Texto 1
Os chamados “megaeventos esportivos” são eventos que ocorrem em larga escala, possuem um caráter dramático e espetacular, seduzem as massas populares e recebem o reconhecimento internacional. Eles têm sido associados ao desenvolvimento econômico, à regeneração urbana e a impactos sociais positivos para o país que serve de sede.
Os potenciais benefícios econômicos quase sempre são a principal razão para hospedar os grandes eventos: atrair fluxos de capitais e de turistas antes, durante e depois dos jogos, promover transformações urbanas relacionadas com a construção/melhoramento de instalações esportivas ou de infraestruturas gerais, criar serviços de telecomunicações eficientes, impulsionar as economias locais, gerar maior oferta de emprego (especialmente em alguns setores como os da construção civil) e, no longo prazo, disponibilizar transporte de baixo custo, graças à modernização das malhas rodoviárias e ferroviárias.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), os benefícios gerais da hospedagem de eventos globais garantem a promoção da cidade no cenário mundial devido a sua capacidade de administrar um projeto complexo, já que, nas palavras da OECD, “uma cidade com experiência em hospedar eventos, naturalmente, deve ser levada em maior consideração caso haja quaisquer dúvidas em relação à outra cidade concorrente. Em um mundo urbano cada vez mais competitivo, ter experiência pode fazer a diferença”.
(Giuliana Costa. Sediar megaeventos esportivos vale à pena?. http://osocialemquestao.ser.puc-rio.br, 2013. Adaptado)
Texto 2
Ainda estão na memória dos brasileiros os momentos dos Jogos Olímpicos sediados na cidade do Rio de Janeiro em 2016. Na lembrança, estão os discursos que apontavam as supostas benesses em receber as disputas por medalhas: transformação nas infraestruturas urbanas, expansão de modais modernos de transporte, ampliação e melhorias em espaços públicos e de lazer, reestruturação da segurança pública, atração de investimentos privados, dinamização do mercado imobiliário e divulgação internacional do marketing urbano.
Passados cinco anos, no Rio de Janeiro, muitos objetivos ficaram pelo caminho. As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) naufragaram, e operações policiais, como a do Jacarezinho, demonstraram a ineficácia das estratégicas da polícia- -cidadã nas comunidades. Os corredores de ônibus expressos depredados e as estações de linha de metrô inconclusas são, da mesma forma, rastros da incompetência da gestão desse processo.
Socialmente, os conflitos e a expulsão de comunidades, como a da Vila Autódromo (comunidade removida devido às obras do Parque Olímpico), exemplificam a insensibilidade com os menos assistidos e uma intenção radical de impor projetos de expansão urbana à custa dos mais pobres. O desuso das instalações esportivas, das arenas e do parque de competição elevou o custo de manutenção e o peso dessas infraestruturas no orçamento público. Além de tudo isso, os Jogos Olímpicos demandam cada vez mais recursos financeiros. A preparação do Rio de Janeiro utilizou 41 bilhões de reais e a de Tóquio, algo próximo a 83 bilhões de reais.
(Alexandre Queiroz Pereira. É vantajoso para uma cidade e seus habitantes sediar uma Olimpíada?. https://diariodonordeste.verdesmares.com.br, 26.07.2021. Adaptado)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
Os benefícios oriundos dos megaeventos compensam os desgastes sociais gerados à população do país-sede?
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