Maria, 12 anos, e Antônio, 16 anos, começaram a namorar. Estavam apaixonados e sonhavam ter uma vida diferente da vida de seus pais, contudo, Maria engravidou no ano seguinte. Com a pressão e apoio da família, o casal passou a morar em uma pequena casa no quintal dos pais de Antônio, cedida por eles logo que nasceu Ana Carolina. Antônio estava cursando o ensino médio e Maria o fundamental, mas abandonaram os estudos. Antônio foi trabalhar em um comércio local para ter algum recurso financeiro para manter a família. Ao fazer 18 anos voltou a estudar, completou o ensino médio e conseguiu um emprego formal em uma rede de supermercados. Quando Maria estava com quase 18 anos, engravidou novamente, nascendo Júlio Cesar. Antônio passou a ficar muito nervoso depois do nascimento do filho e culpou Maria pela gravidez, acusando-a de ter deixado de fazer uso do anticoncepcional, de impedir que ele continuasse os estudos e fizesse o curso de mecânico com que tanto sonhara. Maria ficou muito surpresa com sua atitude, porque achava que ele adorava a filha, mas com raiva o acusou de ter destruído a sua vida quando a engravidou, pois não pôde continuar seus estudos, por ter que ficar em casa cuidando da filha e dos afazeres domésticos. Em seguida, a relação se tornou muito conflituosa. Antônio passou a voltar muito tarde todos os dias e Maria começou a acusá-lo de traição. Um dia, Antônio chegou em casa bêbado e Maria iniciou uma discussão acusando-lhe novamente de traição e prometendo que o trairia com o primeiro homem que encontrasse na rua. O conflito se acentuou com Antônio agredindo fisicamente Maria que se trancou no quarto com Ana Carolina e Júlio Cesar, na época com um ano de idade. No dia seguinte, Antônio pediu desculpas a Maria dizendo que queria ficar com ela e os filhos. As discussões se repetiram por meses e quase sempre terminavam em agressões físicas por parte dele, que se justificava dizendo que a culpa era dela porque o julgava mal e injustamente. Certo dia, Antônio saiu para trabalhar e ao voltar para casa não encontrou Maria e os filhos. Depois de alguns dias, descobriu que Maria estava morando com uma tia, em um bairro bem distante, e procurou pela família para se desculpar com todos e reatar o relacionamento. Na ocasião a tia o acusou de agredir a sobrinha e lhe disse que não procurasse mais por Maria e os filhos ou chamaria a polícia. Por achar que não havia possibilidade de retorno, Antônio buscou a Defensoria Pública para conseguir ver seus filhos. O defensor público, ao escutar a história de Antônio, resolveu encaminhá-lo à psicóloga do Centro de Atendimento Multidisciplinar (CAM) para buscar uma solução extrajudiciária.
a. Explique que tipo de violência está caracterizada no caso relatado. Justifique sua resposta fundamentando-se na Política Pública, Programa e Legislação específicas.
b. Indique uma proposta de intervenção para a demanda recebida pelo psicólogo, considerando-se todos os envolvidos: casal e filhos. Justifique sua resposta indicando o objetivo pretendido com a intervenção e fundamente teoricamente a intervenção proposta.