Leia o caso clínico para responder à questão.
Clélia, 43 anos de idade, é professora, mãe de dois filhos, um com 19 e outro com 23 anos de idade, divorciada há 5 anos. Ela apresenta histórico de diversas buscas por atendimentos clínicos de diferentes especialidades, tais como ginecologia, endocrinologia e cardiologia, sobretudo, devido à sintomatologia presente, frequente e por um período de tempo aproximadamente de 14 meses. Há também histórico de busca por atendimento psiquiátrico e psicológico devido às dificuldades em trabalhar de forma continuada e reduzida satisfação com a função que exerce; de estabelecer relações saudáveis com familiares, amigos e colegas de trabalho; de expressar emoções e pela presença de sentimentos de incompetência e ineficácia. Clélia tem a constante percepção de que está com problemas, qual também é relatada e certificada pelas pessoas que convivem com ela.
Os problemas relatados pela paciente têm se mostrado presentes de modo mais intenso no último ano, porém, informa lembrar-se e enumerar alguns problemas anteriores a esse período, embora não saiba precisar exatamente quando começaram. Relata, ainda, ter passado por uma série de profissionais de saúde e de saúde mental, os quais não souberam precisar o que exatamente acometia Clélia, formulando um diagnóstico objetivo, com muitas divergências entre as considerações de cada um desses profissionais.
Atualmente, Clélia denota que parte de seus problemas é causada por reações súbitas de ansiedade, em diversas situações. Nessas respostas, experiência, aceleração dos batimentos cardíacos, sudorese, calafrios e respiração ofegante; percepção de que pode perder o controle ou morrer. Tais respostas ocorrem de maneira inesperada, deixando-a em constante estado de prontidão, temendo o próprio estado de saúde, visto que há ainda constantes reações alergênicas como, por exemplo, urticárias por todo o corpo; elevação da pressão arterial; fadiga; fala rápida e ininterrupta; indecisão.
Diante desse quadro, Clélia tem evitado lugares fechados, com aglomeração de pessoas, barulhentos ou desconhecidos. Busca lugares arejados, espaçosos e com a presença de pessoas para o caso de vier a ter outras reações súbitas. Clélia se sente envergonhada e constrangida por ter de optar por alternativas que cessem os episódios problemáticos e/ou que possam contar com alguém para auxiliá-la.
Além disso, Clélia percebe que a situação por vezes se agrava, o que a faz sentir profunda angústia e tristeza. Ainda assim, o quadro se arrasta, o que faz com que contemporaneamente a situação fique muito ruim em razão da dificuldade de pegar no sono, para o que acaba recorrendo tanto à automedicação quanto à bebida alcoólica; sendo que esta forneça a ela sensação de alívio, levando-a a um consumo mais frequente e em maior quantidade. Relata, por fim, que tenta reduzir o consumo de álcool, haja vista que sente necessidade todas as vezes em que não percebe as coisas como sendo boas.
A.) Elabore um plano psicodiagnóstico para a promoção de ações de orientação psicológica para um convênio firmado para assistência a gestores do serviço público.
B.) Proponha um programa de saúde com caráter preventivo e terapêutico visando estabelecer qualidade de vida e bem-estar no trabalho em contexto de serviço público.
C.) Ressalte os cuidados éticos a serem considerados mediante as propostas solicitadas nesta questão.