Texto 1
Nenhuma outra cidade paulista tem tantos casos de febre maculosa quanto Campinas, a 93 km de São Paulo. Só o município responde por 11% (115) dos pouco mais de mil registros no estado, de 2007 até maio de 2023. A média é de sete por ano.
A enfermidade é um problema de longa data na cidade de mais de 1,2 milhão de habitantes, a terceira maior população do estado, só atrás da vista na capital e em Guarulhos.
As outras quatro cidades que historicamente reúnem mais casos de infecção ficam perto de Campinas. São elas: Piracicaba (87), Valinhos (51), Santa Bárbara D’Oeste (47) e Americana (40), com uma média de 2 a 5 cinco casos anualmente.
Nos cinco municípios, a enfermidade resultou da bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida pelo carrapato Amblyomma sculptum, conhecido como carrapato-estrela. É comum que capivaras sirvam de hospedeiro para essa espécie, que também se refugia em cavalos.
A febre maculosa desse tipo de bactéria é grave e pode levar rapidamente à morte.
(Elvis Pereira e Stefhanie Piovezan. Com 4 mortes e 2 casos suspeitos, Campinas é o principal foco de febre maculosa em SP. www1.folha.uol.com.br. 15.06.2023)
Texto 2
A morte de quatro pessoas em Campinas nos lembra como a febre maculosa é letal e de difícil diagnóstico. Aprender a diagnosticar e a tratar rapidamente a doença são providências urgentes. Mais importante é combater os focos atuais e evitar o aparecimento de novas áreas de risco.
Para eliminar um foco de febre maculosa, em teoria, basta eliminar a bactéria. Mas combater diretamente a bactéria é impossível. A única maneira de eliminar a bactéria é eliminar os carrapatos. Sabe-se que eliminar carrapatos de uma área é tarefa dificílima, mas pode ser feita removendo os hospedeiros dos carrapatos da área. Além disso, aplicar carrapaticida em animais domésticos, como vacas, cavalos e cachorros, é relativamente simples, mas fazer o mesmo com capivaras é quase impossível. E é por isso que as áreas em Piracicaba, Campinas e outros municípios que são focos de febre maculosa permanecem focos durante décadas. Em todos esses lugares existe um grande número de capivaras e uma ausência de seus predadores naturais. Na floresta, as capivaras são mortas e devoradas por onças-pintadas e onças-pardas. Seus filhotes são devorados por sucuris e jiboias e assim sua população permanece sob controle.
Infelizmente, na maioria dos municípios esses predadores não existem mais e as capivaras se reproduzem rapidamente, se espalham pelos rios e lagos permitindo a reprodução dos carrapatos e da bactéria causadora da febre maculosa. Uma solução seria controlar a população de capivaras, sacrificando parte da população. Ou seja, o homem assumir a função que na natureza cabe às onças e sucuris. Infelizmente matar capivara é crime. As capivaras são protegidas por lei. Isso precisa mudar, elas não são uma espécie ameaçada de extinção, sua população precisa ser controlada.
(Fernando Reinach. Como evitar que a febre maculosa se espalhe? Matar capivara é crime e isso precisa mudar. www.estadao.com.br, 16.06.2023. Adaptado)
Texto 3
Um problema urbano, um desafio para a saúde pública, uma batalha judicial e uma controvérsia entre especialistas, tudo concentrado em uma única espécie de animal: as capivaras. Depois que a contaminação por febre maculosa matou uma criança de 10 anos em Belo Horizonte, intensificou-se a polêmica em relação ao destino dos animais, hospedeiros da bactéria que causa a doença e do carrapato que a transmite.
O temor é tanto que já há relatos de pessoas atacando capivaras, assim como há quem apresente a proposta polêmica de que elas devem ser exterminadas. Enquanto isso, especialistas e ambientalistas defendem o controle da população de roedores e formas alternativas de combater o carrapato. Existe inclusive o argumento de que retirar os animais pode prejudicar a luta contra a febre maculosa. “Remover as capivaras da lagoa é um grande erro”, defende o professor Tarcizio Antonio Rego de Paula.
O professor explica que retirar ou matar as capivaras não garante o fim do carrapato-estrela, que transmite a doença. Segundo ele, os roedores adultos são resistentes e imunes ao micro-organismo que causa a febre maculosa, pois, após se infectar, criam anticorpos naturais contra a doença. Nesse sentido, esses animais constituem barreiras naturais que impedem a propagação da bactéria.
O especialista lembra ainda que o transmissor da doença é o carrapato-estrela, que, na ausência dos roedores, poderá se hospedar em outros animais de convívio mais próximo com o ser humano, como cachorros, cavalos e até aves. Isso aumentaria o risco de epidemia de febre maculosa. Além disso, a remoção da população de capivaras deixaria o território livre para a chegada de outros bandos à lagoa.
O Movimento Mineiro pelo Direitos dos Animais também é contrário ao extermínio das capivaras.
(Márcia Maria Cruz e Landercy Hemerson. Capivaras viram foco de polêmica por causa de morte de febre maculosa em BH. www.em.com.br, 16.09.2016. Adaptado)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
O extermínio de capivaras é medida que deve ser adotada para o controle da febre maculosa?
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