Maria, de 6 anos de idade, em acompanhamento psicológico desde os 3 anos de idade, devido a disputas parentais com tramitação na justiça, apresenta baixa autoestima e rompantes de agressividade, segundo relato de sua genitora. Recentemente, a menor foi avaliada e submetida a exames por causa de recorrentes dores abdominais. Nenhum achado orgânico foi encontrado, e a pediatra responsável sugeriu manutenção do acompanhamento psicológico. A maior preocupação materna é que a filha possa apresentar consequências emocionais decorrentes da história de vida permeada por conflitos e disputas parentais. Diz a mãe: “Fomos abandonadas desde que me descobri grávida. Ele nunca foi santo. Sempre saía e voltava dias depois, mesmo antes da gestação. Me traiu desde o início da nossa relação. Nunca aceitei o término. Achei que poderíamos ser uma família. Fui agredida com Maria ainda em meu ventre. Certo dia, ele me agrediu verbalmente e fisicamente, com uma pedra. Minha filha, à época, tinha recém completado um ano de vida. Ah! E isso porque as visitas já aconteciam com um intermediador. Por mais que eu tenha tentado, ele nunca quis formar uma família. Hoje, minha filha não pede mais para vê-lo, apesar das visitas estarem previstas no processo” (sic).
Ao longo da avaliação e do acompanhamento psicológico da criança, tem-se notado que Maria tem dificuldade em acatar regras/limites e em manter atenção, além de apresentar agitação, ansiedade, agressividade, labilidade emocional, autoestima comprometida e baixa tolerância à frustração. No decorrer dos atendimentos, a criança verbalizou ter presenciado cenas de violência física e psicológica — xingamentos e agressões mútuas entre o par parental. Acrescentou, ainda, não querer mais estar com o pai, pois ele seria muito nervoso e não teria paciência para auxiliá-la nas tarefas de casa. Segundo Maria, quando está no lar paterno, ela passa boa parte do tempo vendo televisão e mexendo no celular, já que a avó paterna, única que coabita com o genitor, não “briga” com ela nem a “obriga” a nada; lá pode fazer as coisas do jeito que bem entender, já que o pai quase não fica em casa e a avó “sempre diz que faz tudo por mim… e faz mesmo” (sic).
O pai e a avó paterna se negam a participar do acompanhamento psicológico, afirmando que quem precisa de psicólogo é a genitora. O único contato deles com o profissional, apesar de infrutíferas tentativas deste, deu-se por meio de uma mensagem de texto, para informar que a mãe era a grande responsável pelo afastamento do pai e da filha e que ele provaria na justiça a alienação parental e solicitaria a guarda compartilhada.
Ao tomar conhecimento do processo, a genitora demandou documento psicológico referente ao acompanhamento da filha, para ser juntado aos autos.
Na esfera judicial, o juiz responsável pelo caso solicitou avaliação do setor psicossocial do tribunal.
Considerando o caso clínico hipotético apresentado, redija um texto dissertativo atendendo o que se pede a seguir.
1 Diferencie a atuação do psicólogo clínico da atuação do psicólogo na esfera judicial, na situação em apreço. [valor: 10,00 pontos]
2 Discorra sobre três aspectos clínicos fundamentais que devem constar no documento psicológico emitido pelo psicólogo que acompanha Maria. [valor: 18,00 pontos]
3 Discorra sobre o tipo e a estrutura do documento psicológico a ser produzido pelo psicólogo clínico, levando em consideração sua atribuição no caso. [valor: 10,00 pontos]
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