Um analista ministerial especializado na área de letras do Ministério Público do Estado do Tocantins recebeu a tarefa de redigir um texto de divulgação, na página do Ministério, da seguinte matéria jornalística:
Ao longo de sua pesquisa a respeito das infâncias nas favelas do Rio de Janeiro, a antropóloga Camila Fernandes se deparou com dinâmicas diversas: desde a dimensão antecipada do cuidado — com crianças tomando conta de crianças — até a organização comunitária feminina em prol da tarefa — mães que contam com outras mulheres para zelar por seus filhos, nas conhecidas casas de cuidar. A pesquisa revela que as casas de mulheres que tomam conta de crianças na vizinhança das comunidades funcionam com o conhecimento do poder público, mas sem nenhuma regulação, ou seja, atuam na informalidade. Essas mulheres cumprem uma função importante de proteção social e seguem sem direitos trabalhistas, sem ajuda. Há toda uma dimensão política que, por um lado, torna o trabalho dessas mulheres fundamental nesses territórios, mas, por outro, o invisibiliza pela falta de reconhecimento. Segundo a pesquisadora, dado o papel social indispensável desse trabalho, é preciso inseri-lo dentro da legalidade, como têm tentado fazer alguns municípios, seja por meio de contratação em empresas terceirizadas, seja por meio de benefícios sociais, seja pela via de parcerias público-privadas.
O que ancora essa rede de cuidado, segundo a pesquisa, é o drama do acesso dos filhos da classe trabalhadora às creches. “No Rio de Janeiro, há mais de 30 mil crianças esperando uma vaga — realidade comum em qualquer outra grande metrópole do País. Como a educação é obrigatória apenas a partir dos 4 anos de idade, as políticas de creches ficam em um limbo entre dever e direito, o que abre precedentes para que muitos municípios não cumpram com a oferta necessária”, afirma a antropóloga.
É importante frisar que a creche possibilita que as crianças tenham cuidado pedagógico, importante para o seu desenvolvimento social e cognitivo. E, além disso, permite a mobilidade de mães e pais, que conseguem sair para trabalhar, prover recursos à família e romper com uma estrutura de desigualdade social. A creche gera desenvolvimento econômico e social para o país, por isso é preciso tratá-la como investimento nas pessoas, nas famílias e nas crianças, para que elas possam romper com o ciclo estrutural de pobreza. O Estado brasileiro não pode se evadir a essa responsabilidade.
Internet: www.cartacapital.com.br (com adaptações).
Considerando o caso hipotético precedente, redija, na condição de analista ministerial especializado na área de letras do Ministério Público do Estado do Tocantins, o texto solicitado, o qual deve conter:
1 a ideia principal da matéria; [valor: 3,00 pontos]
2 o propósito do autor da matéria; [valor: 3,00 pontos]
3 a opinião do autor da matéria. [valor: 3,50 pontos]
CONTEÚDO EXCLUSIVO
Confira nossos planos especiais de assinatura e desbloqueie agora!
Ops! Esta questão ainda não tem resolução em texto.
Ops! Esta questão ainda não tem resolução em vídeo.
Questões Relacionadas
Eu sou contra a tolerância, porque ela não basta. Tolerar a existência do outro e permitir que ele seja diferente ainda é pouco. Quando se tolera, apenas se concede, e essa não é uma relação de igualdade, mas de superioridade de um sobre o outro. Sobre a intolerância já fizemos muitas reflexões. A intolerância é péssima, mas a tolerância não é tão boa quanto parece.



