Texto 1

“A arte está morta”, disse Jason M. Allen ao jornal americano The New York Times. Ele foi o vencedor de uma feira de arte com a obra “Teatro de Ópera Espacial” (imagem acima), feita com uso do Midjourney, um sistema de inteligência artificial que permite que imagens sejam criadas a partir de algumas frases, como “astronauta em cima de um cavalo” ou “cachorro com uma flor na boca num retrato ao estilo de Pablo Picasso”.
A produção desses sistemas de inteligência artificial é impressionante, mas eles são construídos com base na produção de criadores de carne e osso. Ou seja, seus algoritmos são treinados com base em milhões de imagens feitas por humanos. O gerador de imagens de inteligência artificial Stable Diffusion, por exemplo, aprende a partir de um arquivo compactado de “100 mil gigabytes de imagens” extraídas da internet, afirma seu fundador, Emad Mostaque.
Mostaque, um cientista da computação com formação em tecnologia e finanças, diz que não está preocupado em deixar os artistas sem trabalho: “Trabalhos de ilustração são muito entediantes. A produção de conteúdo com inteligência artificial é um campo que vai crescer muito. Se ilustradores e artistas quiserem ganhar dinheiro com isso, devem aproveitar”.
De fato, já existem artistas usando a arte da inteligência artificial para se inspirar e ganhar dinheiro. A empresa OpenAI diz que seu sistema DALL-E AI é usado por mais de 3 mil artistas de mais de 118 países. Até imagens de histórias em quadrinhos já foram feitas usando inteligência artificial. O autor de um desses quadrinhos chamou a tecnologia de “um colaborador que pode emocionar e surpreender no processo criativo”.
(Chris Vallance. “Arte está morta”: o polêmico boom de
imagens geradas por inteligência artificial. www.bbc.com/portuguese, 18.09.22. Adaptado)
Texto 2
O uso de inteligência artificial para criar arte é cada vez mais comum, e os direitos autorais dos artistas precisam ser respeitados. Ironicamente, apesar de estarmos falando de uma inteligência artificial, alcançar uma ética digital está nas mãos dos programadores das ferramentas que geram as imagens, que precisam obter o consentimento dos artistas antes de usar seus trabalhos para treinar os algoritmos. Caso contrário, eles podem ser processados por violar direitos autorais.
Uma parcela significativa de designers, fotógrafos e artistas tradicionais mostram-se resistentes às ferramentas de arte criadas por computação, acreditando que elas prejudicariam suas profissões. Ainda que essas ferramentas sejam úteis para quem não possui conhecimento de aplicativos que editam imagens ou não domina técnicas de fotografia, as opiniões de quem é produtor de conteúdo visual são contrárias devido ao uso de trabalhos criados por humanos na base de dados.
Foi com base nessa linha de raciocínio que três artistas dos Estados Unidos decidiram entrar com uma ação judicial para bloquear as tecnologias de inteligência artificial da Stable Diffusion e Midjourney. Sarah Andersen, Kelly McKernan e Karla Ortiz acusam essas empresas de violarem os direitos autorais de milhões de artistas, pois teriam usado mais de cinco bilhões de imagens da internet sem o consentimento de seus criadores.
Essa questão é importante, pois, para que a IA funcione, é necessário treiná-la com fotos, desenhos e outras referências visuais.
(Victor Vasques. IA vs. Humanos: A ética e os direitos na “criação” da arte digital. https://adnews.com.br, 26.01.2023. Adaptado)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
A geração de imagens por inteligência artificial fere os direitos dos artistas que tiveram suas obras utilizadas?
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