TEXTO 1
Um seriado de TV produzido em Portugal estreou nos Estados Unidos sem grande expectativa. Apesar de simpática, a comédia Vanda tinha tudo para cair na vala comum das produções em língua estrangeira no território americano, onde o público é tradicionalmente avesso a legendas e afins. Ainda assim, a série causou imenso imbróglio: a plataforma de streaming Hulu, de propriedade da poderosa Disney, enxergou na atração uma boa oportunidade de testar uma nova ferramenta de dublagem digital. Uma tecnologia com alto potencial: por meio de um software de inteligência artificial (IA), a empresa Deepdub AI executou o trabalho 70% mais rápido que a dublagem convencional por vozes humanas.
O uso comercial da IA acendeu o alerta vermelho, e a série Vanda se tornou o exemplo mais eloquente de um fenômeno que deverá mudar radicalmente o lucrativo negócio da dublagem — inclusive no mercado brasileiro. Está-se diante, em resumo, da primeira grande batalha sobre o uso da IA na indústria do entretenimento. Com potencial de reduzir drasticamente a demanda por dubladores humanos, a tecnologia despertou as reações esperadas: os dubladores fizeram protestos, exigindo proteção a seus empregos num raio de atuação que vai dos filmes e séries até os videogames — e tem alcance global.
É uma luta inglória, porém: o uso da IA não só reduzirá custos, como trará benefícios a quem de fato apita no jogo — o espectador. Os pontos positivos são inegáveis: a tecnologia consegue alterar o movimento dos lábios dos atores para sincronizar com as palavras ditas em outras línguas, além de copiar o timbre de voz dos intérpretes, anunciando uma era de dublagens extremamente fidedignas — e feitas em escala e velocidade capazes de dar conta da oferta cada vez mais expressiva de títulos estrangeiros nas plataformas de streaming.
(Felipe Branco Cruz. Dubladores x IA: a batalha que demarca uma nova era do entretenimento.
https://veja.abril.com.br, 31.03.2024.
Adaptado)
TEXTO 2
A dublagem de filmes desempenha um papel fundamental na indústria cinematográfica, permitindo que obras de diferentes países e culturas alcancem públicos globais. No entanto, o processo tradicional de dublagem é complexo e muitas vezes demorado, envolvendo a contratação de dubladores profissionais e a sincronização meticulosa da voz com os movimentos labiais dos atores originais. Com os avanços da inteligência artificial (IA), surge uma nova era na dublagem de filmes, oferecendo eficiência, qualidade e acessibilidade sem precedentes.
Uma das aplicações mais promissoras da IA na dublagem de filmes é a síntese de voz. Com algoritmos avançados de processamento de linguagem natural, a IA pode gerar vozes sintéticas que soam quase indistinguíveis das vozes humanas.
A automação proporcionada pela IA na dublagem de filmes reduz significativamente os custos de produção, eliminando a necessidade de contratar dubladores profissionais e equipes de pós-produção extensas. Isso torna a dublagem de filmes mais acessível para estúdios de todos os tamanhos, permitindo que mais obras sejam dubladas e distribuídas globalmente.
Com a IA, o processo de dublagem de filmes se torna muito mais eficiente e ágil. Os algoritmos automatizados podem realizar tarefas que normalmente exigiriam horas de trabalho humano em questão de minutos, acelerando todo o processo de produção e pós-produção.
(Ricardo Aleixo. O papel revolucionário da Inteligência Artificial na dublagem de filmes. www.mxcursos.com. Adaptado)
TEXTO 3
Dubladores brasileiros criaram um movimento para pedir a regulamentação do uso de inteligência artificial em filmes, séries, jogos de videogame e outras produções audiovisuais.
A preocupação do setor é que artistas humanos sejam substituídos por sistemas capazes de imitar vozes reais, a partir de padrões vocais identificados em registros disponíveis na internet. Um relatório da Universidade de Oxford, publicado em 2013, inclui os dubladores entre profissionais colocados em risco pelo avanço da tecnologia.
“Nosso interesse não é proibir nenhuma evolução tecnológica, queremos apenas garantir que o que é apenas uma ferramenta de criação não passe a ser entendido como o nosso criador”, diz um manifesto da campanha Dublagem Viva.
Uma petição liderada pela United Voice Artists, grupo global de associações de dublagem, já reuniu mais de 50 mil assinaturas para impedir a substituição de dubladores humanos por robôs.
No Brasil, o movimento Dublagem Viva pede que também sejam determinadas regras para “equilibrar os avanços tecnológicos com a preservação de empregos e garantir a qualidade da dublagem”.
“Quando você assiste a um filme, você não vê toda a vida que foi colocada dentro do estúdio”, diz Wendel Bezerra, dublador, em vídeo sobre a campanha publicado nas redes sociais.
“É essencial preservar a expressão vocal, emoção e interpretação artística que os profissionais trazem para o processo de dublagem. A tecnologia deve ser vista como uma ferramenta complementar, não como um substituto”, afirma-se ainda no manifesto.
(Por que dubladores brasileiros protestam por regulamentação da inteligência artificial? https://g1.globo.com, 22.01.2024. Adaptado)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
A REDUÇÃO DE CUSTOS PROPORCIONADA PELA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA) JUSTIFICA O SEU USO EM SUBSTITUIÇÃO A DUBLADORES PROFISSIONAIS?
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(www.wwf.org.br, 05.06.2024. Adaptado.)
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