Texto 1
Na lista de prioridades de cada prefeitura no Brasil, é possível encontrar inúmeros desafios, quase sempre igualmente urgentes. São obras de drenagem, reforma de prédios públicos, construção de habitações populares, manutenção de parques e várias outras demandas do dia a dia da cidade, que exigem altas cifras de recurso público. Diante de tantas necessidades, uma alternativa eficiente para garantir a prestação de serviços com alta qualidade é conceder espaços públicos para a iniciativa privada. Na prática, as concessões, em suas mais variadas modelagens, permitem que o Estado delegue a um ente privado uma série de atribuições relacionadas à gestão de um espaço público. Nesse acordo, o poder público consegue garantir que a população tenha acesso ao serviço que deseja, atraindo investimentos que o setor privado tem condições de fazer e permitindo a exploração econômica desse espaço, para uma sustentabilidade financeira a longo prazo. O custo da boa gestão de parques e praças pesa no orçamento dos municípios e é nesse sentido que as concessões podem ser extremamente úteis. Elas conseguem combinar o melhor de dois mundos: reduzem gastos públicos, aumentam a arrecadação de impostos, ao mesmo tempo que garantem à população o acesso a serviços importantes e com qualidade.
(Marcela Trópia. Como as concessões contribuem com a qualidade de vida da população? Disponível em: https://www.estadao.com.br, 08.08.2022. Adaptado)
Texto 2
O governo de São Paulo assinou o contrato de concessão dos parques Villa-Lobos, Candido Portinari e Água Branca, todos na capital paulista, com a iniciativa privada pelos próximos 30 anos. O consórcio será responsável pela manutenção e modernização das estruturas existentes, ampliação da oferta de serviços como alimentação, lazer e estacionamento, além de assumir os custos operacionais, por exemplo, de limpeza e vigilância patrimonial. Segundo o governo paulista, a previsão é a de que nos primeiros seis anos sejam investidos R$ 46,9 milhões, do total de R$ 61,6 milhões obrigatórios. “As parcerias com a iniciativa privada atraem investimentos para a melhoria da infraestrutura das áreas turísticas e de lazer da população. Paralelamente, essas outorgas permitem que o Estado invista nas áreas verdes localizadas em regiões vulneráveis socialmente”, afirmou o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, Fernando Chucre. O concessionário não poderá cobrar ingresso para entrada nos parques. Em contrapartida, o contrato permite a exploração comercial do local com a locação de imóveis, eventos, além da arrecadação com os quiosques destinados à alimentação.
(Governo de SP assina concessão dos parques Villa-Lobos, Candido Portinari e Água Branca para a iniciativa privada por 30 anos. Disponível em: https://g1.globo.com, 10.08.2022. Adaptado)
Texto 3
A inauguração de uma área de piquenique dentro do Parque Villa-Lobos, com cobrança de R$ 6,8 mil a R$ 26 mil para a realização de festas e encontros particulares, tem gerado polêmica entre os frequentadores do parque, na Zona Oeste de São Paulo. O serviço chamado “Vila Picnic” começou a ser oferecido em meados de agosto pela empresa Cia do Tomate, que investiu cerca de R$ 1,2 milhão para reformar o espaço dentro do parque – que é público, mas foi concedido à iniciativa privada em agosto de 2022. Os frequentadores reclamam que, desde que foi repassado à concessionária Novos Parques Urbanos, o Villa-Lobos começou a receber inúmeros eventos privados com cobrança de ingressos, mas teve pouco investimento e melhoria nos espaços de uso público em geral. “A concessão completou um ano e a empresa sequer reformou e ampliou os banheiros e nem melhorou a sinalização, que eram as demandas urgentíssimas do parque. Eles têm lotado o Villa-Lobos de eventos privados em que a população tem de pagar pelo acesso e não têm investido o prometido para melhoria do local”, disse a presidente da Associação de Amigos de Alto de Pinheiros (SAAP), Maria Helena do Amaral Osorio Bueno. A reportagem do G1 esteve no parque e constatou que a área onde hoje funciona a Vila Picnic, que antes era aberta, agora está totalmente cercada por cordas e tem apenas uma entrada principal aberta durante todo o tempo de funcionamento do parque.
(Rodrigo Rodrigues. Piqueniques privados de até R$ 26 mil no Parque Villa-Lobos geram reclamações de frequentadores. https://g1.globo.com, 16.09.2023. Adaptado)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
Concessão da gestão de parques públicos à iniciativa privada: entre uma manutenção efetiva e a exploração financeira desses espaços.
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Internet: <noticias.stf.jus.br> (com adaptações).
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