Considere o poema abaixo, de Lívia Natália:
Asé
1 Sou uma árvore de tronco grosso.
Minha raiz é forte,
nodosa,
originária,
5 betumosa como a noite.
O sangue,
ejé que corre caudaloso,
lava o mundo e alimenta
o ventre poderoso de meus Orixás.
10 A cada um deles dou de comer
um grânulo vivo do que sou
com uma fé escura.
(Borrão na escrita do deus de olhos
docemente azuis).
15 Minha fé é negra,
e minha alma enegrece a terra
no ilá
que minha boca escapa.
Sou uma árvore negra de raiz nodosa.
20 Sou um rio de profundidade limosa e calma.
Sou a seta e seu alcance antes do grito.
E mais o fogo, o sal das águas, a tempestade
e o ferro das armas.
25 E ainda luto em horas de sol obtuso
nas encruzilhadas.
(Água negra, 2011, p. 33)
(Disponível em: http://www.letras.ufmg.br)
O poema acima constrói-se a partir da afirmação da poeta de sua identidade − “eu sou” − e da relação que estabelece entre essa identidade, a paisagem natural e a religiosidade: “asé”, no Candomblé, tem o sentido de força ou energia vital.
A partir de seu próprio repertório de formação, proponha um plano de aula que leve em consideração possibilidades de abordagem interdisciplinar do poema, considerando a linguagem como elemento central no processo de formação das dimensões estéticas e éticas do ser humano.
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