Para produzir a sua redação, leia atentamente os textos motivadores apresentados a seguir:
TEXTO 1
Experimentos falsos
Pesquisadores italianos mostraram que a tecnologia de inteligência artificial que abastece o ChatGPT é capaz de gerar dados falsos de ensaios clínicos para sustentar conclusões de artigos científicos fraudulentos. Em um paper publicado em 9 de novembro na revista JAMA Ophthalmology, o grupo do cirurgião oftalmologista Giuseppe Giannaccare, da Universidade de Cagliari, na Itália, utilizou os recursos do GPT-4, versão mais recente do modelo de linguagem do ChatGPT, associados aos de outro modelo que produz análises estatísticas e visualização de dados, o Advanced Data Analysis (ADA). Por meio deles, conseguiu manipular dados de ensaios clínicos sobre dois tipos de transplante de córnea adotados no tratamento de uma doença chamada ceratocone.
Por solicitação dos pesquisadores, os modelos geraram uma determinada diferença estatística em exames feitos com pacientes operados. Os ensaios clínicos simulados incluíram 160 participantes do sexo masculino e 140 mulheres e concluíram que uma cirurgia era mais efetiva do que a outra, embora isso não seja verdade. Um ensaio clínico real realizado em 2010 com 77 participantes mostrou que os resultados dos dois métodos são semelhantes até dois anos após as cirurgias.
Giannaccare disse à revista Nature que o objetivo do trabalho foi mostrar que, em poucos minutos, é possível fazer com que o modelo de inteligência artificial fabrique resultados científicos convincentes, mas que não são amparados por informações reais e que até mesmo podem ir na contramão das evidências. “Se olharmos muito rapidamente, é difícil reconhecer a origem não humana”, afirmou o cirurgião.
“Parece muito fácil criar conjuntos de dados que sejam pelo menos superficialmente plausíveis”, disse Jack Wilkinson, bioestatístico da Universidade de Manchester, no Reino Unido, que analisou os ensaios falsos a pedido da Nature. Com seu colega Zewen Lu, ele só encontrou inconsistências nos resultados depois de fazer um exame minucioso. Havia discrepâncias, por exemplo, entre nomes atribuídos a pacientes e o sexo que seria esperado para eles. As idades dos voluntários se agruparam de uma forma que dificilmente seria obtida em um experimento genuíno – havia uma quantidade desproporcional de participantes cujas idades terminavam com os números 7 e 8.
Outro problema foi a falta de correlação entre medidas obtidas em exames feitos com os pacientes antes e depois das cirurgias. Em um projeto colaborativo, Wilkinson está desenvolvendo ferramentas também baseadas em inteligência artificial para detectar esse tipo de estudo problemático.
Retirado de: REDAÇÃO. Experimentos falsos. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível em:
https://revistapesquisa.fapesp.br/experimentos-falsos/ Acesso em: 18 jul., 2024.
TEXTO 2
Pesquisas com seres humanos devem ter novas regras
No final de agosto, deve entrar em vigor um novo marco jurídico para a realização de pesquisas científicas com seres humanos no Brasil. É quando será regulamentada pelo governo uma lei federal, sancionada em 28 de maio, que busca acelerar a aprovação de projetos, como os que envolvem ensaios clínicos de novos medicamentos e de tratamentos de doenças. A regulamentação, a cargo do Ministério da Saúde, ainda está sendo elaborada. A nova lei promete tornar a análise dos projetos mais rápida e descentralizada, uma vez que ela deve ocorrer em tramitação única e que os Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) de hospitais e universidades ganharão mais autonomia do que têm hoje. Ao mesmo tempo, os mecanismos que garantem a participação social na avaliação dos projetos podem ser reduzidos.
A lei que abrange todas as áreas do conhecimento determina que o sistema nacional de ética em pesquisa com seres humanos seja composto por comitês de ética de instituições de pesquisa e por uma instância nacional, que ficará subordinada ao Ministério da Saúde. O sistema atual tem uma composição quase idêntica, com atribuições diferentes. Hoje, além de passarem pelos CEP, todos os projetos considerados de alto risco, como aqueles que envolvem genética humana, novos medicamentos ou que tenham coordenação ou patrocínio vindos do exterior, também precisam ser avaliados e chancelados pela instância federal, a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), órgão do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Pelo novo regramento, tais projetos devem passar apenas pelos CEP acreditados. A nova instância nacional deverá avaliar eventuais recursos contra decisões dos comitês e terá o papel de treiná-los, credenciá-los e fiscalizá-los.
Retirado e adaptado de: SCHMIDT, Sara. Pesquisas com seres humanos devem ter novas regras. Revista Pesquisa FAPESP.
Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/pesquisas-com-seres-humanos-devem-ter-novas-regras/ Acesso em: 18 jul.,2024.
TEXTO 3

Primeiro quadrinho: Mafalda diz: Tome, pensei em ficar com o troco da padaria para comprar bala, mas não consegui.
Segundo quadrinho: Mafalda diz: E tudo por causa do maldito inquilino que começou a dizer que isso é muito feio, que não se faz e sei lá o quê!
Terceiro quadrinho: Mãe diz: inquilino? Que inquilino?
Quarto quadrinho: Mafalda diz: Esse que a gente tem aqui dentro.
Mafalda. Autor: Quino. Disponível em: https://s3.amazonaws.com/qcon-assetsproduction/
images/provas/74272/0b6dd0338ddc925cb18a.png Acesso em: 18 jul., 2024.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita, empregando a norma culta da língua portuguesa, sobre o tema
“A ética em pesquisas na área da saúde: da produção à divulgação e seus reflexos no avanço da ciência”.
Elabore seu texto pautando-o em argumentos, redija-o de forma coesa e coerente com o tipo textual solicitado.
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