Texto 1
O filme “Você não estava aqui” conta a história de um pai de família inglês que, após perder seu emprego na construção civil, começa a trabalhar como entregador para uma empresa de logística.
No momento da entrevista, ele recebe a informação de que não seria um empregado da empresa, mas um colaborador com plena liberdade para trabalhar quando quisesse. Ao começar a trabalhar, o personagem logo percebe que esta suposta autonomia não existe, pois, para cumprir os prazos das entregas, há uma fiscalização realizada por uma espécie de gerente. Além disso, ele precisa se submeter a jornadas extensas, e sua ausência em casa acaba comprometendo suas relações familiares.
Embora não haja, no filme, menção a empresas específicas, é fácil identificar ali as semelhanças com os modelos de negócio adotados por várias delas, como Amazon, Uber, 99, iFood e outras.
Nesses modelos, o trabalho é mediado por aplicativos e plataformas digitais, e os prestadores de serviços atuam como trabalhadores autônomos, sem manterem vínculo de emprego com a desenvolvedora da plataforma ou com o usuário do aplicativo. Esse cenário pode, realmente, representar uma forma flexível e independente de trabalho, garantindo oportunidades para aqueles que preferem e têm a condição de trabalhar de forma autônoma; em alguns casos, porém, é visto como uma mera forma de precarização do trabalho, já que, como no caso do filme inglês, o trabalhador acaba tendo de se submeter às condições de trabalho já previamente estipuladas pela empresa intermediadora do serviço.
(Luiz Felipe Ribeiro Rodrigues. Serviços por aplicativos: oportunidade ou precarização do trabalho?. www.em.com.br, 06.01.2022. Adaptado)
Texto 2
A tecnologia dissolveu barreiras e tornou mais acessível a conexão entre clientes e prestadores de serviço e vendedores. O que antes costumava integrar uma cultura de quebra-galho ou bico ganhou corpo e um peso cada vez maior no mercado brasileiro. Nesse formato, há sempre uma plataforma on-line que fomenta e organiza a oferta e a demanda e gera confiança extra para consumidor e colaborador. Na pandemia, com a febre da digitalização e a crise financeira, esse sistema disparou. “Se antes as pessoas encontravam um serviço no vizinho ou iam até a esquina vender algo, agora, por meio de uma tecnologia simples, conseguem expandir sua atuação e gerar recursos para garantir o sustento de suas famílias”, afirma Vitor Magnani, presidente da Associação Brasileira Online to Offline (ABO2O) e do Conselho de Economia Digital e Inovação da FecomercioSP.
Um estudo do Instituto Locomotiva com entregadores de comida por aplicativo mostrou que 66% deles preferem o atual modelo de trabalho do que a carteira assinada. Entre os motivos, citam flexibilidade de horário, liberdade para recusar serviços, ausência de patrão e possibilidade de conciliar a atividade com outra ocupação.
(Gig economy dispara e gera oportunidades na crise. www.jota.info, 04.11.2021. Adaptado)
Texto 3
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de desempregados, no primeiro semestre de 2022, já representava cerca de 12 milhões de pessoas. Esse cenário contribui para o aumento dos empregos informais, que acabam se tornando a principal fonte de renda dessa parcela da população.
Isso faz com que cada vez mais pessoas busquem serviços com alta demanda, como é o caso dos aplicativos de entregas e transportes, e se submetam às condições propostas pela plataforma contratante. Dessa forma, o valor pago pelo trabalho ao profissional fica a cargo da empresa e é extremamente volátil, uma característica da precarização do trabalho.
Ao estabelecer um percentual de ganhos dentro desses aplicativos, as plataformas impedem que esses trabalhadores definam o preço do seu próprio serviço. Por consequência, para ter lucro com esse tipo de prestação de serviço, os profissionais precisam executar uma jornada de trabalho ainda maior do que em empregos formais. O que pode ser um benefício para as empresas representa para os trabalhadores a perda de direitos e condições mínimas para executar seu serviço, como uma remuneração e jornada de trabalho mais justa.
(Débora Ramos. Uberização do trabalho: o que é e quais suas consequências. https://coonecta.me, 06.05.2022. Adaptado)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
Serviços por aplicativos: entre a oportunidade de renda e a precarização do trabalho
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