Redija uma dissertação (em prosa, de aproximadamente 25 linhas) sobre o tema:
Nós, brasileiros, cidadãos.
O conjunto dos excertos deverá servir de subsídio para a elaboração de sua redação. Esperamos que você se posicione criticamente frente aos argumentos expostos nos excertos. Não os copie. (Dê um título ao seu texto.)
1) “(…) [Cidadania] é uma palavra usada todos os dias e tem vários sentidos. Mas hoje significa, em essência, o direito de viver decentemente.
Cidadania é o direito de ter uma idéia e poder expressá-la. É poder votar em quem quiser sem constrangimento. É processar um médico que cometa um erro. É devolver um produto estragado e receber o dinheiro de volta. É o direito de ser negro sem ser discriminado, de praticar uma religião sem ser perseguido.
O direito de ter direitos é uma conquista da humanidade. (…)” (Gilberto Dimenstein. O cidadão de papel. São Paulo , Ática, 1993.)
2) “(…) Grandes desigualdades, numa sociedade aberta, democrática e com meios de comunicação modernos, serão inevitavelmente fonte de violência e de criminalidade.
A reação dos grandes centros brasileiros tem sido a pior possível: no lugar da reflexão e da ação pública, multiplicam-se as iniciativas privadas de defesa e segregação.
Os condomínios murados e fechados, as casas com guaritas que são verdadeiras casa-matas, as polícias privadas, as portarias que exigem dos visitantes identificação como se fossem criminosos, o uso de carros blindados, são exemplos de uma perigosa atitude que se dissemina. Uma atitude que combina o conformismo conservador com um profundo descrédito pela iniciativa pública.
Não se confia mais no Estado nem mesmo para o desempenho de suas funções básicas e essenciais. Não é assim que se cria um mínimo de solidariedade.” (André Lara Resende. Folha de S. Paulo, 19/11/1996.)
3) “(…) O Brasil tem potencial para dar um salto qualitativo no seu desenvolvimento interno e na sua inserção internacional. Para isso, teremos de responder a dois imperativos: a consolidação da cidadania, base fundamental da soberania no mundo moderno e fonte de legitimidade e poder do Estado; e o aproveitamento da inexorabilidade da nossa inserção internacional para dela extrair o máximo de benefícios concretos – em geração de riqueza, empregos e desenvolvimento econômico e social – ao menor custo possível. (…)” (Lui Felipe Lampreia. Folha de S. Paulo, 20/10/19996.)
4) “(…) A sociedade civil sabe que não dá mais para esperar o governo que tenta, mas não consegue atender a demanda. Nesse vácuo nasceu o chamado “terceiro setor”. Um conceito que nasceu na Europa e nos Estados Unidos nos anos 80 e que chegou ao Brasil na década de 90, e hoje emprega perto de 1 milhão e meio de pessoas. São instituições, associações, organizações que partem da iniciativa privada para desempenhar um papel de caráter público. (…)” (Reportagem de um programa televisivo produzido pela TV Cultura, levado ao ar em 1/10/1999.)
5) “(…) A longa tradição brasileira de intervenção estatal é m larga medida responsável pelo fortalecimento da crença de que o Estado deve atender a todas as demandas sociais. A promoção da cidadania ainda parece ser para muitos uma tarefa exclusiva dos governos, embora já se registrem iniciativas esporádicas do chamado Terceiro Setor que procuram romper hábitos paternalistas. (…)” (Folha de S. Paulo, Editorial, 17/12/1996.)