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Nível de escolaridade
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Q112788 | Psicologia
Banca: IdecanVer cursos
Ano: 2016
Órgao: Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social – SEMTAS do Natal/RN

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“Em 2002, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou o Relatório Mundial de Violência e Saúde. O texto introdutório, de autoria do saudoso Nelson Mandela, explicita o quão o século XX é marcado por uma ideologia de ódio, que disseminou a violência e a impôs enquanto um padrão de relações interpessoais e sociais marcado por opressão e destruição em massa, porém, destituído da visibilidade de sofrimento individual e coletivo, da vitimização de crianças e mulheres, inclusive por pessoas que deveriam, na verdade, ser responsáveis por protegê-las. Desde a divulgação desse relatório, diversos países, inclusive o Brasil, assumiram um de seus principais objetivos, que é o de recomendar ações de intervenção que minimizem a magnitude e o impacto da violência em todo o mundo. Ademais, esse relatório ‘atende principalmente aos pesquisadores e aos profissionais da área da saúde, assistentes sociais e todos os envolvidos em desenvolvimento e implementação de programas e serviços de prevenção, educadores e policiais’.”

(Krug, Dahlberg, Mercy, Zwi, & Lozano, 2002, p. 19.)

É importante ressaltar que para a referida implementação, o relatório traz definições e caracterizações das modalidades de violência e suas respectivas vítimas. No que tange à vitimização de crianças e jovens traz não somente maus-tratos, negligência, abandono, abusos físico e sexual, mas também controle e privação de liberdade e necessidades e, ainda, a violência que ocorre junto ao contexto escolar, todas essas formas com impactos na saúde em curto, médio e longo prazo, os quais podem ser imediatamente vistos na expressão, dentre outros fatores, de confusão, retraimento, desconfiança de adultos, medo e fobias, depressão, distúrbios do sono e alimentares, enurese, agressividade, autoagressão, queda do desempenho acadêmico e educacional, evasão escolar, dentre outros.

Considerando esse marco que pode nortear e orientar a prática do psicólogo social em interseção e de forma interdisciplinar com os segmentos educacional, da saúde e comunidade, leia o relato de caso.

A Escola Municipal Silvo Silva é localizada em um bairro de periferia do Município de Bandeirinha, cidade com aproximadamente seiscentos mil habitantes, que fica na Zona da Mata de Minas Gerais. Esse bairro é tradicionalmente conhecido pelo longo histórico de tráfico de drogas e de rixas entre gangues direta ou indiretamente declaradas ligadas a facções criminosas conhecidas nacionalmente. Nos últimos cinco anos, os moradores do bairro, junto à sociedade de promelhoramentos, sempre solicitaram satisfação e segurança efetiva por parte do poder público, tendo vista o toque de recolher imposto pelos traficantes, bem como o impedimento das aulas que ocorrem no turno da noite na referida escola. Além disso, as mães dos alunos dos turnos da manhã e da tarde também formalizaram queixa em relação à falta de professor, a qual foi justificada pelo temor de os professores da rede municipal temerem o trabalho junto a esse bairro. Por parte dos alunos, através de relatos a profissionais de projetos de extensão e pesquisa de uma universidade desse município, foi possível conhecer um pouco melhor a rotina da escola. De acordo com tais relatos, em um período de dois anos, constatou-se, com frequência regular, a ocorrência de situações de bullying e violência na e/ou que repercute sobre ela.

Em relação às situações de bullying, uma estudante de 15 anos, matriculada no nono ano, terceira filha de uma família com seus componentes, mencionou que “(…) eu não converso com ninguém não; (…) eu não confio em ninguém não, porque são tudo falso (…) Aqui na escola tem que mudar um pouco porque a diretora, as vice-diretora e a coordenadora tem uma pessoa que elas protege muito, têm outras que elas se afasta mais e acaba expulsando pessoas que elas não sabem o que elas passa em casa. Às vezes ela é assim atrevida, agressiva em casa. Às vezes ela é assim atrevida, agressiva, gosta de briga, de xingá porque às vezes acontece alguma coisa na casa dela, ela quer descontá em alguém. Elas têm que entender isso. Isso já aconteceu comigo, minha mãe foi chamada aqui, mas minha mãe me entende porque ela sabe o que acontece dentro de casa, mas elas não. Elas não pergunta, acha que a gente é assim porque a gente quer, então… elas também têm que entender isso (…) tem muita gente que passa dificuldade, tem muita gente que não tem uma mãe do lado ou que morreu, e elas têm que entender isso. Por isso que essa escola é ruim, no jeito de tratar os alunos, é muito rígida, tem regras aqui dentro que não vale. Meu pai é só rua-bebida-rua, não quer saber de mais nada! Assim… minha mãe também bebe, os dois bebe, mas quando tem dinheiro, e briga, tem muita briga, xinga, tudo… ele já deu facãozada nela, quebrou o nariz dela, tudo por causa de bebida… eu tive que seperá… É… isso. Mas na escola é a minha mãe que acompanha mesmo, por exemplo, se eu brigá aqui e apanhá eu vou apanhá de novo em casa, se ela for chamada aqui mais de três vezes, ela me bate mesmo, ela não dá castigo não, ela me bate (…) Tive uma briga aqui na escola esse ano com uma menina que saiu, ela é até da minha família, do lado dá do pessoal nojento, é uma prima de terceiro grau e, assim, por ela sê bonita, lora, ter olho azul, ela se acha, ela é invejosa e faz fofoca, aí, uma vez, eu peguei ela falando de mim, aí bati nela, aí ela contô pá coordenadora daqui e então ela chamou minha mãe, minha mãe veio. Ela falou que eu era uma aluna boa, mas em termos de briga, que eu brigava muito, mas aí minha mãe deixou por isso mesmo. No dia a dia tem muito apelido, pelo fato de eu sê muito magra, quando eu saí lá da sala, você viu, teve cara de lata, magrela, mas eu não ligo não, só não pode me encostá a mão, porque aí eu não gosto muito não. Mas… já agredi sim por causa de apelido. Foi ano passado. Eu di um tapa na cara da menina, e falei que ela não era melhor do que eu, que ela tinha que se vê primeiro pra depois ver os meus defeitos. Ela me chamou de palito de fósforo, ela era mais magrela do que eu, aí eu falei que ela tinha que se vê primeiro… mas agora eu parei, parei porque essa parte de pessoas de fora fica sabendo de briga é mais complicado porque meu irmão mais novo se fica sabendo, ele não sabe batê, ele tem um braço muito forte, quando ele bate, ele bate pra machucar, por causa disso eu até parei pra não chegar no ouvido dele, porque é tanta coisa que chega no ouvido dele, se chegar isso, não sei né?! A gente não tem prova, às vezes pra ele sabe que é mentira, aí a gente fica mais na nossa agora, deixa tudo pra lá”. (sic).

