Leia os textos abaixo:
Texto 1
Quilombo do Campinho, 15 de julho de 2041
[…]
Há cerca de trinta anos, partilhei o quotidiano de quilombos e de comunidades indígenas. Com tristeza, vi como a escola instrucionista as descaracterizava. As práticas escolares não tinham por referência um território singular. Não questionavam, nem criticamente superavam a forma escolar e a sua tendencial extraterritorialidade. A aprendizagem era encarada, quase exclusivamente, num registro didático e técnico.
Pensar em “território educativo” deveria ser pensar em uma ação educativa intimamente relacionada ao contexto social no qual a escola se inseria. Como pensar uma comunidade sustentável e uma gestão pública compatível com os desafios de transformação necessária a uma nova forma de relação do cidadão com o seu habitat? A resposta seria: com uma nova educação para uma nova cidade.
Pensar uma educação de boa qualidade pressupunha integrar múltiplas dimensões da atividade humana no ato de educar e de aprender, bem como rever o modo como o subsistema de educação propiciava ao ser humano a expressão criativa e o protagonismo na vida social.
[…]
[Disponível em: https://josepacheco.com.br]
Texto 2
Isso ocorreu em diferentes regiões do Brasil. Numa disciplina que ministrei no Curso de Formação de Professores Indígenas do Acre, me contaram que, indagado sobre se seu filho falava a língua Huni Kuin e conhecia as narrativas míticas, um velho Kaxinawá respondeu:
− Não, minha filha! Coitadinho! Ele frequentou a escola. Não sabe nada.
[Adaptado de: Discurso e mídia na Amazônia: uma escola sem aula, de José Ribamar Bessa Freire, Disponível em:
http://www.taquipra-ti.com.br/cronica/1469-discurso-e-midia-na-amazonia-uma-escola-sem-aula]
O Texto 1, excerto de uma crônica do educador português José Pacheco, problematiza o conceito de “território educativo”, apontando a demanda de uma ação educativa que leve em conta, ao se planejar, seu contexto social, o habitat de seus agentes/participantes e principalmente a singularidade de seu território, em contraposição ao que ele denomina “escola instrucionista”.
O Texto 2, excerto de uma crônica de José Ribamar Bessa Freire, ilustra com uma curta anedota a questão colocada pelo Texto 1.
A socióloga Iara Rolnik recorre ao próprio Milton Santos para escrever uma definição que dê conta do território como espaço de produção de relação, e também sujeito a elas: O território é produto da dinâmica social onde se tensionam sujeitos sociais. Ele é construído com base nos percursos diários trabalho-casa, casa-escola, das relações que se estabelecem no uso dos espaços ao longo da vida, dos dias, do cotidiano das pessoas. O próprio Milton Santos nos oferece também a seguinte definição para território: fundamento do trabalho, lugar de residência, das trocas materiais e espirituais e do exercício da vida (Santos, 2002, p. 14).
(SANTOS, Milton. O dinheiro e o território. In: OLIVEIRA, Márcio P.; HAESBAERT, Rogério; MOREIRA, Ruy. Território, territórios: ensaios sobre o ordenamento territorial. Niterói: PPGEO/UFF, 2002. Disponível em: https://labedu.org.br/o-que-sao-territorios-educativos/,
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=8219-territorios-educativos-final-versao-preliminar-pdf&Itemid=30192]
Considerando esses princípios/pressupostos, e a partir de sua própria experiência e vivência cultural, elabore uma proposta pedagógica considerando os itens a seguir:
a. Descreva um determinado território identificando características específicas e relações culturais, econômicas e sociais, apresentando um contexto a ser considerado/trabalhado.
b. Proponha uma atividade pedagógica que mobilize o saber e fazer estético/artístico na qual o território seja trabalhado, explicitando dinâmicas e objetivos.
c. Planeje uma estratégia de trabalho que possibilite a avaliação processual da proposta.
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