CRITÉRIO PARA CORREÇÃO:
O BDI e a divisão básica dos elementos de composição de preços em engenharia
Os preços de obras de engenharia são compostos basicamente por quatro elementos: os custos diretos; os custos indiretos; os tributos e o lucro (ou benefício). Os custos diretos são aqueles relacionados aos serviços produzidos diretamente no canteiro de obras, ou seja, são relativos aos custos de materiais e da mão-de-obra primária (operária.) necessária à realização dos serviços da obra. Os custos indiretos são os que se relacionam à estrutura necessária para a administração e gerenciamento do empreendimento e para manutenção da empresa construtora. Os tributos são inerentes à qualquer atividade produtiva e o lucro é o valor financeiro que se almeja receber pela execução da obra. Dentre os quatro tipos de elementos de custo, os mais difíceis de quantificar e de avaliar são os custos indiretos e o lucro. Esses, geralmente não são detalhados nos orçamentos, sendo “embutidos” nos preços dos serviços, juntamente com os tributos. Esses compõem uma taxa denominada BDI (Benefícios e Despesas Indiretas). O BDI é aplicado aos custos diretos para definir o preço de venda da obra (ou preço global, como se conhece na administração pública.) Percebe-se assim que o BDI possui composição variável e a primeira conclusão que se pode tirar é que é inadequada a adoção de uma taxa única de BDI de referência, para análise de custos de todas as obras.
Cada obra possui a sua própria taxa de BDI. A apreciação da taxa de BDI de uma obra específica é complexa, pois será a resultante de uma interação de diversas variáveis, as quais são, principalmente:
_ O tipo de obra (edificações, estradas, barragens etc.);
_ O porte (vulto) da obra e sua complexidade;
_ A localização da obra;
_ O prazo de execução da obra;
_ A forma de pagamento (fluxo de caixa.) da obra;
_ A estrutura e o porte da empresa construtora;
_ O nível de competitividade do mercado local.
Se esses aspectos fazem variar a taxa de BDI, consequentemente não podem ser desconsiderados na análise de custos e preços de obras públicas, quando das auditorias.
Uma das grandes dificuldades encontradas pelos auditores de engenharia no campo da análise de preços é que, nas propostas orçamentárias, normalmente não é apresentado o BDI de forma detalhada. Os auditores não possuem os dados para poder calculá-lo analiticamente. Por isso, muitos passam então a adotar valores considerados médios (como o conhecido “30%”) e aplicá-los como se fosse uma jurisprudência. Os engenheiros, neste campo, perderam a noção de que a engenharia consiste na busca da melhor solução para o problema e que para isso devem utilizar as teorias e técnicas disponíveis e formular a solução adequada ao caso, não simplesmente aplicar soluções já encontradas por outros, como se fossem “receitas de bolo”.
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