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Ano
Nível de escolaridade
Linhas
Q105981 | Português
Banca: VunespVer cursos
Ano: 2018
Órgao: UNESP - Universidade Estadual Paulista

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Leia o trecho inicial do romance O Ateneu, de Raul Pompeia (1863-1895), para responder à questão.
 
“Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.”
 
Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico; diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso. Lembra-mo-nos, entretanto, com saudade hipócrita dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora, e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos ultrajam.
 
Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas, igual aos outros que nos alimentam, a saudade dos dias que correram como melhores. Bem considerando, a atualidade é a mesma em todas as datas. Feita a compensação dos desejos que variam, das aspirações que se transformam, alentadas perpetuamente do mesmo ardor, sobre a mesma base fantástica de esperanças, a atualidade é uma. Sob a coloração cambiante das horas, um pouco de ouro mais pela manhã, um pouco mais de púrpura ao crepúsculo – a paisagem é a mesma de cada lado, beirando a estrada da vida.
 
Eu tinha onze anos.
 
Frequentara como externo, durante alguns meses, uma escola familiar do Caminho Novo, onde algumas senhoras inglesas, sob a direção do pai, distribuíam educação à infância como melhor lhes parecia. Entrava às nove horas timidamente, ignorando as lições com a maior regularidade, e bocejava até às duas, torcendo-me de insipidez sobre os carcomidos bancos que o colégio comprara, de pinho e usados, lustrosos do contato da malandragem de não sei quantas gerações de pequenos. Ao meio-dia, davam-nos pão com manteiga. Esta recordação gulosa é o que mais pronunciadamente me ficou dos meses de externato; com a lembrança de alguns companheiros – um que gostava de fazer rir à aula, espécie interessante de mono louro, arrepiado, vivendo a morder, nas costas da mão esquerda, uma protuberância calosa que tinha; outro adamado, elegante, sempre retirado, que vinha à escola de branco, engomadinho e radioso, fechada a blusa em diagonal do ombro à cinta por botões de madrepérola. Mais ainda: a primeira vez que ouvi certa injúria crespa, um palavrão cercado de terror no estabelecimento, que os partistas denunciavam às mestras por duas iniciais como em monograma. Lecionou-me depois um professor em domicílio.
 
Apesar deste ensaio da vida escolar a que me sujeitou a família, antes da verdadeira provação, eu estava perfeitamente virgem para as sensações novas da nova fase. O internato! Destacada do conchego placentário da dieta caseira, vinha próximo o momento de se definir a minha individualidade.
 
(O Ateneu, 1999.)
 
a) Que relação o narrador estabelece entre a vida familiar e a vida no internato? Justifique sua resposta.
 
b) Por que razão o narrador chama de “eufemismo” os “felizes tempos”?

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MatériaPortuguês
BancaVunesp

Sintaticamente, identifique os tipos de sujeito nas orações a seguir:

a) Estão pedindo ajuda para os desabrigados.

b) Aquele menino não se feriu na tragédia.

c) João e Antônio queriam ter participado dos resgates.

d) Deixei dinheiro para a compra de suprimentos.

e) Choveu demais na região serrana do Rio de Janeiro.

Reescreva as frases a seguir, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, preenchendo a lacuna 1 conforme a instrução trazida em cada frase e a lacuna 2 com uma entre as expressões “porque”, “porquê”, “por que” e “por quê”.

  1. a) Nesta frase, empregue, na lacuna 1, o verbo“haver”.

Se foi 1 dez anos que tudo aconteceu, ficar nervoso 2?

  1. b) Nesta frase, use, na lacuna 1, o verbo“fazer”.

1 vinte anos que espero 2 tenho esperança.

  1. c) Nesta frase, empregue, na lacuna 1, a forma pronominal adequada para a primeira pessoa do singular.

Entre 1 e você nada mudou e eu digo o 2.

Considere as frases a seguir, para responder aos itens.

I. O casal ofereceu no jantar um camarão à Paulista;

II. Guilherme fez referência àquele filme do Oscar;

III. Maria do Acarajé se dirigiu ao balcão à caráter;

IV. A solicitação de Maria era idêntica à dos maquinistas;

V. Servir à Americana é uma opção.

a) Em qual das frases, o acento grave indicativo da crase foi utilizado incorretamente?
b) Explique o uso incorreto do acento grave da resposta anterior.
c) Qual a diferença entre “Servir à Americana” e “Servir a Americana”?

 

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