CHEGOU A HORA?
Imagine a seguinte situação. Você precisa ir ao Rio de Janeiro. Em vez de ficar num hotel, você decide alugar um quarto no apartamento do Paulo. Para se deslocar, você pega o carro da Juliana. Em casa, o Rodrigo toma conta do seu cachorro. Detalhe: você nunca os viu antes. Sim, isso já acontece. Tudo se baseia na reputação e na rede de recomendações que surge na internet e se fortalece fora dela. E essa relação entre desconhecidos, comercial e ao mesmo tempo pessoal, em que consumidor e fornecedor se confundem, é a base da chamada economia compartilhada.
Sim, a gentileza entre estranhos pode virar um negócio, e vice-versa. E isso pode ser bom. Mas o grande atrativo, além da vantagem financeira, está em viabilizar o acesso para o tamanho da sua necessidade. Porque a posse do objeto ou do espaço não é mais um fim em si. […]. A experiência é o foco do consumo. É possível ter uma Ferrari por alguns dias (sem pagar IPVA), passar as férias num barco (sem despesas do píer) e trocar de bicicleta a cada fim de semana (sem ter de guardá-la na sala de casa). Nesse tipo de negociação – que talvez você já use, mesmo sem saber -, o papel do fornecedor também é exercido pelo indivíduo. Gente como você, que pode lucrar com aquele quarto vago via Airbnb, com a câmera de vídeo que usa apenas no Natal ou com o carro que sai da garagem poucos dias no mês.
Fonte: Adaptado de: <https://tab.uol.com.br/economia-compartilhada/>. Acesso em: 31 jan. 2018.
ECONOMIA COMPARTILHADA
Relações horizontais
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Um dos pontos que faz a economia compartilhada, ou o consumo colaborativo, ser tão bem-vista por seus adeptos é o fato do empoderamento do consumidor. Nesse ambiente, cliente e prestador de serviço são avaliados a todo momento, por meio de comentários e rankings. É a democratização e uma maior repercussão de algo que todos nós conhecemos bem: o chama do boca-a-boca.
Por outro lado, há quem acredite que a quebra desse ambiente tradicionalmente vertical prejudique os prestadores de serviço. Muitos críticos chamam esse processo de “oficialização do bico”. “A oportunidade é de uma renda extra. Não significa que uma pessoa necessariamente vai transformar seu apartamento em um hostel (em referência a serviços de hospedagem como o Airbnb). Entretanto, existe a realidade do nosso país, onde as pessoas precisam buscar alternativas para lidar com o alto índice de desemprego”, destaca Kanter.
Na opinião do especialista, que também é desenvolvedor de uma startup de mentoria online chamada Tempu, essas ferramentas promovem também uma adequação das relações trabalhistas, na qual o prestador de serviço ganha o direito de negócio. “Estamos falando de uma profissionalização de práticas que eram realizadas de forma amadora desde que o ho mem é homem”, diz.
Fonte: Adaptado de: <https://epocanegocios.globo.com/Caminhos-para-o-futuro/Desenvolvimento/noticia/2017/01/economia-compartilhada.html>. Acesso em: 31 jan. 2018.
COMPARTILHAMENTO PODE SER 30% DO PIB DE SERVIÇOS, VEEM ESPECIALISTAS
Projeções da consultoria PwC mostram que a economia compartilhada deverá movimentar mundialmente US$ 335 bilhões em 2025 — 20 vezes mais do que se apurou em 2014, quando o setor movimentou US$ 15 bilhões. O Brasil ainda carece de dados locais. Mas estimativas de especialistas indicam que a economia de compartilhamento tem potencial para contribuir a médio e longo prazos, com mais de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do setor de serviços no Brasil.
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Pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) vai ao encontro da análise do especialista. Quando questionados sobre as vantagens de alugar, em relação a comprar, os motivos mais citados foram os preços, por 40% deles, a redução de desperdício (46%), e o combate ao consumo excessivo (45%). Os serviços mais usados são aluguel de casas e apartamentos (citado por 40%), caronas para trabalho ou faculdade (39%) e compra de roupas usadas (31%). Foram 607 entrevistados nas 26 capitais e no Distrito Federal.
Fonte: Adaptado de: <http://www.valor.com.br/brasil/5174538/compartilhamento-pode-ser-30-do-pib-de-servicos-veem-especialistas>. Acesso em: 31 jan. 2018.
A partir da leitura dos textos de apoio (motivadores) e com base em seus conhecimentos, redija um texto dissertativo, em atendimento à norma padrão da Língua Portuguesa, sobre o tema “Os impactos positivos e negativos da economia compartilhada na sociedade brasileira.” Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para d efesa de seu ponto de vista.