Leia o relato abaixo e:
a) Identifique os elementos indispensáveis para a elaboração de um parecer social, e relacione-os em tópicos.
b) Indique os encaminhamentos necessários pertinentes ao trabalho da assistente social nesse atendimento.
Solange, na 34ª semana de gestação, passou pela triagem do serviço de pré-natal de uma unidade pública de saúde destinada ao atendimento de gestações de alto risco. O atendimento do Serviço Social foi solicitado pela acompanhante de Solange à agente comunitária de saúde (ACS), Srª. Joana. Durante diversos atendimentos, a ACS afirma que Solange:
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tem diagnóstico de transtorno mental, sem acompanhamento psiquiátrico;
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não possui suporte familiar, vive a maior parte do tempo em situação de rua, embora tenha referência de moradia;
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possui dois filhos sem registro de nascimento, que estão sob os cuidados de pessoas da comunidade, de forma ilegal, por isso a ACS teme pela segurança da criança que está por nascer;
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tem duas irmãs e seus respectivos filhos, que totalizam três sobrinhos.
De acordo com informações também fornecidas pela ACS, a família de Solange (irmãs e sobrinhos) mora em uma casa própria de dois andares, localizada em uma comunidade no município do Rio de Janeiro. A mãe de Solange era usuária de álcool e drogas e faleceu devido a complicações relacionadas ao seu alto grau de dependência. Seu pai (Sr. João) estabeleceu novo relacionamento e reside com companheira numa casa próxima à da família de Solange, onde trabalha, informalmente, numa pequena oficina doméstica.
Toda a família de Solange é sustentada única e exclusivamente pelo Sr. João, que tem como fonte de renda sua aposentadoria e os pequenos trabalhos que realiza.
A ACS, reiteradas vezes, enfatizou sua preocupação quanto à situação da criança que está para nascer, pois, segundo ela, não há interesse, por parte de nenhum membro da família, em assumir os cuidados da criança, e Solange, devido ao seu comprometimento mental, não possui condições de se responsabilizar pela criança.
Após o parto, Solange e sua filha recém-nascida (RN) estabeleceram um vínculo de afeto visível, levando-a a verbalizar que não aceitaria mais entregar sua filha para adoção e que ficaria com a mesma.
A assistente social discutiu com a família a necessidade de definição quanto à situação da RN, já que Solange não possui condições de responder sozinha pelos cuidados da filha.
Sr. João, pai de Solange, afirmou que, apesar das dificuldades, assumiria a neta, pois não aguentaria ver a RN entregue para adoção. Sr. João foi informado da necessidade da situação ser oficializada perante a justiça, com a finalidade de resguardar os direitos da criança. O mesmo não se opôs e se comprometeu a assumir a responsabilidade de forma oficial.