Diego, 38 anos de idade, solteiro, servidor público, relatou, durante entrevista clínica, dificuldades persistentes ao longo de sua vida. Mencionou que as pessoas frequentemente o consideram “estranho”, e que, para se sentir pertencente, ele tenta adivinhar o que os outros esperam ou imita o comportamento das pessoas, o que costuma lhe deixar exausto. Aprendeu, com o tempo, que não pode expressar tudo o que pensa e já foi descrito como “arrogante”, “cheio de frescuras” e “chato”, sendo frequentemente considerado por familiares e amigos como alguém difícil de lidar. Diego destacou que, apesar de sempre ter tido um bom desempenho acadêmico, enfrentou dificuldades para arrumar emprego após a saída da faculdade, principalmente quando os processos seletivos envolviam dinâmicas de grupo e entrevistas, sendo frequentemente reprovado. Conseguiu ingressar no mercado de trabalho ao ser aprovado em concurso público. Relatou que gosta de rotinas e organização, ficando frustrado diante de mudanças de planos e alterações em geral; fica extremamente focado em atividades específicas, como elaborar planilhas para “organizar tudo” (desde aspectos profissionais até questões de sua vida pessoal); sente grande satisfação em catalogar objetos de sua casa e fica atordoado quando tais objetos são minimamente trocados de lugar. Suas relações sociais são limitadas ao ambiente familiar, e ele evita situações que envolvam aglomerações ou eventos, mesmo familiares.
A mãe de Diego, quando entrevistada, relatou que ele nasceu a termo, sem intercorrências durante a gestação, o parto ou o pós-parto, e que os marcos de desenvolvimento foram atingidos conforme o esperado. Na infância, apresentou restrições alimentares relacionadas à textura dos alimentos e evitava lugares barulhentos, reclamava de cheiros fortes e tinha dificuldades com mudanças. A mãe também relatou que ele sempre foi introvertido, aprendeu a ler sozinho entre os 3 e 4 anos de idade, não aceitava companhia para brincar e passava a maior parte do tempo livre brincando de desmontar e remontar carrinhos de peças e tentando entender o funcionamento das mais diversas coisas. Também se interessava demasiadamente por objetos não convencionais, como bilhetes de loteria e cartões de telefone dos pais, e costumava ler jornais aos finais de semana. Não apresentou atraso ou dificuldade de aprendizagem e não houve repetência escolar, inclusive tendo sido adiantado uma série devido ao seu bom desempenho, tornando-se o mais jovem da turma. Apesar disso, a mãe relatou que Diego não gostava de ir à escola, quase sendo reprovado por falta, e evitava frequentemente as aulas de educação física.
Atualmente, Diego encontra-se desmotivado e enfrenta grandes dificuldades em seu ambiente de trabalho. Ele divide uma sala sem janelas, com forte iluminação artificial, com mais seis funcionários da instituição. Relatou que o excesso de barulho causado pelas conversas entre os colegas, as constantes chamadas telefônicas, a intensidade da luz de LED e a falta de clareza na comunicação de seu novo chefe, que nunca deixa claro se está “brincando ou falando sério”, estão “enlouquecendo-o”.
Com base no caso clínico apresentado e no que estabelece o DSM-V-TR, redija um texto dissertativo atendendo, fundamentadamente, ao que se pede a seguir.
1 Discorra sobre a hipótese diagnóstica do paciente, associando-a aos sintomas relatados. [valor: 16,00 pontos]
2 Cite dois critérios que sustentam a formulação dessa hipótese diagnóstica. [valor: 11,00 pontos]
3 Indique o provável nível de gravidade da condição do referido paciente. [valor: 10,50 pontos]
4 Discorra sobre um possível diagnóstico diferencial. [valor: 10,00 pontos]
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