Nenhum exame psiquiátrico é tão pouco compreendido pelos profissionais da área quanto o exame do estado mental (EEM). Duas concepções errôneas a respeito desse exame são frequentes. A primeira consiste na ideia de que o EEM restringe-se ao momento em que o profissional testa a orientação e a memória do paciente. Na realidade, ele abrange toda a entrevista, quando são avaliados, de forma contínua, o afeto, a concentração, a memória e o insight do paciente. A segunda refere-se ao entendimento de que o EEM é idêntico ao miniexame do estado mental de Folstein (Minimental), rastreamento específico para a avaliação de demência cujo uso na entrevista psiquiátrica de rotina está sendo cada vez mais questionado.
O EEM é definido como a avaliação do estado de funcionamento cognitivo e emocional atual do paciente. Assim, embora em boa parte da entrevista inicial se focalize especificamente o passado do paciente, para se realizar com excelência esse exame, é necessário que o profissional dispense atenção, também, para o tempo presente, momento em que o profissional poderá observar a forma como o paciente se apresenta, seu processo de pensamento se organiza e suas emoções se manifestam.
Vicente Caballo. Manual de transtornos de personalidade. Descrição, avaliação etratamento. São Paulo: Santos Livraria e Editora, 2008 (com adaptações).
- qualidades da linguagem;
- qualidades do afeto;
- memória.
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