Texto 1
Ocorre que não são apenas os donos ou os seguranças da casa de shows. tampouco a Prefeitura de Santa Maria e o Corpo de Bombeiros, que merecem condenação. O papel que grande parte da mídia está exercendo diante deste drama humano de proporções colossais, a exemplo do que tem feito em relação a tantos outros. também se revela abjeto e passível de duríssimas críticas.
A mídia tem todo o direito – e, mais que isto. o dever – de noticiar tragédias como a que estamos acompanhando, ao vivo e em cores. Fornecer informações de interesse público é uma das suas atribuições. A morte de 233 seres humanos, ainda mais nas circunstâncias verificadas na casa de shows é, obviamente, digna de uma extensa cobertura porque interessa a um expressivo segmento da sociedade. As escolas de jornalismo sérias ensinam, porém, que o tratamento de assuntos desta natureza pressupõe cuidado extremo. Não por acaso ténue, muito ténue, o limite que separa a informação de interesse público da notícia convertida em espetáculo com objetivos escusos.
Aurélio Munhoz, Carta Capital (28/01/2013). Adaptado.
Texto 2
Tanto o texto quanto a charge se referem, de modo específico, a um trágico episódio ocorrido em janeiro deste ano no país e buscam, de maneira geral, fazer a crítica da contumaz exploração sensacionalista da dor humana pelos meios de comunicação.
A partir das ideias apresentadas, redija um texto dissertativo argumentativo, de acordo com a norma padrão da língua portuguesa, com o seguinte tema: A espetacularização midiática: quando a tragédia se torna um realityshow.