Leia os textos abaixo.
Texto I
LIVRO – A TROCA
Pra mim, livro é vida; desde que eu era muito pequena os livros me deram casa e comida.
Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé, fazia parede, deitado, fazia degrau de escada; inclinado, encostava num outro e fazia telhado.
E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar de morar em livro.
De casa em casa eu fui descobrindo o mundo (de tanto olhar pras paredes). Primeiro, olhando desenhos; depois, decifrando palavras. Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça.
Mas fui pegando intimidade com as palavras E quanto mais íntimas a gente ficava, menos eu ia me lembrando de consertar o telhado ou de construir novas casas. Só por causa de uma razão: o livro agora alimentava minha imaginação.
Todo dia a minha imaginação comia, comia e comia; e de barriga assim toda cheia, me levava pra morar no mundo inteiro: iglu, cabana, palácio, arranha-céu, era só escolher e pronto, o livro me dava.
Foi assim que, devagarinho, me habituei com essa troca tão gostosa que no meu jeito de ver as coisas é a troca da própria vida; quanto mais eu buscava no livro, mais ele me dava.
Mas, como a gente tem mania de sempre querer mais, eu cismei um dia de alargar a troca: comecei a fabricar tijolo pra – em algum lugar – uma criança juntar com outros, e levantar a casa onde ela vai morar.
Em: https://armazemdetexto.blogspot.com/2019/01/texto-livro-trocalygia-bojunga-nunes.html
Texto II
_ Mamãe, me conta uma história antes de dormir?
Nos fins de semana em que dormia na casa da avó, Mariana apreciava as histórias inventadas e ria muito com algumas incoerências da senhora. Também fazia perguntas sobre os personagens. Amava os livros da Bruxa Onilda, que compravam juntas numa livraria próxima, apesar do medo mal disfarçado…
Hoje Mariana é uma advogada, moça curiosa, falante e leitora assídua.
JBR, 27/02/2022
Texto III
Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, repetia as sílabas, imitava os berros dos animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na catinga, roçando-se. Agora tinha tido a ideia de aprender uma palavra, com certeza importante porque figurava na conversa de Sinha Terta. Ia decorá-la e transmiti-la ao irmão e à cachorra. Baleia permanecia indiferente, mas o irmão se admiraria, invejoso.
_ Inferno, inferno.
Não acreditava que um nome tão bonito servisse para designar coisa ruim. E resolvera discutir com Sinha Vitória. (…) Mas tentara convencê-lo, dando-lhe um cocorote, e isso lhe parecia absurdo.
Ramos, Graciliano. Vidas Secas. São Paulo: Record, 1978.
Proposta:
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos seus conhecimentos, desenvolva um texto dissertativo, de 20 a 30 linhas, sobre o tema:
A importância da familiaridade com os livros na educação da criança.
Use a norma culta da língua e dê um título a sua redação.
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