Por meio da exposição do relato é possível constatar possíveis situações de violência no âmbito institucional da escola, bem como situações de violência doméstica que interferem no clima escolar, desencadeando em situações de bullying, e que, por sua vez, também interferem no relacionamento entre os alunos e acabam retornando para o ambiente fora da escola.

Após analisar o caso, planeje uma intervenção para situações de violência doméstica e escolar pautada nos paradigmas das práticas psicossociais e/ou da perspectiva sócio-histórica em psicologia social, de forma que angarie o trabalho em rede, mobilizando, simultaneamente, os setores de educação, comunitário e de saúde, assim como o público-alvo a ser assistido.


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1) Apenas um exemplo. O conteúdo real é bem diferente. O tipo de auditoria mais apropriado para o caso é a auditoria de regularidade ou de conformidade. No que tange ao objeto auditado, pode-se extrair dois tipos principais de auditoria: a auditoria de regularidade (ou conformidade) e a auditoria operacional (ou de desempenho). Segundo a Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores – INTOSAI, a Auditoria de regularidade (regularity audit) compreende Auditoria financeira, Auditoria de controles internos e Auditoria da legalidade de atos administrativos. Já a auditoria operacional, por sua vez, tem um foco mais voltado para a gestão. Segundo o Manual de Auditoria Operacional do TC, a auditoria operacional é o processo de coleta e análise sistemáticas de informações sobre características, processos e resultados de um programa, atividade ou organização, com base em critérios fundamentados, com o objetivo de aferir o desempenho da gestão governamental. Tópico 2: Três procedimentos de auditoria que deverão ser adotados. Justifique-os. Há uma série de procedimentos de que podem ser adotados no processo de fiscalização e auditoria, que podem ser citadas na resposta. 1) Avaliação do Sistema de Controle Interno: avaliação dos controles que auxiliam a entidade a cumprir as leis, as normas e os regulamentos; 2) Circularização (Confirmação Externa): confirmação, junto a terceiros, de fatos alegados pela entidade; 3) Exame e comparação de livros e registos: o confronto, o contejamento e a comparação de registros e documentos, para a comprovação da validade e autenticidade do universo, população ou amostra examinada; 4) Exame e comprovação documental: consistem em apurar, demonstrar, corroborar e concorrer para provar, acima de qualquer dúvida cabível, a validade e autenticidade de uma situação, documento ou atributo ou responsabilidade do universo auditado, através de provas obtidas em documentos integrantes dos processos administrativo, orçamentário, financeiro, contábil, operacional, patrimonial, ou gerencial do ente público no curso normal da sua atividade e dos quais o profissional de auditoria governamental se vale para evidenciar suas constatações, conclusões e recomendações.

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“… as perguntas críticas que os psicólogos devem se formular a respeito do caráter de sua atividade e, portanto, a respeito do papel que está desempenhando na sociedade, não devem centrar-se tanto no onde, mas no a partir de quem; não tanto em como se está realizando algo, quanto em benefício de quem e, assim, não tanto sobre o tipo de atividade que se pratica (clínica, escolar, industrial, comunitária ou outra), mas sobre quais são as consequências históricas concretas que esta atividade está produzindo.”

(Strey, Marlene Neves 1998 p. 226 apud, Martin-Baró, 1997, p. 22.)

Assim como a citação anterior relatou, Paulo Freire (1983) alertou para o fato de que cabe aos profissionais, de um…

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