(…) marcado o dia em que o texto da Declaração seria submetido ao plenário da Assembleia, (…) Charles Malik surpreendeu Athayde com a informação de que, por indicação da Sra. Roosevelt, ele seria o orador da sessão.
(…)
A Delegação do Brasil quer exprimir aqui (…) a satisfação do seu governo ante a obra realizada pela Terceira Comissão (…) redigindo e aprovando a Declaração Universal dos Direitos Humanos (…) Cada um de nós fez concessões (…) Unidos, formamos a grande comunidade do mundo e é exatamente dessa união que decorre a nossa autoridade moral e política. Declaramos (…) em nome de todos os homens e mulheres, que os seus direitos devem ser protegidos por todos os povos, agindo coletivamente em nome da Justiça internacional.
(…)
Rubem Braga (…) tratou seu colega com ironia (…) “Eu acharia mais prudente escrever assim o artigo primeiro: ‘Criados à imagem e semelhança de Deus e do Diabo, os seres humanos nascem livres ou escravos, e sempre desiguais em direito e dignidade. Alguns estão dotados pela Natureza de razão e consciência, muitos de espírito de porco e de inconsciência, e todos de baixos instintos, de tal modo que devem agir reciprocamente com a maior cautela e desconfiança.’”.
Cícero Sandroni, Laura Constância Sandroni. Austregésilo de Athayde: o século de
um liberal. Rio de Janeiro: Agir, 1998, p. 473-7 (com adaptações).
Tendo como referência o fragmento de texto apresentado, dê sua opinião sobre a relevância da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada setenta anos atrás, e sobre a universalidade, ou não, dos direitos nela proclamados.