Inicio apresentando duas definições do termo “burocracia”: 1) “sistema administrativo baseado na organização em serviços e na divisão de tarefas, que privilegia as funções hierárquicas de maneira a dispor de uma grande quantidade de trabalho de uma forma rotineira”; 2) “influência abusiva da administração, impedindo o prosseguimento de uma ação com procedimentos oficiais desnecessários”. Este último, obviamente, um conceito que invadiu o senso comum, o qual aplica à palavra uma conotação fortemente depreciativa. Fugindo deste campo prático, pesquisas científicas revelam-nos países que aplicaram bem o conceito de burocracia – dentre eles, alguns situados na Europa – tendo-se posteriormente traduzido em aumentos significativos de riqueza pela via conseqüente em que ele se materializa: ganhos de produtividade, incentivo ao investimento, fortalecimento das áreas de investigação e desenvolvimento, para citarmos alguns deles. Por outro lado, países de raiz latina – incluindo o Brasil – enfrentam variados problemas de ordem econômica cuja causa é quase sempre atribuída ao funcionamento de um sistema burocrático mal administrado, na maioria das vezes por questões históricoculturais como pano de fundo.
ALBUQUERQUE, Fábio Henrique Ferreira de. Quando a burocracia é “burrocrática”. Revista Contábil & Empresarial Fiscolegis. Disponível em: <http//www.netlegis.com.br/indexRC.jsp?arquivo=detalhesArtigosP…>. Acesso em: 5 dez. 2007. (Adaptado).
Segundo o advogado João Geraldo Piquet Carneiro, presidente de uma organização cujo objetivo é propor iniciativas para ampliar a eficiência da administração pública e reduzir a interferência excessiva do governo na vida dos cidadãos e das empresas, cada dia mais as pessoas e as empresas se vêem obrigadas a emitir constantemente uma papelada para dizer que não devem nada ao estado. O governo mantém um mar de funcionários só para examinar esses papéis. Perante tantas e tão complexas exigências (burocráticas), as pessoas preferem contorná-las mediante algum artifício (às vezes, corrupto). Veja o caso de uma obra pública. As brechas para a corrupção começam no próprio edital de licitação. Aí vem a fiscalização da obra. A pessoa vai medir o projeto no meio da Floresta Amazônica e descobre que faltam 50 metros. Aparece aí outra oportunidade para o jeitinho “brasileiro”. Depois vem a liberação do recurso, outro momento. Em um único processo há várias possibilidades e incentivos à corrupção. O governo não se autofiscaliza e não se deixa fiscalizar. Mas faz isso com o contribuinte, que não tem meios para fiscalizar o estado. A burocracia nesse sentido viola um direito intrínseco da cidadania. O cidadão tem direito de ser bem tratado. A burocracia se torna então perversa e antidemocrática.
BORSATO, Cíntia. Menor e melhor. Entrevista com João Geraldo Piquet Carneiro. Veja. São Paulo, 12 set. 2007. p. 11- 15. (Adaptado).
Há quem diga que o problema do Brasil é não ter burocracia suficiente. Mas existe um nível “bom” de burocracia? De modo geral, a burocracia, processo de administração de uma entidade, não é ruim por si só. Como todo processo, ele toma tempo que a priori seria mais bem empregado no produto em si, mas todos concordam que processos e controles são necessários para sairmos da forma tribal de conduzir as coisas. Nesse sentido, o Brasil é um país que precisa mesmo de mais burocracia, pois claramente há “vazamentos” em todos os processos, tanto no governo como nas empresas privadas.
PFÜTZENREUTER, Elvis. Burocracia brasileira. Disponível em:
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