Leia os fragmentos de texto a seguir:
“Além da falta de conhecimento teórico que dificulta a ação e a avaliação da prática, a falta de conhecimento histórico é responsável pela ansiedade do novo que domina grande parte dos melhores professores de arte no Brasil. Como resultado dessa ansiedade a história do ‘eu fiz primeiro’ é uma forma provinciana de briga entre arte-educadores. Esta disputa, baseada na falsa crença de que está se construindo uma abordagem autóctone para a arte educação, a qual independe de conceitos importados, representa também uma concepção falsa do ponto de vista teórico, sociológico e, principalmente, histórico. Nossa experiência histórica mostra que, num país econômica e politicamente dependente, o sistema educacional é um reflexo dessa dependência. Como sabemos, o conceito de experiência é mais adequado à caracterização da sociedade brasileira que o fluido conceito de ‘terceiro mundo’ ou o conceito artificialmente esperançoso de um “país em desenvolvimento”.
BARBOSA, A. M.. John Dewey e o ensino da arte no Brasil.
São Paulo: Cortez, 2001 p. 38
O primeiro passo em direção a independência é a conscientização da dependência. “Aqueles que verdadeiramente se comprometem com a libertação”, deviam adotar um conceito dos homens “como corpos conscientes” e da “consciência como consciência intencionada ao mundo”1. Um dos instrumentos de conscientização dos educadores poderá se constituir na análise do sistema educacional, que numa sociedade dependente, de acordo com Berger2, “necessariamente tem que ser histórica”, porque apenas a análise histórica atravessa o processo de transformação, modernização e inovação do sistema educacional, detectando os agentes controladores e desvendando os caminhos da “invasão cultural”.
BARBOSA, A. M.. John Dewey e o ensino da arte no Brasil.
São Paulo: Cortez, 2001 p. 41
1- Paulo Freire. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1970. p. 77
2- Manfred Berger. Educação e dependência. Porto Alegre:
Difel, 1976. p. 334
É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico, necessário à reflexão crítica, tem de ser de tal modo concreto que quase se confunda com a prática. O seu “distanciamento epistemológico” da prática enquanto objeto de sua análise deve dela “aproximá-lo” ao máximo. Quanto melhor faça esta operação tanto mais inteligência ganha da prática em análise e maior comunicabilidade exerce em torno da superação da ingenuidade pela rigorosidade. Por outro lado, quanto mais me assumo como estou sendo e percebo a ou as razões de ser de porque estou sendo assim, mais me torno capaz de mudar, de promover-me, no caso, do estado de curiosidade ingênua para o de curiosidade epistemológica.
Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à
prática educativa (Portuguese Edition) (p. 34). Paz e Terra.
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Analise os fragmentos de texto acima e apresente um plano de aula abordando conceitos, elementos, práticas, reflexões desenvolvimento indispensáveis humano para provenientes o do componente curricular Arte e suas fundamentações acadêmicas, legislativas e normativas.
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