Masculino, 55 anos, comerciante, em companhia de familiares. Admitido no pronto atendimento de um hospital de grande porte, por aumento do volume abdominal ao longo dos últimos dois meses. Não faz acompanhamento médico regular. Não faz uso de medicações.
Nega etilismo e tabagismo. Transfusão sanguínea há 35 anos por complicações relacionadas a um acidente automobilístico.
Medida antropométrica: IMC: 22,5 kg/m2.
Sinais vitais: temperatura 38OC, pressão arterial 110 x 70 mm Hg, frequência respiratória: 19 incursões respiratórias/minuto; frequência cardíaca 95 batimentos/minuto.
Exame físico: anictérico. Escala de Glasgow [abertura ocular espontânea (4) + resposta verbal confusa (4) + resposta motora obedece aos comandos (6)], flapping presente. Ausculta pulmonar e cardíaca: sem particularidades. Abdome globoso, com sinal do piparote, sem sinais de irritação peritoneal. Edema de membros inferiores discreto. Estigmas de doença hepática crônica (aranhas vasculares, eritema palmar, atrofia da musculatura esquelética).
Impressão inicial: dor abdominal e febre em paciente com ascite por provável doença hepática avançada descompensada O paciente foi hospitalizado.
Hemoglobina 13 g/dL; leucócitos 5500 mm3; plaquetas 70000/mm3, razão normalizada internacional (RNI) 1,0; Creatinina 1,3 mg/dL; Sódio 135 mg/dL; Potássio 4,0 mg/dL. Glicose 96 mg/dL. Aspartato aminotransferase 70 UI/L; Alanina aminotransferase 90 UI/L; Gama-glutamil transferase 60 UI/L; Fosfatase alcalina 130 UI/L; Albumina 3,6 g/dL; Bilirrubina total 1,5 mg/dL (0,7 mg/dL fração direta); anti-HIV: não reagente; HbsAg: não reagente; anti-HBc total: reagente ; anti-HBs: reagente; anti-HAV IgG: reagente ; anti-HCV: reagente. Sumário de urina e radiografia de tórax: achados sem particularidades. Hemocultura: resultado em andamento. Uma paracentese diagnóstica foi realizada. O líquido ascítico apresentava coloração amarelo-citrino. A análise inicial do líquido ascítico corroborou para o diagnóstico de hipertensão portal e de peritonite bacteriana espontânea (PBE). Ultrassonografia abdominal: ascite, alterações compatíveis
com hepatopatia crônica, esplenomegalia.
Desfecho: o paciente recebeu os cuidados adequados e evolui sem outras intercorrências. Por ocasião da alta hospitalar ele e sua família foram orientados quanto a importância do seguimento ambulatorial.
Sobre a situação clínica apresentada, pdede-se:
a) Indique como interpretar o resultado em relação ao vírus da hepatite C.
b) Na avaliação de pacientes com ascite, indique de que forma a análise laboratorial do líquido ascítico pode contribuir para o diagnóstico de hipertensão portal.
c) Indique como a análise inicial do líquido ascítico permitiu o diagnóstico de PBE.
d) No caso apresentado, o diagnóstico de encefalopatia hepática foi estabelecido. Cite os achados ao exame clínico que corroboraram este diagnóstico.
e) No caso apresentado, cite o fator precipitante da encefalopatia hepática.
f) A severidade do comprometimento funcional hepático é avaliada utilizando a classificação Child-Turcotte-Pugh (Child-Pugh). À admissão o paciente apresentava um escore Child-Pugh: B 7. Cite as variáveis que contemplam essa classificação.
g) O rastreamento do carcinoma hepatocelular (CHC) é indicado em pacientes cirróticos independentemente da etiologia. Cite os exames que habitualmente são solicitados para o rastreamento do CHC.
8) Indique a periodicidade recomendada, em nosso meio, dos exames para o rastreamento do carcinoma hepatocelular.
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Os estudos caso-controle são muito utilizados na pesquisa epidemiológica.
Sobre este desenho de estudo, indique
a) seu principal objetivo.
b) a principal medida de associação estimada em estudos caso-controle.
c) três vantagens dos estudos de caso-controle.
d) três limitações dos estudos de caso-controle.
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Descreva e justifique quais intervenções terapêuticas, baseadas em evidências, estão mais indicadas, neste caso, para se tentar obter uma remissão completa dos sintomas (descreva os medicamentos específicos, não classes terapêuticas).
Valor: 15 pontos
Máximo de 15 linhas.



