A seguir encontra-se um fragmento do pronunciamento do Senador Afonso Arinos de Mello Franco em uma das sessões da Assembleia Constituinte de 1988; nele foram inseridos propositadamente, em função dos objetivos da questão, 10 erros de expressão escrita da Língua Portuguesa.
“A Constituinte foi eleita em novembro de 1986 e instalada em fevereiro de 1987. Em junho desse ano, foi criada a Comissão de Sistematização (….). Aos admiráveis e dedicados membros dessa Comissão coube o preparo final do projeto da Constituição, concluído no mês de novembro e remetido ao Plenário, que o discutiu, enriqueceu, e finalmente o aprovaram, por consagradora maioria. Cumpre realçar, finalmente, a colaboração direta do povo no processo político, (….), assim também pela ação de grupos variados de brasileiros, que atuavam diretamente: sindicatos, empresários, militares, professores, mulheres, índios e negros. Era estimulante e comovente sentir a mobilização direta do povo desejoso de colaborar na obra de seus representantes.
Srs. Constituintes, concluída está vossa tarefa preferencial, mas outro dever se abre ao seu cuidado e esforço. Este dever indeclinável é sustentar a Constituição de 1988, apesar de quaisquer divergências com sua feitura; é colaborar nas leis que a tornem mais rapidamente e mais eficazmente operativa, apesar das dificuldades referidas; é colaborar na sua defesa contra a onda que se avoluma e propaga no seio do povo, e que visa a atacá-la, tão desabridamente, que esses ataques passaram a envolver toda a classe política. Hoje se está falando dos políticos como se constituíssem um grupo específico de aproveitadores hedonistas e mal-intencionados. É indispensável determos-nos sobre este aspecto da atualidade nacional, pois ele envolve graves consequências. Comecemos por lembrar que ação política corresponde exatamente à ação de governar as coletividades sociais e nacionais integradas no Estado. Se há Estado (e ele existe desde a antiguidade grega), há, necessariamente, Política. Na Grécia antiga o Estado era a cidade (….); e a Política era o governo da cidade. Em Roma, o Estado abarcou todo o mundo conhecido e o governo fez política, durante séculos, primeiro com os reis, depois com a república, depois com o império. Na Idade Média não havia política porque não haviam Estado nem propriamente comunidade social, senão que população escassa de senhores e servos disseminados em volta de castelos, em terras que não eram territórios. Com o Renascimento renasce o Estado, e com ele a política, a terrível “política” ditatorial, doutrinada por Maquiavel para os Médicis de Florença.
Srs. Constituintes, pensemos seriamente neste movimento, talvez não intencional, mas seguramente orquestrado, que visa a desmoralizar a classe política. Lembremos os brasileiros de boa-fé que política é exatamente governo, e que por detrás da campanha insidiosa que atinge milhões de brasileiros de boa fé pode haver a intenção de acabar não com a política, que não acaba nunca, nem pode acabar, mas acabar com as liberdades que estão garantidas na Constituição que elaboramos, como nunca estiveram garantidas em nenhuma outra. (Muito bem! Palmas.)
Derrubar a Constituição, execrar os políticos, é derrubar a liberdade para entregar a política atual a outra “política”, isto é, a outro tipo de “governo” não declarado, que teria em mãos a sorte e o destino do povo, e com ele o próprio futuro da Pátria. O desprezo à política não é a sua supressão, pois ela se confunde com o governo. Que terá por detrás de tudo isso?
Será que estamos ameaçados de outro tipo de “política”, ou seja, as ditaduras civis e militares, que tem sido a agonia secular da nossa República? Srs. Constituintes de hoje, Srs. Congressistas de amanhã, nosso dever é fazer política, isto é, defender e praticar a Constituição brasileira em vigor, acreditar nela, convocar a Nação para defender-lhe, se estiver em risco, reagir contra esses riscos disfarçados. Em suma, praticar e defender a liberdade. Fazer política é honrar nosso mandato, sustentar nosso trabalho, enobrecer a memória do nosso tempo. (Palmas prolongadas).”
O candidato deve analisar esses erros, numerando-os de 1 a 10, evitando-se a cópia integral do texto.
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