Leia, com atenção, o texto a seguir.
Paul Virilio disse recentemente que, se parece bastante prematura a declaração de Francis Fukuyama a respeito do “fim da história”, pode-se, cada vez com mais confiança, falar atualmente do “fim da geografia”. As distâncias já não importam, ao passo que a ideia de uma fronteira geográfica é cada vez mais difícil de sustentar no “mundo real”. Parece claro, de repente, que as divisões dos continentes e do globo como um todo foram função das distâncias, outrora impositivamente reais em razão dos transportes primitivos e das dificuldades de viagem.
[…] Parece ser essa a razão – assinalemos – pela qual a “realidade das fronteiras” foi, como regra, no geral, um fenômeno estratificado de classe: no passado como hoje, as elites dos ricos e poderosos eram sempre de inclinação mais cosmopolita que o resto da população das terras que habitavam; em todas as épocas elas tenderam a criar uma cultura própria que desprezava as mesmas fronteiras que confinavam as classes inferiores; tinham mais em comum com as elites além-fronteiras do que com o resto da população do seu território.
BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999.
Nesse texto, o sociólogo e filósofo Zygmunt Bauman questiona o que seria o “fim da geografia”, em que a ideia de fronteiras fixas parece não fazer mais sentido. Além disso, o pensador relaciona a “realidade das fronteiras” a uma condição estratificada da sociedade. Com base nas ideias do autor, discorra, de forma crítica e sucinta, acerca do acesso à internet e das tecnologias digitais como fatores que sustentam a tese do “fim da geografia” e como elementos de exclusão social.
CONTEÚDO EXCLUSIVO
Confira nossos planos especiais de assinatura e desbloqueie agora!
Ops! Esta questão ainda não tem resolução em texto.
Ops! Esta questão ainda não tem resolução em vídeo.
Questões Relacionadas
Leia, com atenção, o texto a seguir.
Paul Virilio disse recentemente que, se parece bastante prematura a declaração de Francis Fukuyama a respeito do “fim da história”, pode-se, cada vez com mais confiança, falar atualmente do “fim da geografia”. As distâncias já não importam, ao passo que a ideia de uma fronteira geográfica é cada vez mais difícil de sustentar no “mundo real”. Parece claro, de repente, que as divisões dos continentes e do globo como um todo foram função das distâncias, outrora impositivamente reais em razão dos transportes primitivos e das dificuldades de viagem.
[…] Parece ser essa a razão – assinalemos – pela qual a “realidade das fronteiras” foi, como regra, no geral, um…



