Texto I
Nós, os seres humanos, sempre sentimos curiosidade pelas razões do nosso próprio comportamento, mas durante milhares de anos as tentativas de nos entendermos dependeram de formas de pensar transmitidas de geração em geração. Estas ideias eram expressas frequentemente em termos religiosos, ou em mitos bem conhecidos, superstições ou crenças tradicionais. O estudo objetivo e sistemático da sociedade e do comportamento humano é uma coisa relativamente recente, cujos inícios remontam aos finais do século XVIII. Um desenvolvimento-chave foi o uso da ciência para se compreender o mundo – a emergência de uma abordagem científica teve como consequência uma mudança radical nas formas de ver e entender as coisas. As explicações tradicionais baseadas na religião foram suplantadas, em sucessivas esferas, por tentativas de conhecimento racional e crítico. Tal como a Física, a Química, a Biologia e outras disciplinas, a Sociologia surgiu como parte deste importante processo intelectual.
(GIDDENS, Anthony. Sociologia. 6ª ed. Porto Alegre : Artmed, 2005, p. 27).
Texto II
O que quero sublinhar é aquela descontinuidade específica, ou conjunto de descontinuidades, associados ao período moderno. Os modos de vida produzidos pela modernidade nos desvencilharam de todos os tipos tradicionais de ordem social, de uma maneira que não tem precedentes. Tanto em sua extensionalidade quanto em sua intensionalidade, as transformações envolvidas na modernidade são mais profundas que a maioria dos tipos de mudança característicos dos períodos precedentes. Sobre o plano extensional, elas serviram para estabelecer formas de interconexão social que cobrem o globo; em termos intensionais, elas vieram a alterar algumas das mais íntimas e pessoais características de nossa existência cotidiana. Existem, obviamente, continuidades entre o tradicional e o moderno, e nem um nem outro formam um todo à parte; é bem sabido o quão equívoco pode ser contrastar a ambos de maneira grosseira. Mas as mudanças ocorridas durante os últimos três ou quatro séculos — um diminuto período de tempo histórico — foram tão dramáticas e tão abrangentes em seu impacto que dispomos apenas de ajuda limitada de nosso conhecimento de períodos precedentes de transição na tentativa de interpretá-las.
(Giddens, Anthony. As Consequências da Modernidade. São Paulo : Editora Unesp, 1991, p. 11 – 12).
Com base nos textos acima, descreva os fatores que influenciaram o surgimento da sociologia como ciência e mobilize, na sua argumentação, os três clássicos da disciplina: Marx, Durkheim e Weber. Aponte os principais pontos da perspectiva teórica de cada autor e sua importância para a análise sociológica.
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