista e o exato momento de chegada do usuário ao destino.
A Uber também garante que os passageiros viajem sem a necessidade de carregar dinheiro: como eles cadastram o cartão de crédito no aplicativo, o pagamento é feito direto no cartão, sem o uso de dinheiro.
Além disso, após cada viagem, o usuário precisa necessariamente dar uma nota para o motorista (de uma a cinco estrelas). Caso a nota do motorista parceiro se mantenha abaixo da média (4,6), ele recebe um feedback da Uber, para que ele possa aprender e melhorar. Se mesmo assim ele se mantém com uma nota baixa, é desligado da plataforma.
A Uber acredita que os brasileiros devem ter assegurado seu direito de escolha para se movimentar pelas cidades.
(Felipe Souza. Porta-voz diz que aplicativo Uber é legal e precisa
ser regulamentado. Folha de S.Paulo. www1.folha.uol.com.br. 09.04.2015. Adaptado)
Com base na leitura dos textos e em seus conhecimentos sobre o assunto, escreva uma dissertação, de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa, sobre o seguinte tema:
Uber: concorrência desleal com os taxistas ou inovação benéfica para os cidadãos de São Paulo?