Texto I
Embora o país caminhe para a universalização do acesso à Internet, com 84% dos habitantes de 10 anos ou mais usuários da rede, somente 22% têm condições satisfatórias de conectividade, enquanto para a maioria (57%) a realidade é menos positiva. O estudo adotou como referencial analítico a ideia de “conectividade significativa”, entendida como a capacidade de utilização satisfatória de vários serviços na Internet, possibilitando o aproveitamento das oportunidades no ambiente online.
A avaliação com base em dimensões territoriais, sociodemográficas e socioeconômicas, aferindo a qualificação para o uso da Internet, bem como os tipos de atividades desenvolvidas na rede, mostrou que as piores condições de conectividade significativa estão concentradas em grupos populacionais historicamente excluídos. Para atividades de sociabilidade primária ou de entretenimento, o nível de conectividade teve menos efeito, diferentemente do que aconteceu no caso de atividades de maior complexidade e com maior potencial para a emancipação das pessoas, como aquelas associadas à busca de informações sobre direitos e serviços, e atividades de natureza transacional, como operações financeiras e usos de serviços digitais de governo.
Adaptado de CETIC.br. Perto da universalização do acesso à Internet, Brasil ainda tem maioria da população com baixa conectividade
significativa, revela novo estudo. São Paulo: NIC.br, 15 abr. 2024. Disponível em: https://cetic.br/
Texto II
A pobreza pode ser identificada como uma situação de privação de capacidades. Essa perspectiva aprimora a análise da pobreza ao aprofundar o entendimento da sua natureza e das suas causas, desviando a atenção dos meios para os fins e, ao mesmo tempo, para as liberdades, já que estas permitem alcançar os fins.
Há um risco em ver a pobreza sob o prisma limitado da privação de renda e, a partir disso, justificar investimentos em educação, saúde e outros setores, sob o argumento de que são bons meios para se atingir o fim, que seria a redução da pobreza em termos de renda. Isso seria confundir os fins com os meios. Devemos entender a pobreza e a privação em termos das vidas que as pessoas efetivamente podem levar e das liberdades que elas realmente possuem. A expansão das capacidades humanas enquadra-se diretamente nesse conjunto de considerações básicas.
Adaptado de SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
O conceito de inclusão digital adquire relevância à medida que o acesso à Internet se torna uma dimensão central do exercício da cidadania. No entanto, a simples possibilidade de conexão não assegura uma inclusão digital qualificada, especialmente entre grupos historicamente vulnerabilizados, pois persistem barreiras sociais, econômicas e culturais que limitam a participação plena e a efetiva democratização do ambiente digital.
Com base nos Textos e em sua formação acadêmica e profissional, ▪ explique de que modo o conceito de “conectividade significativa” contribui para a ampliação das “capacidades humanas” propostas por Amartya Sem, apresentando um exemplo concreto que ilustre essa relação;
▪ identifique e analise dois fatores que dificultam o alcance de uma conectividade significativa entre os cidadãos brasileiros;
▪ proponha e justifique uma ação ou estratégia, fundamentada em sua área de conhecimento, que contribua para a inclusão digital de grupos socialmente vulneráveis, explicitando como ela amplia as capacidades humanas e fortalece a conectividade significativa.
Responda aos itens referidos, elaborando um texto dissertativo-argumentativo.
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