NOVAS FAMÍLIAS, VELHOS PROBLEMAS
Marsílea Gombata
O que é família? A primeira resposta à pergunta relativamente simples é a imagem clássica de pai, mãe e filhos. Mas esse próprio “conceito” já sofreu transformações importantes ao longo da história. Especialistas identificam três tipos de família na cultura ocidental: a tradicional, nas quais o casamento arranjado embutia a ideia de negócio; a moderna, que, a partir do fim do século 18, pauta a escolha do parceiro através do amor e desejo; e as contemporâneas, que se modelaram por uma série de transformações a partir dos anos 1960, tais como o divórcio, o feminismo, os direitos homossexuais, os métodos contraceptivos e a fertilização in vitro.
Elementos que mostram, segundo o livro A Família em Desordem, de Elizabeth Roudinesco, que a imagem da “família Doriana” – aquela que povoava os comerciais de uma marca de margarina nos anos 1990 – é um tipo idealizado que dificilmente faz jus à realidade de hoje. No Brasil, por exemplo, o tripé pai, mãe e filhos vem dando espaço para novos formatos, nos quais mães e pais solteiros, casais homoafetivos, avós e tios cuidadores são os novos protagonistas.
“A família hoje é mais livre, mais verdadeira, mais autêntica. Sua essência não é mais um núcleo econômico e reprodutivo, mas sim um lócus da estruturação de um ser”, observa o advogado Rodrigo da Cunha Pereira, presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM). “O casamento não é mais o legitimador das relações sexuais e a reprodução está cada vez mais desatrelada da sexualidade.”
As novas maneiras de se relacionar e a queda de tabus em relação a, por exemplo, orientação sexual levaram a uma verdadeira revolução na composição familiar. Seus ecos são tanto produto da transformação social em curso quanto desafios para setores como as escolas, que ainda tateiam como absorvê-los. (…)
Fonte: Portal Carta Educação, Reportagens.
Disponível em: http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/novas-familias-velhos-problemas-2/, acesso em 06/07/2018.
Elabore um texto dissertativo-argumentativo em que se discuta A organização familiar e suas influências para a construção da identidade e das representações sociais, do ponto de vista de um agente do serviço público que atua na esfera do cargo ao qual concorre.